Prólogo

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Percy Jackson, Annabeth Chase e Thalia Grace dirigiam-se a uma missão de resgate há cerca de 800 km do acampamento meio-sangue.

Era a sexta-feira anterior às férias de inverno. Senhora Jackson levava os três semideuses em uma viagem de cerca de oito horas de carro de Nova York até Bar Harbor, Maine. A chuva e neve castigavam a rodovia.

Percy, Annabeth e Thalia não se viam há meses, mas em meio à tempestade a ideia do que estavam prestes a fazer os deixava nervosos o bastante para se manterem quietos durante toda a viagem. Ao contrário da sra. Jackson, que falava mais quando estava nervosa. Por fim quando eles finalmente chegaram a Westover Hall, já estava escuro e ela havia contado a Annabeth e Thalia todas as histórias embaraçosas de bebê que havia para contar a respeito de Percy.

Thalia limpou o embaçamento da janela do carro e olhou para fora.

—Ah, sim! Isso vai ser divertido.

Westover Hall assemelhava-se com um castelo de um cavaleiro malvado. Era toda de pedras pretas, com torres e janelas em fenda, e um grande conjunto de portas duplas de madeira. Ficava sobre um penhasco nevado que dava para uma grande floresta gelada de um lado e o oceano cinzento e turbulento do outro.

—Vocês têm certeza de que não querem que eu espere? — perguntou Sally.

—Não, mãe, obrigado. — Percy disse — Não sei quanto tempo vai levar. Vai dar tudo certo.

—Mas como vocês vão voltar? Estou preocupada, Percy. — O menino esperava não estar corando. Já era bastante ruim ter de depender da mãe para levá-lo para as batalhas.

—Está tudo bem, senhora Jackson. — Annabeth sorriu tranquilizadora. Seus cabelos loiros estavam enfiados em um gorro de esquiador e seus olhos cinzentos eram da mesma cor do oceano. — Nós vamos mantê-lo longe de encrencas.

Sally pareceu relaxar um pouco. Ela acreditava que Annabeth era a semideusa mais sensata que já conseguiu chegar à oitava série. E estava certa de que Annabeth quase sempre evitava que Percy fosse morto. Ela tinha razão, mas isso não significava que Percy gostava disso.

—Está bem, queridos. — disse a sra. Jackson — Vocês têm tudo o que precisam?

—Sim, senhora Jackson. — disse Thalia. — Obrigada pela carona.

—Pulôveres de reserva? Vocês têm o número do meu celular?

—Mãe...

—A sua ambrosia e o seu néctar, Percy? E um dracma de ouro para o caso de você precisar entrar em contato com o acampamento?

—Mãe, é sério! Tudo vai dar certo. Vamos, meninas.

Ela pareceu um pouco magoada, e Percy sentiu uma ponta de arrependimento por isso, mas estava pronto para sair daquele carro. Se sua mãe contasse mais uma história sobre a gracinha que ele era no banho quando tinha três anos, o garoto provavelmente se enterraria na neve e morreria congelado. Annabeth e Thalia seguiram-o. O vento soprou através de seu casaco como adagas de gelo.

—Sua mãe é demais, Percy. — Disse Thalia depois que o carro da sra. Jackson sumiu de vista.

—Ela é bem legal — Ele admitiu. — Mas e você? Às vezes entra em contato com sua mãe? — Assim que ele disse isso se arrependeu. Thalia era ótima em lançar olhares malignos, com aquelas roupas punk que ela sempre usava, o casaco militar rasgado, as calças de couro preto e as joias de correntes, o delineador preto naqueles intensos olhos azuis. Mas o olhar que ela o lançou naquele momento foi perfeitamente do mal.

—Como se isso fosse da sua conta, Percy...

—É melhor a gente entrar. — Interrompeu Annabeth. — Grover deve estar esperando.

Di Angelo | A maldição de AtlasOnde histórias criam vida. Descubra agora