Ah o espaço. Que falta eu senti de te apreciar. A Terra é tão pequena comparada com a imensidão que a cerca. E céus, não sei como aguentei humanos por tanto tempo. Sempre gananciosos e se sentindo superiores a qualquer um, acham que sabem de tudo mas a verdade é que não chegaram nem na metade ainda. Quem dera eu pudesse ficar observando a formação de planetas e estrelas, porém além de não ser imortal tenho meus objetivos. Infelizmente, nem tudo é o que queremos que seja.
— Saia. Nós chegamos - disse um guarda, me puxando bruscamente para fora da cela eletromagnética e colocando um Laser em minhas costas como forma de ameaça. E ele ainda acha que isso me da medo. Deu até vontade de rir. Era difícil andar em linha reta com meus tornozelos e pulsos algemados mas de alguma forma conseguimos chegar em uma porta grande e redonda. Ela rapidamente se abriu e mais dois guardas totalmente armados me puxaram para a Limpeza. Ninguém nunca me explicou que tipo de gás aquele lugar liberava, porém me sentia como se tivesse tomado banho cinco vezes seguidas. Aquele jato de gás em contato com minha pele me fez lembrar de quando eu era a guarda. Nunca fiz questão de trabalhar nesse ramo, mas recordo que o diretor escolhia a dedo quem ele queria como guarda. E por algum motivo, ele sempre me escolhia. Era um inferno, visto que tinha que levantar duas horas antes do prisioneiro chegar para vestir a farda e arrumar a cela. Bom, cela não. Era mais um quarto comum, só que com câmeras. E dessa vez, eu era a prisioneira. Irônico não?
Rapidamente me levaram para a sala onde aconteciam os anunciamentos. Meus ex-colegas a chamavam de Pátio Espacial, pois era grande o suficiente para ser considerada um pátio e era no espaço. Era lá que Rein, o vice-diretor, reportava quem chegaria ou o que Os Conselheiros tinham decidido sobre algo que havia acontecido. A cúpula, que nos permitia assistir à chuvas de meteoros ou apreciar as estrelas, ainda era a mesma. Gigante e transparente, e de algum jeito, sempre limpa. Esse lugar me trás lembranças.
O problema, era que o lugar não estava vazio. Pelo contrário, todos os alunos da Academia Halow estavam reunidos e perfeitamente alinhados em fileiras. Corri os olhos entre os alunos, e por momento pensei tê-lo visto outra vez. Reconheceria os olhos negros em qualquer lugar. E quando dei uma segunda olhada, só vi olhares de desgosto ou medo. Que bobagem. Minha mente pregando peças novamente. Achei que as alucinações tinham parado. Pelo visto, terei que pedir os remédios de volta.
Os alunos estavam divididos pela metade deixando uma passarela entre eles para que eu pudesse passar. Já vi isso acontecer tantas vezes, que chega a me entediar a forma como eles ainda realizam A Iniciação, não mudou nada. Chegando mais perto, pude ver que um pequeno palco estava montado onde todos os professores, incluindo o vice-diretor, estavam me encarando com uma certa decepção no olhar. Entretanto, Eduard Johnson Halow, o novo diretor da academia, me olhava com expectativa enquanto se aproximava do púlpito de madeira rústica, começando a falar:
— Samantha Stone. Você foi julgada e condenada, e como forma de punição terá que ficar aqui até completar maioridade. Uma das maiores e mais aterrorizantes assassinas - assassina?! - está entre nós, e nós, da Academia Halow, estamos abertos às suas desculpas. - O brilho de ansiedade aumentou. Não preciso ler sua mente pra saber o que vai acontecer agora - Ajoelhe-se como forma de perdão.
O lugar ficou ainda mais silencioso que antes. Agora, nem as respirações eram ouvidas. Tentei chegar mais perto mas os mesmo guardas de antes me puxaram para trás. O diretor fez um gesto para que os dois me soltassem, e assim foi feito. Me aproximei o bastante para quase encostar nossos narizes. Eduard não era velho. Deveria ter por volta dos 40 hoje em dia. Contudo, sua aparência não correspondia a sua idade. Ele tinha os mesmo cabelos castanhos encharcados de gel e penteados para trás, no entanto já não existia a barba rala que ele um dia teve. Nem seu sorriso despreocupado com dentes brancos e enfileirados encontrava-se em seu rosto. Eu esperava. Depois daquele dia, seria difícil sorrir de novo. Logo passei a encarar aqueles olhos caramelos, e assim que os encontrei ri de forma áspera e sarcástica. Um riso seco.
— Eu não me ajoelho diante de ninguém. E você sabe bem disso, Eduard - respondi de forma grosseira. Pude ouvir vários sons de surpresa sendo feitos atrás de mim. Não percebi quando acionaram o choque das algemas, só me lembro de sentir uma dor grande subindo pela minha espinha. Depois, um grito e a escuridão me consumiu aos pouco.
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Mais uma brisa, mas essa eu até que gostei. Se acharem ruim, culpem minha professora de química por ser chata e irritante. É uma coisa que talvez eu continue, então não vou deixar como concluída.
Estou aberta a críticas e ideias.
Beijinhos,
Até a próxima brisa...
Ps: Me desculpem qualquer erro ortográfico...
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Ajoelhe-se
FantasyMais uma das minhas brisas, e como sou meio ruim em fazer sinopse, só lendo pra descobrir... !PLÁGIO É CRIME! NÃO COPIAR, SE INPIRAR.