A Imperatriz destinada

Capítulo I - O Retrocesso (Corrigindo)

"Acorda! Acorda, testa!"

A voz soava familiar, cortando o silêncio sufocante em que Sakura parecia estar presa. No entanto, ela não conseguia responder. Era como se estivesse enterrada dentro de si mesma, incapaz de mover um músculo. Tentou abrir os olhos, mas eles pareciam selados. O pânico começou a crescer, apertando seu peito. Era como se estivesse sendo sufocada por mãos invisíveis, presa em um vazio sem forma.

Ela queria gritar, mas sua voz não saía.

"Vamos, testa! Estamos atrasadas!"

A voz insistiu, agora mais próxima, carregada de impaciência e preocupação. Algo sacudiu levemente seu corpo, mas ela não conseguiu reagir.

Ino Yamanaka, inclinada sobre a cama, franziu a testa. Sakura nunca se atrasava. Não era o tipo de pessoa que ignorava o horário, ainda mais em um dia tão importante.

"Se você não levantar agora, vou no SEU lugar e tomarei o SEU título de Santa!" brincou, tentando aliviar o clima, mas havia um traço de apreensão na voz.

De repente, como se tivesse sido puxada de um abismo, Sakura deu um salto na cama. Seu movimento foi tão abrupto que fez Ino recuar com um sobressalto.

"S-Sakura?" perguntou a loira, hesitante.

A amiga não respondeu. Sakura estava sentada, mas algo em seu olhar parecia... errado. Ino conhecia aquele rosto há anos, mas agora não o reconhecia. Os olhos que a encaravam eram vazios, como os de um predador.

Antes que pudesse reagir, Sakura avançou como uma fera. Suas mãos se fecharam ao redor do pescoço de Ino, apertando com uma força assustadora.

"S-Sakura... p-para..." balbuciou Ino, mas a pressão em sua garganta aumentava a cada segundo.

O quarto parecia diminuir ao redor das duas, como se o mundo inteiro tivesse parado. Ino tentou se debater, mas sua força parecia nada comparada à de Sakura. O ar começou a faltar. Sua visão ficou embaçada, e uma sensação desesperadora de impotência tomou conta dela.

Do outro lado, algo dentro de Sakura gritava para parar. Mas não conseguia. Seus músculos pareciam agir por conta própria, como se ela fosse uma marionete de alguma força sombria.

Então, como um raio de luz atravessando as trevas, algo quebrou dentro dela.

"Porca?"

A voz fraca escapou de seus lábios, e suas mãos finalmente se soltaram do pescoço de Ino. Sakura cambaleou para trás, chocada, encarando as marcas vermelhas que deixara na pele da amiga.

"Não... não... isso não pode estar acontecendo!" Ela recuou para o canto do quarto, o olhar aterrorizado fixo em suas próprias mãos, que agora tremiam incontrolavelmente.

Ino caiu no chão, tossindo violentamente, enquanto suas mãos iam instintivamente para o pescoço. Sua respiração vinha em arfares dolorosos, e as lágrimas escorriam por seu rosto.

"Isso..." balbuciou a loira, a voz rouca.

"Ino... é você mesmo?" sussurrou Sakura do canto do quarto, os olhos cheios de lágrimas.

Aquelas palavras fizeram Ino erguer a cabeça, ainda ofegante. Ela viu a amiga encolhida, o rosto devastado pela culpa. Algo em seu coração apertou, mesmo com o medo ainda pulsando em seu corpo.

Sakura se arrastou hesitante para perto dela, as mãos trêmulas estendidas como se quisesse alcançar algo.

"Me perdoa, Ino! Por favor, me perdoa!"

As lágrimas escorriam descontroladamente pelo rosto de Sakura, que a envolveu em um abraço apertado. Por um momento, Ino não soube como reagir, mas a vulnerabilidade da amiga quebrou suas defesas.