capitulo 31

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Espero que todos aproveitem, e que minha família passe longe desses capítulos, porque hoje acordei realmente inspirada.
Kkkkkkk

Espero que gostem da música

Vicente

Eu os via ali, Sophia e Enrico, entregues um ao outro, os corpos sincronizados em um ritmo que só eles conheciam. O prazer dela era evidente, cada suspiro, cada expressão no rosto de Sophia gritava isso. E foi aí que senti um turbilhão de emoções me atingir de uma vez só: primeiro o ciúme, um sentimento ácido, que corroía lentamente. Depois a raiva, um calor abrasador que pulsava nas minhas veias. E, por fim, algo inesperado... o desejo. Um desejo avassalador, irracional, que me deixou desorientado.

A ideia de estar excitado enquanto assistia aquilo parecia absurda, até mesmo perversa. Como eu poderia estar excitado com algo que, em essência, deveria me ferir? Sentia-me traído pelo meu próprio corpo e mente.

Sei que muitos olham para esse tipo de relação e enxergam apenas o sexo. Mas não é só isso. Sei que o laço que compartilhamos vai além do físico, é algo mais profundo, mais visceral. Ainda assim, é impossível ignorar como o sexo se torna um eixo poderoso, girando ao redor de tudo, manipulando nossos pensamentos, mexendo com nossos instintos mais primitivos. A mecânica dessa dinâmica... pode repugnar alguns, pode excitar outros. E ali estava eu, descobrindo, chocado, que fazia parte do segundo grupo. Que loucura. Nunca pensei que eu teria esse lado em mim.

A culpa me invadiu logo em seguida, um peso esmagador que me puxava para baixo. Porque naquele momento, eu não queria só estar com ela, eu queria possuí-la. Queria marcá-la de uma forma que ela nunca esqueceria, dominá-la por completo. O prazer dela só viria depois do meu. Seria uma punição silenciosa por querer dois homens ao mesmo tempo, por dividir o coração e o corpo entre nós. E eu queria que ela soubesse disso, que sentisse isso - minha posse sobre ela, antes de qualquer coisa.

Esse desejo de controle era algo que me assustava. Era sombrio, distorcido, algo que eu nunca associei com o amor. E isso me perturbava profundamente. Quem eu estava me tornando? Nunca fui esse tipo de homem. Nunca pensei que sentiria algo tão feroz, tão egoísta, ainda mais com a mulher que eu julgo amar. Isso era amor? Ou era algo mais sombrio, algo que emergia do lado mais obscuro da minha psique? Eu precisava de respostas. Precisava de tempo para entender quem eu realmente era e o que estava acontecendo comigo. Talvez eu precise de ajuda, alguém que possa me guiar por essa confusão de sentimentos. Porque no fundo, eu não sei se posso ou se devo  querer isso para alguém que amo.

Estou no meu apartamento, saboreando uma cerveja após uma faxina. Ao contrário da casa da Sophia, meu espaço é minúsculo, quase sufocante. Só bebo uma, não posso abusar por causa da minha saúde, mas o que me intoxica não é o álcool. É a lembrança dela. Passei tanto tempo ao lado de Sophia que agora, com a distância, parece que estou perdendo uma parte de mim. Tento me distrair, mas tudo me leva de volta a ela.

Sem resistir, enfio a mão no bolso e pego meu celular. Preciso ouvir sua voz. Aquela voz doce e provocante que me faz querer estar perto, mesmo quando sei que não deveria.

O celular toca quatro vezes antes de ela atender.

— Vicente!

A voz doce dela ecoa do outro lado da linha, e um calor imediato me preenche.

— Oi, minha gatinha. Tudo bem com você? — pergunto, tentando disfarçar a ansiedade que me consome.

— Sim, está tudo bem. Só estou com saudades de você... Precisamos conversar, Vicente. — Ela suspira, e meu peito aperta.

— Eu sei... também estou com saudades. Só estou um pouco confuso... — admito, deixando transparecer mais do que queria.

— Você não gostou de me ver com o Enrico, né? Desculpa, Vicente...

Doce Aluna~Triângulo  De DesejosOnde histórias criam vida. Descubra agora