Amor de anjo.

Capítulo único.

Notas do autor: Essa fanfic era para a semana de hallowen fora de época, mas deixei ela guardada e acabei desistindo da ideia. No meu instagram, vcs tinham pedido diferentes temas e um dos leitores pediu: anjos ou algo sobrenatural. Portanto, deixo aqui o resultado e espero que goste (não me lembro quem foi). A música do capítulo é esta acima.

Boa Leitura!

...

Anjo também se apaixonam. Pessoas, antes de serem pessoas, um dia foram anjos.

Anjos podem ser amaldiçoados e perderem-se em seus caminhos. Anjos com suas almas ligadas a outro, podem desviar de sua estrada linear e causar sofrimento ao seu eterno amante.

Em uma terra sagrada, denominada por humanos como Céu ou Olimpo, ocorria a entrega de almas para a terra. Um novo lar havia sido criado, pouco a pouco povoado pelo Deus da criação.

Ali, na fila criada por arcanjos, quiçá fosse o primeiro lugar onde olharam-se e o terrível choque se apossou de suas almas. Pois ela era um espectro de luz, pureza e calor. Aquela imagem tão intrínseca a sua angelical existência, que a cada olhar que recebia, existia gratidão e amabilidade. Assim como também havia a cobiça e a idolatria.

Sim, até mesmo o céu havia ganhado um pequeno aspecto de impureza em seu mundo puro e belo. Impossível não era, o Portador da Luz uma vez avisou. Daquele povo humano o impuro seria guiado para as portas douradas dos deuses e pouco a pouco viria a contaminar toda sua beleza. O pecado afeta até mesmo anjos recém criados, quietos abaixo de suas próprias asas, amistosos, mas desconfiados ao avistar qualquer coisa fora do lugar.

Incrivelmente sensíveis ao toque, palavras e gestos, desde o momento em que nasciam da nuvem mais quentinha naquele mundo, aprendiam de imediato a hierarquia dos céus. Diferente dos humanos, que eram aos poucos ensinados sobre a vida e o básico do que significa existir, anjos já tinham aquele pedacinho de conhecimento próprio debaixo de suas auréolas.

E se eram assim, tão sensíveis ao mundo celestial, quem dirá quando o coração prestasse seu papel na hora errada. Justo por ele.

Se ela era calor, beleza e sensibilidade, ele era o total oposto; frio, distante, dureza e o bruto do que deveria ser o amor.

Justo ele, aquele ser que eternizava o pecado do Portador da Luz e tantos outros ao criticar os humanos. A cada milênio surgia um para afetar a fé daqueles que nem sequer podiam desconfiar ou prestar qualquer ação que fosse contra o sagrado.

Diferente do Portador da Luz, aquele anjo frio, longe de estar na fila do nascimento, menos ainda era novo naquele meio sentia os impulsos breves do que representava sua angelical existência. Justo ele, ao olhá-la de pertinho e observar a reação de todos. Justo ele, logo ele. A também se encantar com o sorrisinho pequeno que crescia em seus lábios como o botão de uma rosa vermelha, fora também pego naquela bruma de calor e idolatria.

Mas detestou a sensação.

Assim como o anjo caído, aquele também tinha apego ao seu criador e guia. Era ele que ajudava cada arcanjo na preparação do nascimento dos pequenos anjos guiados para a terra. Todavia, se o Portador da Luz amava o céu ao todo e sentia profundo ciúmes do povo humano, Sasuke era o completo oposto nesse quesito tão pequeno e intenso.

E bastou que observasse a reação de todos ao redor daquele pedaço do sol e primavera, que ao mesmo tempo que o calor aos pouquinhos cultivou um espaço doloroso em seu peito, também enegreceu seu julgamento. E de tanto olhá-la, sentir aquela ligação indecente e improvável o fez criar o sentimento mais grotesco e repentino, que mais tarde viria a nascer no povo que amava, assim como previu: o ciúmes.