Desde já agradeço pela sua atenção e peço, antecipadamente, desculpas por qualquer erro aqui cometido.
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Sempre que sinto o vento frio acariciar de maneira selvagem a minha face e balançar fervorosamente minhas barreiras de calor, meu único e mais forte pensamento é sobre você e em como nos aquecemos nas noites frias. Apenas por pensar nisso meu peito esquenta e é inevitável sorrir. A sua simples lembrança é de uma quentura gostosa e alegre...
Em dias frios assim, gosto de sentar no sofá com uma xícara de chá bem doce e quente entre as mãos e lembrar de quando nos conhecemos naquele inverno há vários anos atrás... Eram as férias do colégio e minha família e eu havíamos viajado para a casa dos meus avós. Sempre íamos lá nessa época do ano.
Pela primeira vez desde que consigo me lembrar, meus pais me deixaram sair sozinho para andar na vizinhança e ir no parque (aquele onde todos os jovens se reuniam para qualquer coisa quando não tinham nada para fazer). Eu já estava com treze, quase catorze anos naquele então. E apenas quando terminei de cumprimentar alguns amigos (fiz amizade com todos os garotos do bairro dos meus avós quando ia para lá nessa época do ano) foi que notei você. Era a primeira vez que eu te via ali e perguntei para um dos meus amigos quem era "o garoto novo com cabelo raspado", e ele me disse que também não sabia, que era a primeira vez que te via ali também. Lembro de ter encarado na sua direção por mais um tempo antes de ter a minha atenção chamada para algum jogo que meus amigos queriam fazer. E enquanto nós jogávamos (até hoje não lembro bem o jogo, pois sequer prestei atenção), você continuava lá, no mesmo lugar, sem falar nada e com ninguém... E me incomodou o fato de você estar sozinho, pois foi o mesmo que aconteceu comigo a primeira vez que fui lá. Então eu decidi que iria falar com você.
Na bravura dos meus treze, quase catorze anos, e no frio horrível daquele inverno, caminhei até onde você estava sentado enquanto mexia os pés para frente e para trás e me sentei ao seu lado. Você me encarou surpreso e parou de balançar os pés. Eu sorri e disse "oi" e lembro de ter perguntado seu nome e quantos anos tinha. Catorze anos. Havia feito aniversário haviam duas semanas. Você estava usando um cachecol vermelho com bolinhas brancas ao redor do pescoço e luvas do mesmo padrão, mas achei estranho você estar sem um gorro, toca ou qualquer coisa na cabeça, ainda mais pelo fato de que você tinha os cabelos raspados. Só que eu não perguntei o motivo porque meus amigos logo se aproximaram e logo todos nós começamos a conversar. Você era meio tímido no começo, mas logo ficou amigo de todos. Depois daquele dia, durante todo o restante das minhas férias, nós todos fomos ao parque ou nos juntamos na casa de alguém para brincar e jogar e falar sobre nossas escolas e o que queríamos fazer nos outros dias...
Nesse momento não consigo evitar de sorrir. E apesar de o inverno já estar aqui, o frio eu não sinto, porque o seu calor ainda está aqui. Ainda sinto a pulsação quente do seu corpo me envolvendo e aquecendo até mesmo minhas orelhas sempre frias.
No final daquelas férias, combinamos de nos encontrar (todos nós) no próximo ano também, e foi o que fizemos. E nos dois anos seguintes, quando finalmente entramos no ensino médio, já estávamos com dezesseis anos e tínhamos trocado números de celular e e-mails. Dentre todos os amigos que fiz lá, você foi o mais legal e também o que mais me entendia e por isso nós éramos melhores amigos. Mas o que eu não percebi de cara (nenhum de nós dois, na verdade) era que os sentimentos de amizade íam mais além do que sentimentos de amizade deveriam ir...
Foi no meio do inverno dos nossos dezessete anos... Você me mandou uma mensagem perguntando se eu estava ocupado e eu disse que estava livre (meus pais, avós e minha irmã mais nova haviam ido ao shopping e eu estava deitado na minha cama), então você perguntou se poderíamos nos encontrar. Eu disse para você ir na minha casa porque eu não queria levantar da cama e você falou que levaria só alguns minutos -você morava duas quadras de distância. E quando chegou, me mandou uma mensagem para abrir a porta da frente e eu mandei outra dizendo que você podia só abrir e entrar, porque estava destrancada. Lembro que você estava molhado pelo chuvisco da rua quando chegou no meu quarto e me chamou de preguiçoso. Eu ri e me sentei na cama, levantando uma parte dos cobertores e falando para você entrar porque estava frio e só de te olhar eu já estava ficando com frio também.
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Uma história sobre nós...
FanfictionQuando você vem ao meu encontro no terrível e solitário frio do inverno, até mesmo as baixas temperaturas não me incomodam, pois seus braços, seu peito e todo o seu corpo tem a medida perfeita de calor para me aquecer. E eu amo isso, e amo você. {Ta...