Capítulo 2 - O bater de asas

633 34 44
                                    


Anteriormente:

Ao chegar ao aeroporto, fez algumas graças com Bahia e Silveira pros stories, é aí que tudo muda, uma mudança de rota mínima muda tudo. Quando estavam subindo no pequeno avião, o celular de Marília toca, coisa que em outra ocasião ela deixaria pra ver o que a pessoa quer depois, mas essa ligação ela sentiu que precisava ver quem era. Dito e feito, o nome de sua ex-sogra no visor e seus pensamentos se direcionaram a Léo, esse foi seu primeiro bater de asas, essa ligação a fez pausar o que estava fazendo para atender.

Ligação:

"Zaida? Aconteceu algo? Léo está bem?"

"Oi minha filha, está tudo bem, nada que não possa ser controlado, mas Léo está com febre, talvez por conta da vacina. Tá te chamando, quer você, pensei que talvez...você explicando que vai trabalhar ele aceite melhor."

A febre de Léo foi o estalo que deu em sua mente e, ao invés de falar que passe o telefone para o seu pequeno, Marília preferiu dizer que estava a caminho.

"Farei melhor, estou a caminho, me resolvo depois com o show"

"Tem certeza, minha filha?"

"Tenho, Zaida. Sinto que é com o Léo que tenho que estar hoje." – Disse isso com um semblante calmo, sereno, e um sorriso surgiu em seus lábios ao lembrar de seu pequeno.

"Está bem minha filha, estamos te esperando, cuidado no caminho pelo amor de Deus, meu amor"

"Tá certo, Zaida. Iriei com cuidado, sim?" – Marília riu da preocupação da mulher, ela se preocupava com a morena do mesmo jeitinho que sua mãe fazia.

Marília desliga o telefone

Ao sair da ligação, Marília percebeu que estavam a sua espera, agora precisava se resolver com Bahia e Silveira.

"Babá, vai na frente, Léo precisa de mim, eu dou meu jeito de chegar depois, qualquer coisa adiamos o show pra amanhã, sim?"

"Aconteceu alguma coisa com o meu sobrinho?" Silveira se pronunciou colocando apenas a cabeça pra fora do bimotor.

"Não, tio, nada demais. Ele está com uma febre e tá me chamando, sinto que preciso ir ficar com meu menino um pouco. Eu me viro pra chegar em Minas depois. O show vai acontecer, qualquer coisa adia para amanhã, pode ser?" Dito isso, Henrique sabia que não teria como contestá-la, estava decidida, e como ela disse...poderia entrar num acordo e adiar para o outro dia, no momento, para Marília, o importante era estar com seu pequenino.

"Vai lá, Marília. A gente segura as pontas." Ao dizer isso, Bahia e Silveira entraram no avião, rumo à Minas Gerais, deixando em Goiânia uma Marília ansiosa, ansiosa pra ver seu pequeno, uma estranha ansiedade, tinha borboletas no estômago, não se lembra da última vez que sentira esta ansiedade para ver seu filho.

Seguindo os próximos fatos, Marília pediu um uber em direção a casa de Zaida, encontrou a mulher já na porta a sua espera, com o pequeno Léo no colo que ao ver a mãe, como que automático estendeu as mãozinhas e seu corpinho para que sua mãe o tomasse em seus braços. Assim que Léo se aninhou no colo da mãe, as duas mulheres entraram na casa e Marília se dirigiu ao sofá, na intenção de colocar o pequeno lá e checar como ele estava, como esperado, não conseguiu, por um motivo simples: Léo enganchou seu corpinho ao de sua mãe como um bebê coala, e não soltava por nada, quanto mais Marília tentava, mais Léo colocava força em seus bracinhos, como se tivesse medo da mamãe dele ir embora, sendo assim, a segurava por pura precaução.

"Leozinho, a mamãe veio te ver, deixa ela te colocar no sofá neném. Ela não vai correr não" a voz de Zaida ecoou na direção da porta da cozinha. Ao ouvir a fala da ex-sogra, Marília teve uma gostosa sensação de déjà vu.

Flashback:

Marília havia chegado em casa após mais um show e uma longa viagem, encontrou em casa sua mãe, dona Ruth e seu pequeno pedacinho de céu, Léo que imediatamente tomou o tecido de seu vestido em suas pequenas e gordas mãozinhas e passou a andar arrastando a mãe por toda a casa, que achava graça e dizia "Léo, a mamãe não vai embora" e filmava a reação do bebê para mostrar aos seus fãs como o pequeno ficava quando ela chegava em casa, enquanto dona Ruth dizia ao fundo "a mamãe foi trabalhar, Léo"

Flashback off.

Achou graça da reação do filho, que na realidade era sempre a mesma, com algumas diferenças, Léo sempre grudava na mãe quando ela passava muito tempo fora, na verdade, sempre que podia Léo estava grudado na mãe, e Marília adorava, claro. O que era engraçado, pois a leonina normalmente não gostava de tanto grude, mas com Léo era diferente, Léo era seu grudinho, o leãozinho da mamãe como ela o chamava, e o garoto adorava ser chamado assim, sempre que ouvia o apelido, Léo sorria, sempre abria seu largo sorriso, com os dentinhos marcados pelo constante uso da chupeta, mas tão igual ao dela. A verdade é que Léo estava cada dia mais parecido com Marília, tinha traços de Murilo, claro, mas os de Marília eram predominantes e ela os via claramente em seu pequeno pedaço de céu. Ainda com o menino agarrado em si, Marília percebeu que só estavam os 3 na casa, ela, Léo e Zaida. Murilo provavelmente logo chegaria pra ficar com o filho, já que ela pediu que o olhasse. Naquele momento, Marília decidiu não pegar muito no celular, sendo assim, o desligou pois queria curtir o filho pelo menos um pouco antes de ir ao show que, com algum esforço, Bahia convenceu o contratante a adiar para o dia seguinte. E aquela tarde foi isso: Marília, Léo e algumas vezes Zaida chegava a brincar um pouco com os dois.

No fim de tarde, Léo tirava um cochilo, cansado de toda a brincadeira com a mãe, Marília se encontrava na cozinha com Zaida fazendo um lanche e conversando, quando elas ouvem um barulho na porta, Marília paralisou, essa foi sua reação, Zaida se prontificou em ver o que estava havendo, era Murilo que havia chegado, completamente desesperado e desolado, o choro não lhe permitia completar uma frase, a partir daí tudo estava em câmera lenta para Marília, que finalmente teve a reação de se mover até a porta da cozinha e ver o que estava acontecendo, se deparou com uma cena bastante incomum as vistas de Marília, já que seu ex sempre foi muito equilibrado: Murilo sentado no sofá tentando se fazer entender para sua mãe, muito confusa com o estado do rapaz. A única frase que o homem sabia proferir era "eu a perdi, mamãe eu a perdi", Marília continuava imóvel, seu corpo não obedecia a seus comandos, queria entender o porquê de Murilo estar aos prantos, e quem? Por Deus, quem ele perdeu?




Opa, voltei!! continuação do capítulo de ontem tá aí pra vocês.

Boa leitura!

O efeito borboletaOnde histórias criam vida. Descubra agora