EMOÇÕES DIVIDIDAS

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Thomas se aproxima e eu peço que ele me ajude. Então ele cumprimenta o pai de Richy que fica sem jeito. E eu entendo, afinal, Richy tá sendo acusado do sequestro de Hannah. Juntos, nós dois trabalhamos sendo orientados por Paul. Thomas entende de mecânica e isso dá a ele uma grande vantagem sobre mim. Eu arrumo a oficina, organizo tudo e coloco a placa na faixada da rua indicando que está aberta. Após horas ansiosa, eu sei que não vem ninguém, mas não desisto. Vejo carros passarem e irem direto pro TT. Então tenho uma ideia, me dirijo ao escritório, abro o computador da loja e faço uma promoção nas redes sociais e ofereço avaliação gratuita e calibragem dos pneus. Então volto a aprender com Paul, levando o café. Até que é divertido trabalhar com Thomas. Eu conheço um lado dele bem leve. Ficamos horas esperando, e vejo no rosto de Paul uma tristeza e a esperança se esvai. Thomas me diz:

- Acha que vai dar certo?

Eu sem jeito digo:

- Não vamos desistir, Thomas! Eu queria tanto que tudo fosse um pesadelo e ele chegasse aqui e me dissesse que foi tudo um sonho! Ele era o homem mais amável que já conheci. Sofrendo por ele duas vezes.

Thomas me abraça e depois pergunta:

- O que foi isso no seu rosto?

Eu digo que foi bobagem. E ele não acredita. Quando vou me explicar, Alan vem no carro da polícia, ele sai e eu digo:

- De novo? Vai virar rotina você na minha oficina!

Ele está sério e eu entendo que é grave, e pergunto:

- Aconteceu alguma coisa?

Ele olha pra Paul, segura meu braço e diz:

- Posso conversar com a senhorita longe daqui?

Ele se afasta me levando pra longe dos dois. Eu digo:

- Alan, está me assustando!

Ele tira do bolso um saco plástico. Eu olho curiosa e ele me entrega dizendo:

- Sinto muito! Encontramos isso na mina.

Quando eu abro, eu vejo os documentos de Richy. Coloco as mãos na boca e choro muito. Ele me abraça forte e eu nego dizendo:

- Não, não é dele. Foi implantado lá. Alguém pôs. Não, Alan. Me diz que é mentira, por favor. Me diz que não é verdade!

Thomas se aproxima e me abraça forte, eu fico muito, muito abalada que não sinto mais nada. Quando finalmente abro os olhos, estou deitada na cama de Richy. Thomas e Alan estão no quarto e eu choro dizendo que é mentira. Thomas diz:

- Precisa ficar calma, S/n. Você desmaiou por muito tempo! Precisa ser forte.

Eu olho pro Alan e digo:

- Diz que é mentira! Esses documentos não provam nada! Eu não acredito em você!

Alan se aproxima e sentando na cama diz:

- Precisa ficar calma. A mina tem uma profundidade imensa. Eu não vou desistir de procurar por ele. Mas é impossível ele ter sobrevivido. Você precisa ser forte, por ele e pelos pais dele!

Eu nego em choque e Alan diz que vai voltar pra delegacia.  Ele me abraça forte, beija minha bochecha e sai triste. Eu não quero e não vou aceitar. Eu quero me apegar a ideia de que sem corpo, não há morte. E é essa esperança que me conforta. Thomas me abraça emocionado e diz:

- Vamos continuar? Eu vou com você pro Aurora. Quero ser útil pelo menos. Não vou deixar você sozinha nisso!

De repente, ouvimos buzinas e buzinas de carros chegarem. Paul entra no quarto:

DUSKWOOD- DEPOIS DO ADEUSOnde histórias criam vida. Descubra agora