A primeira festa

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Escrito por: RedWidowB

Notas iniciais: Olá! Bem, a inspiração para escrever essa fic veio quando assisti o MV da música "Drunked-dazed" do Enhypen. Acredito que a estória não tenha muitos pontos em comum com o clipe, mas achei interessante contar para vocês.

Além disso, gostaria de agradecer muito a bebeh1320alsey pela betagem e snuffyoon pelo banner e capa lindos! Muito obrigada pelo esforço e paciência, gente <3

Enfim, espero que gostem dessa loucurinha. Boa leitura!

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Em filmes, os introvertidos geralmente eram descritos como pessoas isoladas, certas vezes consideradas chatas, e até rancorosas por serem assim, pois a introversão parecia sinônimo de desgostar da vida e de pessoas.

De certa forma, Park Jimin concordava com a última afirmação. Ele não era lá o maior fã de seres humanos, ou de conviver com eles, mas isso de jeito algum o transformava no estereótipo infeliz e frustrado dos filmes.

Ele simplesmente preferia evitar situações em que sua bateria social fosse usada ao máximo, e não havia nada de errado ou triste nisso, principalmente quando aqueles com quem realmente se importava o entendiam e o respeitavam.

Jimin tinha amigos e uma vida social confortável para si, em que ele e seus amigos sabiam seus limites e vontades, e nem por isso sofria bullying ou ouvia ofensas.

A realidade era que, na vida real, em sua idade, todos estavam preocupados demais com a própria vida para lembrar de atazanar alguém por não ter ido à última festa, ou reclamar dos óculos de outras pessoas — pelo menos não ao seu redor.

Sabia que o bullying existia, óbvio, mas nunca entendeu por que tal coisa era retratada com tamanha falta de veracidade. O problema não era ser isolado, e sim existirem pessoas que não enxergavam, ou não queriam enxergar, que pessoas são diferentes, e que não respeitar isso é algo ruim.

Assim, Jimin não temia o assédio moral, ou qualquer agressão causada pelo simples fato de ser um nerd tímido que adorava passar suas noites lendo ou jogando, no lugar de ir para festas que, para o seu gosto, não eram agradáveis.

Se fosse sincero, nem achava que a maioria dos jovens gostava de ir para essas coisas. Tinha a impressão que a fase em que viviam, da transição de adolescentes para adultos, fazia com que a frase "só se vive uma vez" fosse levada muito à sério.

Sentia que poderia se arrepender no futuro, claro. Via como seus amigos apreciavam as poucas vezes que iam sem ele, além de sentir um pouquinho de inveja das histórias sobre bocas beijadas e toques que ainda não havia experimentado.

Porém, Jimin se via como apenas um garoto chegando aos dezenove. Preferia acreditar que ainda tinha tempo para viver tudo aquilo. Até ali, ele poderia ser simplesmente um amante de jogos, futuro engenheiro de software e filho único da melhor corretora da cidade.

Bom, a última parte era sua mãe que repetia, para que ele sentisse orgulho de suas origens. E ele sentia. Fazia questão de ser o apoio da mulher, assim como ela era o seu, e nunca faria o suficiente para demonstrar o quanto era grato por ter sido criado por ela.

Ser mãe solteira era difícil, e Jimin imaginava que ter um filho introvertido fazia as coisas serem um pouquinho mais complicadas, já que pouco se abrira com ela até os dezesseis.

Então, ainda que não dissesse a ela, fazia de tudo para compensar as noites que causou preocupação por simplesmente não saber o que fazer ou dizer. Ele estava ali por ela, exatamente como a mulher esteve em toda sua vida com ele.

Venus flytrap | YoonminOnde histórias criam vida. Descubra agora