Christopher= Eu não quero que fique presa, mas ao mesmo tempo, eu não quero que você se arrisque sozinha.
Dulce= Então só temos uma solução: você vai comigo e ponto. – firme. – Nós resolveremos qualquer empecilho.
Christopher= Vou atrás de um advogado.
Dulce= Tenho aquele que me ajudou na época do processo contra o governo e...
Christopher= Não. – sussurrou. – Quero um americano. Vou ter que resolver isso rápido.
Dulce= Você não vai, nós vamos! – corrigiu-o. – Estou contigo. Por favor, pare de me afastar.
Christopher= Não é te afastar, é ser coerente. – encarou-a. – Há problemas seus, há problemas meus e há problemas nossos. Esse é um problema meu!
Dulce= Não, Christopher. Não é assim. – subiu novamente o tronco e ampliou a distância entre eles. – Se somos casados, todo problema seu também é meu, e vice-versa.
Christopher= Estou dizendo que não! – arqueou as sobrancelhas. – Se estivéssemos vivendo o mesmo problema, estaríamos na mesma situação aqui!
Dulce= E nós estamos! – exalou, cansada de tal discussão. – Se você não vai, eu não vou!
Christopher= Pare! Pare de querer segurar a sua vida por conta da minha! – ele sentou-se na cama. – Eu tenho um problema e preciso descobrir como eu vou resolver isso. A sua vida não tem um problema! – ela abriu a boca. – Dá pra você separar as coisas e entender, por favor?
Dulce= Não! – disse de imediato e em tom absurdo. – É óbvio que não!
Christopher= Pois então não entenda, Dulce! – bufou. – Não entenda! Apenas me obedeça e não faça nada! É só isso!
Dulce= Vá à merda! – levantou-se.
Christopher= Dulce! – arregalou os olhos.
Dulce= Na primeira eu relevo, mas na segunda, honestamente, vá à merda e não volte de lá tão cedo! – saiu do quarto, batendo a porta com força.
Poderia ouvir o marido e acolher a dor dele, poderia abraçá-lo, pensar com ele em uma solução, buscar respostas. Mas Christopher sempre fazia tudo ao contrário! Quando algo saía diferente do planejado, era nela que ele descontava a frustração, era com ela que gritava e tornava-se um homem tão diferente do que ela conhecia. Já havia vivido momentos assim antes, aprendera a lição, e não estava disposta a vive-lo de novo.
Irritada, desfez a mesa posta, preparou um prato apenas para si e sentou-se no sofá da sala para comer. Baleia rapidamente correu até a dona, subindo com dificuldade até que pudesse ficar sentada ao lado da morena. Encostou a cabeça na coxa dela e permaneceu olhando-a sem nem piscar.
Dulce deixou a televisão ligada na CNN, e enquanto comia, analisava a grade da emissora. Vez ou outra, sem poder conter-se, dava um pedaço de carne para Baleia.
Christopher saiu do quarto logo em seguida, caminhou até a sala e viu a esposa concentrada na televisão.
Aproximou-se e ficou atrás dela, depositando um carinhoso beijo em seu rosto.
Christopher= Me desculpe. – sussurrou. – Por favor.
Dulce= Pelo que? – não tirou os olhos da televisão.
Christopher= Por ter sido grosso contigo. – viu-a colocar mais uma garfada na boca enquanto encarava o programa. – Estou estressado.
Dulce= Uhum. – murmurou enquanto mastigava.
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A Sósia - Volume III
RomansaDulce cresceu, aprendeu e amadureceu durante os quatro anos no México. Chegou ao país solteira, com o objetivo de entrar na acalmada emissora, Televisa. Terminou ganhando muito mais do que apenas um emprego, ela encontrou o amor de sua vida, casou...