Capítulo 24.

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*Maria Júlia*

incapaz, vulnerável e inútil.

Era assim que eu me sentia e era exatamente o que o homem à minha frente queria que eu sentisse.

- Vai embora daqui, Henrique - digo tentando ser o mais firme que consigo no momento - Como você me achou e como entrou aqui? - perguntei.

- Todo mundo é capaz de fazer qualquer coisa por dinheiro e também não foi preciso de muito depois daquela sua cena ridícula com o ceo rodar em toda a Nova York - aproximou-se de mim e empurrou meu corpo contra a parede me enforcando.

- Me solta, por favor - eu tremia, tremia de medo, de dor, as lembranças do passado estavam vindo a todo vapor e eu me sentia uma fracassada, fracassada porque treinei muito para saber me defender, mas no fim, eu sempre abaixava a cabeça.

Lágrimas rolavam por todo meu rosto e eu me sentia uma completa zero à esquerda, Henrique é o meu ex-namorado que fez todo esse estrago emocional em mim e, como podem ver, isso ainda me afeta muito. Sempre que eu estava bem ele me procurava e me deixava no fundo do poço, mas fazia anos que ele não aparecia e eu realmente achei que estivesse livre das suas garras dessa vez.

Ele aproximou seu rosto ao meu quase me beijando e começou a rir.

- Você é patética se acha que esse cara não vai te trocar pelo primeiro par de olhos azuis que ele encontrar - aproximou sua boca ao meu ouvido - assim como eu fiz.

fechei meus olhos afim de querer tentar sumir dali, ao menos por um momento..

- Quando você vai entender que mulheres como você não nasceram para serem amadas? até quando vai se permitir se iludir com uma vida que você nunca terá? garota estúpida - tirou sua mão do meu pescoço e meu corpo tombou para frente um pouco mas ele me pressionou contra a parede novamente.

Eu chorava feito uma criança, eu queria fugir, eu queria conseguir ir para longe daqui e ir para o colo da minha mãe, mas como? se ela já não está mais comigo, eu não tenho ninguém.

- Ele nunca vai amar você, ele pode curtir com você, mas amar você, pensar em construir uma família e ter uma vida ao seu lado, ele não vai querer isso, não se ele quiser ter a família perfeita.

- CALA A BOCA CALA A BOCA!! - Gritei em meio aos soluços tampando meus ouvidos.

- A verdade dói, Júlia. Entenda isso de uma vez por todas, você ainda pode ser minha amante se quiser, você não é isso tudo mas é o melhor que pode ter - por impulso empurrei seu corpo para longe de mim.

- Você nunca mais vai me ter, você me dá nojo - gargalhou como se tivesse ouvido a piada do século.

- A única pessoa que enoja os outros é você, patética, até mais, Júlia. Espero não ter que voltar para lhe lembrar do seu lugar e do que você merece.

Ele saiu porta a fora e corri a trancando e me encostei nela deslizando meu corpo e caindo no chão deixando as lágrimas tomarem conta de mim.

porque as pessoas são tão cruéis?

Meu corpo, coração e alma doíam, eu sentia como se meus pulmões estivessem parando de trabalhar, as mãos trêmulas e o corpo quente, era como se alguém tivesse me abrindo ao meio e arrancando meu coração para fora do corpo.

Abaixei a cabeça apoiando nos meus joelhos e me permiti chorar, por para fora toda a dor que eu havia segurado e prendido à anos e flashbacks surgiam na minha mente a todo vapor.

flashback on

- o que você estava fazendo com aquela mulher? - perguntei a Henrique - eu não gosto dela, avisei isso à você

Meu verdadeiro amor - Livro 1 da saga: Os cavalheiros Onde histórias criam vida. Descubra agora