Nightmare

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Wanda já estava acostumada com a solidão, mesmo quando seu irmão Pietro era vivo, ela se sentia de alguma forma incompleta e com isso vinha a sensação de incompreensão. Eles tinham que confessar que entraram em uma grande roubada ao se voluntariarem para um experimento que nem eles sabiam o que resultaria, só mantinham a promessa que eles mudariam o mundo. E até então morena, queria mais que mudar o cenário de guerra em que cresceu em Sokóvia, queria vingança do homem responsável pela criação das armas que mataram seus pais.

A pequena e ingênua Wanda queria muitas coisas no passado, e como bem sabemos nem tudo correu como planejado. Virou uma Vingadora mudando de lado de última hora, perdeu o irmão, depois tempos mais tarde o Visão na guerra contra Thanos e agora ela era incomodada com visões de Natasha caindo de um penhasco.

Isso a incomodava demais, ela tinha sobrevivido ao blip como Natasha, Steve, Tony e alguns mais. Mas o por que desses sonhos? Pareciam tão reais.

―Ainda com insônia, bruxinha? – A voz suave da espiã saltou na cozinha do complexo fazendo com que Wanda se assustasse a ponto de derrubar sua xicara de chá quente. ― Oh, droga! Não se mexa, está descalça, eu vou limpar isso aí! Você se queimou? Está machucada?

― Nat, não precisa. Se acalme, Nat! – Wanda riu quando Natasha nem a ouviu, estava no automático. Pegou os cacos colocando em uma caixinha de leite vazia, varreu o resto e passou um pano para se certificar de que ninguém teria grandes danos ao passar por ali até a empregada do complexo vir e de fato fazer uma faxina geral. ― Você sabe que num movimento de mãos eu poderia consertar a xicara e ainda teria meu chá, não é? – A ruiva mais nova perguntou divertida e escutou a mais velha bufar.

― Não zombe de mim, Wanda. – Fez beicinho cruzando os braços apertando os seios fartos, coisa que não passou despercebido por ela e muito menos por Natasha ― Eu só queria ser útil para você. É automático para mim querer cuidar de você.

― Não gosto que me veja como criança, Natasha. – Reclamou Wanda em uma careta e Romanoff negou imediatamente parando na frente dela e dando-lhe um leve beijo nas têmporas, movimento que fez com que a ruiva fechasse os olhos para receber tal carinho. ― Você sabe o quanto é difícil ficar irritada com você agindo assim, Romanoff?

― E é por isso que continuo fazendo. – O sorriso cálido e quente da agente preenchia o lugar de maneira tímida. ― Eu sempre cuidarei de você, Wanda. E isso não tem nada a ver comigo achar você uma criança. Apesar de sim termos uma diferença de idade, é claro.

― Certo...- Um sussurro escapou dos lábios da bruxa. ― Não vamos discutir sobre idade.

A espiã assentiu com cabeça devagar e se virou.

― Vou fazer outro chá para nós. Chá Inglês, acertei? – Natasha perguntou já sabendo a resposta. Então não precisou necessariamente de uma resposta.

Wanda observou a mulher preparar seu chá e aquela agonia a tomou novamente, seu ar faltou, seu sonho não poderia ser de nenhuma maneira premonitório. Os flashes começaram a seguir em sua mente e sua mão começou a se fechar numa tentativa de controlar a magia que queria sair dela. Natasha estava em sua frente, colocando a água do chá para ferver, tentava se concentrar no que via, mas era extremamente difícil quando ela podia quase sentir quando o corpo chegou ao chão.

― Wanda? – A bruxa ouviu a voz suave da espiã, mas foi só quando as mãos de Natasha agarraram a suas que ela acordou de seu tupor. ― Você sabe que pode me contar qualquer coisa, não é? Eu estou aqui para você.

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