Carta Da Lua- Capítulo Único

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Opa, aqui é a Naomi postando depois de séculos uma outra One Shot, a capa não é minha, como a antiga, é da DaikonMeal, todos os créditos vão a ela! Aproveite sua One Shot!

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—Paaaaaai! Olha oque eu achei! —Uma criança de cabelos pintados parcialmente da coloração vermelha grita. Ela corre até um homem alto de cabelos marrons e olhos esverdeados, trajando um casaco preto e uma blusa social branca sem gravata, uma luva que cobria a mão direita. Ele se virava para a menina com um ar confuso, juntamente de uma mulher ao seu lado, que tinha seus cabelos pintados de forma extravagante, platinado na raiz e roxo nas pontas.

Ambos eram conhecidos como os Florence, filhos de Montel Florence, que era conhecido como um assassino, mas como? Bem, ninguém sabia.

Os Florence se viravam para a jovem garota que aparentava ter 12 anos, ela tinha um sorriso perverso no rosto enquanto se sentava ao lado da sua tia em uma grande sala (de forma excessivamente grande) de tons acinzentados, brancos e pretos, a jovem sorria sacana e mostrava tipo uma carta com a assinatura totalmente idêntica a de Olivier, mas só que mal feita. Ela abria a carta e começou a dizer:

"As vezes é difícil encarar esse mundo sem você. Sem você, eu repudio o som dos banjos mal tocados, eu penso no quão é frio estar descalço, mas você não se importava. Você colocava seus pés naquela areia suja e molhada sem se importar, andava com seus pés machucados pela floresta enquanto cantava e tocava aquele seu banjo, como no churrasco. Para muitos foi divertido, mas para mim foi encantador. Eu queria ter seus lábios colados aos meus com tal voz melódica que você tinha, eu não me importava quem você achava que você era, Milo, Miguel, Miloguel, o'que importava é que você estava lá, sendo a única coisa que me interessou naquela ilha, mas você se despediu de forma cruel, salvando aquelas pessoas pelo bem maior e lutando contra você mesmo. Você era o meu Castelo que se desmoronou mas não ousou me ferir, você, Milo Castello, mesmo sem uma despedida, foi o meu amor e até hoje será. Eu sei que uma despedida dói, mesmo sabendo que eu devo me despedir eu não quero, mas eu o faço, mesmo que meu coração comece a doer com essa despedida, eu me despeço com essa carta de amor que nunca entregarei no restante da minha fútil vida."

A mulher mais velha acaba por sentir uma pontada de dor pelo seu irmão, apesar de ser uma carta bem vergonhosa, era divertido e triste saber que seu irmão estava apaixonado, afinal, ela também se apaixonou naquela ilha e acabou perdendo sua paixão, mas essa seria outra história para contar e agora só estava ali para confortar seu irmão ao seu lado, o abraçando e acariciando seus cabelos com suas grandes unhas, fazendo um cafuné em seus cabelos, e quase por instinto se lembrou do último dia daquela ilha, se recordou de todos que não mereciam ter morrido e a que mais a machucava era a pequena Amora, uma criança que hoje teria sua idade naquela época maldita, ela poderia ter crescido e se transformado numa grande mulher, mas aquela maldita "arte" trouxe o caos para aquela ilha.

Enquanto recebia o carinho de sua irmã, Olivier desatou a chorar nos braços de sua irmã, ele envolveu suas mãos nas costas dela e aprofundou seu rosto no ombro de sua irmã, sentindo o cheiro das marcas caras de luxo que ela sempre comprava. Era bom e caótico ao mesmo tempo. Apesar de casado e com uma filha, Olivier ainda sentia aquela paixão por Milo Castelo, ele foi a sua primeira paixão e talvez a única? Apesar de clichê, talvez fosse verdade. Olivier Florence era totalmente apaixonado por um rapaz que conheceu em menos de uma semana e que o perdeu ao badalar do sino desconhecido, o viu morrer em sua frente, era caótico e traumatizante, sentia todo seu corpo se estremecer e tremer sobre os braços de sua irmã e, mesmo sem poder ser ouvido, Olivier chorava no ombro de sua irmã enquanto a garota se sentia arrependida pelo o'que havia acabo de ler. Ela não tem culpa, ela achou que fosse algo feliz e como seu pai apenas ignorou o fato dela querer ler,pensou que podia. Ela era tão inocente quanto Amora era, e isso era totalmente frustrante e avassalador. Ela não havia vivido esse caos e seu pai sempre esteve lá para impedir algo do tipo, mas ao ver seu pai tão vulnerável com apenas uma carta, ela se sentiu culpada imensamente, quase chorando junto a ele e se juntando ao abraço atualmente coletivo de Amelie, Olivier e consigo.

Olivier se acalmou depois de imensas ondas de choros silenciosos e pelo abraço coletivo que recebeu. Olivier sorria sutilmente para as duas únicas garotas que eram importantes para si e acariciou os cabelos de ambas, mas Amelie como sempre, não quis seu afeto por motivos idiotas e engraçados.

—Não encosta em mim com essa luva de pobre, Olivier! —Dramatizou com seu sotaque, vendo Olivier revirar os olhos e sua sobrinha rir de tal fala.

—Você nunca cresce né? —Debochou Olivier, acariciando os cabelos de sua irmã com sua outra mão.

—Você me respeite que eu sou um ano mais velha que você. —Continuou a falar com seu sotaque enjoativo, mas era divertido naquela situação, acabando por fazer os três Florence rirem.

Era óbvio que uma despedida não foi possível, e Olivier sabia disso melhor do que ninguém. Olivier poderia desatar a chorar e se agonizar, mas uma despedida nunca iria obter, entretanto, sobre o luar das madrugadas estava lá, Olivier olhando para a lua que seria ele enquanto o seu sol não raiasse no topo daquele céu, ah... Se o Sol não estivesse lá para sinalizar o amanhecer para os cidadãos daquela Terra eles não teriam motivo para viver, assim como Olivier não tinha já que o seu Sol parou de raiar a muito tempo atrás.

Olivier sentia falta do calor do abraço de seu amado, sentia falta do calor que aquele sorriso radiante emanava toda vez que ele sorria para si, sentia falta dos toques tão sutis da sua mão sendo colocada sobre a sua enquanto o calor de seu Sol o preenchia mesmo por cima daquela luva...

Mas não o teria novamente, e seria assim até o último dia restante de sua vida, apenas a Lua sem seu Sol, como um ciclo infinito que nem mesmo perceberá, afinal, o Sol nunca se despede da sua Lua, ele diz apenas um "até logo meu amor"

Despedida da Lua -Milovier One ShotWhere stories live. Discover now