Único

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Narrado por Obito. Boa leitura!

A primeira vez que o vi, foi através das minhas lentes. Voltada para o que, no momento, me pareceu uma paisagem qualquer, minha câmera capturou seu rosto distraído e foi inevitável que um sorriso surgisse em meus lábios.

Sem que ele percebesse, tirei algumas fotos, aproveitando-me de sua distração e aparência perdida. Não pude evitar, a imagem era bela demais. Seus fios brancos e toda a palidez de seu rosto formavam um contraste absurdo junto aos ramos rosados da flor-de-cerejeira que estava atrás dele e, na minha ingenuidade inexperiente, cogitei que seriam aquelas as mais bonitas fotografias que eu tiraria em toda a minha vida.

Atualmente, anos depois, já não concordava com tal ideia, não quando a experiência com a fotografia e minha proximidade com ele me fez perceber que a cada foto, cada imagem que eu fazia de Kakashi Hatake, a ideia do belo parecia ainda mais insignificante, pequeno demais.

Nada jamais seria mais belo do que ele.

Me desculpe — Foi a primeira coisa que ele me disse quando, finalmente, olhou em minha direção — Eu devo estar te atrapalhando.

Eu precisei conter o sorriso.

Não se preocupe — Eu disse — Você parece perdido, posso ajudar de alguma forma?

Naquele momento, Kakashi arruinou tudo. Arruinou todas as chances que eu tinha de não me apaixonar por ele quando sorriu para mim.

Por favor — Ele pediu, o tom de voz exausto, embora bem-humorado.

Ele era calouro, assim como eu, mas por ter vindo de outra cidade, não conhecia o campus e acabou se perdendo. Durante algum tempo, senti pena, mas ela logo se esvaiu, uma vez que eu me dei conta que não o teria conhecido se não fossem aquelas circunstâncias.

Enquanto o guiava pelo local, não me importando nem um pouco com o fato de que teria que caminhar até a extremidade oposta da universidade, para o departamento de exatas, o ouvi falar sobre suas expectativas com o curso e me esforcei ao máximo para conter o meu sorriso.

Foi em vão, notei, quando seu rosto se avermelhou, provavelmente devido à atenção extrema que eu o dedicava.

Chegamos — Eu disse quando nos encontramos diante do prédio da matemática e ele suspirou discretamente, seu rosto lindo voltando-se ao meu quando disse as palavras que embora eu quisesse muito, não esperava ouvir.

Posso te pagar um café como forma de agradecimento?

Eu devo ter demonstrado parte da minha surpresa, pois ele riu baixo, maravilhosamente, e eu tentei me recompor.

Tem uma cafeteria ótima aqui perto.

Você me leva até lá? Amanhã às oito horas?

Ignorei o fato de que não teria aula naquele horário e que poderia dormir durante a manhã. O meu sono, embora precioso, pareceu muito menos importante do que passar mais algum tempo com o homem que eu havia acabado de conhecer e não sabia nada mais do que seu nome, seu curso e o quanto seu sorriso era lindo.

Claro — Respondi, observando-o caminhar em direção à entrada do prédio e desejando capturar aquele momento apenas porque qualquer que fosse a imagem formada, ela seria belíssima uma vez que Kakashi estivesse presente nela.

Durante as horas seguintes daquele dia, me encontrei em uma espécie de obsessão. Pensei em Kakashi por um bom tempo, principalmente enquanto tentava absorver o conteúdo das aulas e relacioná-los com a prática.

Belo - ObiKakaOnde histórias criam vida. Descubra agora