Capítulo 2

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Não aguentei e vim com mais um capítulo hoje pra vocês, espero que gostem

Não se esqueçam de votar e comentar 🤍

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— Mg voltou.

Estou na sala de jogos da casa de Jade, sentada no chão e encostada no sofá com um controle de Xbox nas mãos.
Na TV gigante à minha frente, um dragão agarra meu avatar, lady Lucinda, pela cabeça, sacudindo-a tão agressivamente que o corpo sai voando para fora da tela.

Ótimo.

Descanso o controle na barriga com um suspiro enquanto a tela fica branca.

— Aquela era minha última vida — resmungo, pegando a lata de Sprite Zero ao meu lado.

Jade cutuca meu pé com o dela, suas unhas pintadas num roxo vívido.

— Josie, você me ouviu?

Do meu outro lado, Jed se apruma, pegando o controle de mim e recomeçando o jogo.

— Ela te ouviu, Jade . Ela não se importa.

— Eu me importo — confirmei —, porque gosto do Mg e é legal que ele tenha voltado. Só acho que isso não tem nada a ver comigo.

Cruzando as pernas, Jade endireita a coluna e olha para mim sobre os óculos. São novos, a armação preta brilhando em volta de seus olhos escuros.

— Josie — ela diz, e eu movo os ombros, desconfortável.

— Eles terminaram — eu a lembro enquanto me endireito também. — Acabaram. E eu e Penélope somos…

— Um caso de verão que vai partir seu coração — Jade completa, e fecho a cara para ela.

Jade tem batido nessa tecla desde que contei a ela sobre nós: que Penélope é inconstante, que ela muda de ideia mais vezes do que muda a cor do cabelo, que eu sei como Penélope é.

Sei que ela diz isso porque se importa comigo, mas, ainda assim, não é o que mais gosto de ouvir e, além disso, ela está errada. E talvez tenha um pouco de ciúmes. Penélope e Jade eram muito próximas alguns anos atrás, mas, conforme Penélope e eu nos aproximamos, Jade acabou ficando um pouco de fora. Nosso Quarteto de Amigos está em constante transformação.

O fato de Penélope  e eu estarmos juntas agora mudou mais ainda as coisas.

— Penélope é meio excêntrica — Jed reconhece enquanto seus dedos voam sobre os botões do controle.

Ele olha para mim, os cabelos escuros sobre um dos olhos.

— Desculpa, Jo, mas você sabe que é verdade. É uma das coisas que amamos nela, mas dá pra ver que isso pode fazer dela uma namorada ruim.

— Você não é exatamente um especialista em namoradas, Jed — digo, e ele abre a boca fingindo ofensa, o olhar ainda grudado no jogo.

— Como ousa, Josette Salvatore? — Então seu rosto abre um sorriso. — E, sim, justo. Mas sou um especialista em você e não quero ver seu coração esmagado. A Jade está sendo meio chata, mas ela não está necessariamente errada, o que em geral acontece com Jade, sejamos sinceros.

— Por que eu ainda te chamo pra vir aqui? — Jade resmunga, pegando a lata de refrigerante e bebendo um longo gole.

— Porque você me ama e quer apoiar meu vício em jogar — Jed diz, e então solta um grito triunfante quando o dragão cai morto na tela.

Jogando o controle sobre o tapete grosso, ele se inclina sobre mim para alcançar o pacote de salgadinhos de queijo que foi parar debaixo do sofá.

— É um desperdício você ter esse videogame, Jade — ele diz. — Você nem joga.

Jade dá de ombros e eu pego um salgadinho do Jed, com cuidado para não derrubar farelo no tapete. Não que Jade ou seus pais se importem. Mas a casa deles é tão bonita que sinto que eu devo me importar.

O pai de Jade trabalha para alguma empresa de petróleo em Houston, o que significa que sua família tem muito mais dinheiro do que a minha ou a do Jed. Isso nunca foi um problema, mas ainda fico impressionada com o piso lindo, as TVs enormes e como Jade tem seu próprio banheiro no quarto.
Agora ela me observa com os olhos semicerrados.

— Penélope disse que você passou para aquele colégio sofisticado na Escócia.

— Quê? — Farelos cor de laranja voam da boca de Jed enquanto ele leva uma mão à boca, e eu olho de um para o outro com o estômago embrulhando.

— Ela te contou isso? — pergunto, e Jade pega o pacote de salgadinhos de queijo de Jed.

— Sim — Jade me diz. — Você não vai por causa dela?

Pego meu refrigerante de novo, mais para ter algo para fazer com as mãos do que por sede.

— Não — digo finalmente. — Não vou porque é cara.

Jed solta uma risada debochada.

— Sei, porque uma bolsa de estudos não está à sua altura, ó lady Espertona.

— Exatamente — Jade concorda e eu apenas dou de ombros.

Fico incomodada que Penélope tenha comentado sobre isso com a Jade, especialmente porque eu ainda não tinha contado para mais ninguém.
Mas apenas falo:

— Provavelmente já é tarde demais pra conseguir ajuda financeira. E, de qualquer maneira, foi uma ideia estúpida me inscrever. Eu só… queria ver se conseguiria passar. Eu não queria ir de verdade.

— Pois eu acho que isso é tudo mentira, Jo — Jed diz, apontando os dedos do pé para mim. — Você ficou falando da Escócia o ano passado inteiro.

— A gente viu Valente pelo menos três vezes durante as férias de inverno — Jade complementa, e direciono aos dois o que espero que seja uma expressão severa.

— As pessoas têm direito a mudar de ideia — digo, e observo enquanto eles se olham.

— Eu só estou dizendo — Jade finalmente diz antes de pegar o controle do chão e desligar o Xbox — que você não deveria abandonar uma grande oportunidade por causa da Penélope.

— Não estou fazendo isso por causa dela — respondo, mas lá está aquele olhar entre Jed e Jade de novo e, fechando a cara para os dois, eu pego o controle de volta e ligo o videogame.

Ainda tenho duas horas antes de precisar ir para casa e, quer saber?, vou matar um dragão.

— Isso não é sobre a Penélope, e, mesmo que fosse, quem se importa? A volta do Mg não muda nada.

Her Royal Highness   • H O S I E •Onde histórias criam vida. Descubra agora