Capítulo 4 👑

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ALERTA: BROMANCE NOVO NO AR?

Fotos do primeiro-filho com o príncipe Alexander

FOTOS: Alexander e Magnus exibem amizade. Fim de semana juntos em Londres.

Pela primeira vez em uma semana, eu não estava irritado ao navegar por meus alertas do Google. A exclusiva à People fez muita diferença na mídia, ao exibirem frases genéricas sobre como eu 'estimava' minha amizade e minhas 'experiências em comum' com o príncipe. Se bem que a única experiência em comum deveria ser jogar essa frase no oceano e vê-la afundar.

Pelo menos minha mãe não tinha mais vontade de fingir minha morte, e eu já havia parado de receber tweets virulentos por hora, o que já era uma vitória.

Eu estava com um cansaço infernal ainda por tentar impedir que a imprensa destruísse a presidência, e essa ironia não passou despercebida, já que a aula do dia era sobre os escândalos sexuais da história.


Mandei uma mensagem pra Camille:

Quais as chances de um de nos envolvermos em um escândalo sexual antes do fim do segundo mandato?


Resposta dela em segundos:

94% de probabilidade do seu pau virar uma personalidade recorrente no noticiário. Aliás, viu isso?


Ela mandou um link anexado cheio de imagens e GIFs animados dele e de Alexander no This Morning. O toque com os punhos. Sorrisos íntimos e olhares conspiratórios. Embaixo, centenas de comentários sobre eles serem bonitos, e que ficavam bem juntos. Tinha um que dizia: pqp, se peguem de uma vez.

Eu ri tanto desse, que quase tropeçei num chafariz.

Ragnor me acompanhou em algumas missões de reconhecimento no Senado naquele dia. Ele sempre foi, e sempre vai ser o mais permissivo em relação às minhas travessuras.

Ao entrar no prédio, que eu conhecia como a palma da mão desde que meu pai havia sido eleito senador, eu lembrei que foi ali que eu aprendi todo o meu conhecimento enciclopédico sobre políticas, e onde eu passava mais tardes do que deveria, paquerando e ouvindo fofocas. Minha mãe até fingia se irritar, mas sempre perguntava, como quem não queria nada, se eu sabia de algo novo.

Como o senador Asmodeus Bane discursava sobre controle de armas na Califórnia, fui até o quinto andar, em vez do andar do meu pai.

Meu pai havia apadrinhado Rafael Santiago quando ele era apenas um procurador talentoso. Ele era meu senador preferido, e atualmente, o queridinho da política nacional, pois com apenas 39 anos, havia vencido uma eleição especial com virada surpreendente, e dominado a lista dos 50 mais bonitos da The Hill.

Eu havia passado o verão de 2018 em Denver na campanha de Santiago, e tínhamos nossa própria relação disfuncional baseada em Skittles de sabores tropicais e noites em claro esboçando comunicados de imprensa. Eu ainda sentia uma leve tendinite de vez em quando por conta daquele tempo, parecia até uma dor de estimação.

Rafael estava em sua sala com seus óculos de leitura, e aquela aparência de astro de cinema que acabou caindo na política por engano. Eu sempre havia suspeitado que aqueles olhos castanhos penetrantes, assim como as maçãs do rosto esculpidas, conquistaram o votos que ele facilmente poderia ter perdido por ser latino e assumidamente gay.

Muddy Waters tocava ao fundo, relembrando os tempos de Denver, enquanto Santiago derrubava a caneta em um monte de papéis bagunçados, se recostando na cadeira ao me ver.

Quando a Coroa diz NÃO, mas o Coração diz SIMOnde histórias criam vida. Descubra agora