Capítulo 31 (contagem regressiva)

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Capítulo 31

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Capítulo 31

Contagem regressiva…

Enfim, a sexta feira chegou...

Fria, cinzenta e chuvosa. Pelo vidro da sala todo rebuscado dos pingos da chuva que caía lá fora, Samuel tentava afogar a mágoa na quinta dose de malte escocês quinze anos. As gotículas escorrendo pelo vidro eram como suas lágrimas escorrendo internamente. Por onde passavam, deixavam longos rastros de dor e saudade. Ele as omitia do seu exterior para tentar mostrar equilíbrio e sensatez. Mas, na verdade,  sua alma estava numa completa bagunça. 

A cada gole que sorvia da bebida, sentia o seu queimor amargo machucar sua garganta num corte lento e profundo. Ela trazia seus piores demônios interiores e isso estava  provocando medo. Havia uma fera  contida dentro de si, louca para se soltar. E tinha medo que quando ela rompesse as delicadas grades que a continham, não conseguisse controlar e os estragos que pudesse provocar fossem irreparáveis. 

O olhar perdido no jardim lá fora, procurava rotas de fuga. Tinha chegado a um limite emocional que não estava conseguindo mais sustentar. E as poucas horas que o separavam da sua clausura definitiva, consumiam o resquício da bondade que ainda tentava cultivar em sua alma.

Tinha perdido as esperanças de encontrar uma saída segura quando seguiu o gato da casa até o limite do jardim e pousou a mão sobre o muro, um tiro a longa distância acima dela fez respingar concreto em seu rosto. A ameaça era verdadeira. Dentro dos limites do atirador, estava "livre". Assim que a mira da arma não o alcançasse mais, a ordem era eliminar sem perguntar por remissa. 

O medo constante é um ótimo moldador de caráter. E nesse momento,  o caráter que está moldando não lhe dá orgulho. Ele mal segura a represa do ódio que construiu e prevê que quando ela romper, não será só a sanidade que será lavada...

O susto com o tiro, o fez se recolher de volta à sua prisão. Não era tão corajoso quanto pensava em desafiar aqueles homens treinados que o vigiavam. Tinha decidido esperar o final de semana e depois, caso não houvesse de fato uma saída, dar um final nessa história. Fosse ele feliz, ou cruel. Não se importava. Se não ficasse com a loura, não tinha mais sentido estar com outra pessoa. 

Só queria acreditar que não sentia esse sentimento sozinho. Que era mútuo. E esse silêncio dela, com relação aos seus sentimentos, trazia uma angústia insuportável. Keyla queria a sua liberdade. Era fato.  Mas, ele precisava saber se era por amor à ele ou culpa por ter o colocado nessa situação. Esse véu que encobria a verdade, o estava matando aos poucos de formas bem torturantes.

O que talvez, ainda o mantinha longe de uma tragédia pessoal, era saber que esperava um bebê.  Seu bebê.  E um bebê mudou a perspectiva de ser resgatado. Lhe dava uma esperança.  Aquela criança estava ligando pessoas que jamais trabalharam juntas em prol de uma causa. Samuel, implorou a Leonardo no meio da semana mais de uma vez, que convencesse a loura a ficar longe daquela casa. Queria ela em segurança. Seu filho a salvo das coisas terríveis que aqueles seus dois carcereiros poderiam fazer. Mas sabia, ninguém prende uma tempestade. E Keyla  era o próprio furacão em pessoa...

Sequestrando o PlayboyOnde histórias criam vida. Descubra agora