𝖂𝖆𝖙𝖆𝖘𝖍𝖎 𝖓𝖔 𝕾𝖍𝖎𝖓𝖎𝖌𝖆𝖒𝖎: 𝑀𝑒𝑢 𝐷𝑒𝑢𝑠 𝑑𝑎 𝑀𝑜𝑟𝑡𝑒

CAPITULO I

Em meio à um mundo cinza e morbido havia uma figura esguia e obscura com cabelos avermelhados e olhos perigosamente atraentes repousando no galho de uma árvore seca, era o shinigami Yuta. Ele encarava a imensidão empoeirada enquanto segurava uma maçã podre em sua mão.

- Vai comer isso?- outro shinigami se aproxima, olhando com nojo a fruta escurecida e já com algumas larvas a devorando.

- Talvez... É a única coisa doce que temos por aqui.

- Doce? Ela já deve estar amarga.

- Até que você tem razão, Shotaro.- Yuta descarta a maçã, jogando-a no chão. Em seguida, surpreendendo o outro shinigami, ele pula do galho onde estava, encarando o vale onde ficava o portal para a Terra.

- Para onde vai?

- Buscar meu caderno.

- Você o deixou no mundo humano?- o deus mais jovem o encara assustado.

- Talvez...- ele responde tem tom neutro, levantando suas asas que eram negras como as de um corvo.

- É perigoso!

- Vai ser divertido, não conte ao rei shinigami, volto em alguns meses.

Yuta então abriu um sorriso ladino e levantou vôo, deixando Shotaro boquiaberto para trás, sabia que ele não o delataria, então poderia concretizar sua proeza tranquilamente.

...

Com os cabelos molhados e sem muito ânimo para subir para sua classe após terem literalmente enfiado sua cabeça no sanitário, S/n encontrava-se jogada no chão do banheiro feminino. Esse tipo de situação tornou-se mais normal do que imaginaria depois que acabou dormindo com o namorado de uma veterana.

Sabia que o que tinha feito foi errado, embora não tivesse nenhum remorso mesmo com o bullying que sofria. O que lhe restava era aceitar e cuidar para que suas notas não abaixassem, já que ainda precisava de indicações para ingressar em uma faculdade.

Suspirando, S/n se levantou, decidindo que seria lastimável continuar naquele chão imundo e então caminhou para fora do banheiro, iria até seu armário procurar uma roupa limpa e tomaria uma ducha no vestiário.

No seu caminho, enquanto ia para os armários, percebeu um caderno despencando dos andares de cima. Curiosa e já desconfiando que seria outra provocação, primeiro encarou a movimentação das salas de aula, após perceber que não havia nada demais acontecendo, foi até o caderno.

Assim que o pegou, reparou que era um objeto antigo, já com marcas de uso e com as páginas amareladas pelo tempo. A capa era inteira preta apenas estampada com as escritas "Death Note" em seu topo. Sem muita demora decidiu abri-lo, se deparando com uma série de termos de uso, todos escritos em inglês. Interessada, decidiu lê-los:

"O humano que tiver seu nome escrito no Death Note morrerá."

"A escrita do nome não terá efeito se o escritor não tiver em mente o rosto da vítima. Desta forma, pessoas que compartilham o mesmo nome não serão afetadas."

"Se a causa da morte não for especificada dentro dos 40 segundos, a pessoa morrerá devido à uma parada cardíaca."

Fechando o caderno com um sorriso debochado nos lábios, logo se pós a rir do conteúdo, afinal, qual seria a mente infantil capaz de criar uma ficção tão mal elaborada em um caderno velho e desgastado?