Capítulo 8 - Uma simpática Estratégia

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No Cativeiro

                   Khun estava mais uma vez conversando com Macau. Na sala todos sabem que falta pouco tempo para a Invasão. No cativeiro esse fato é só uma esperança.

                   — Quer dizer que Pete lhe beija e Vegas não os mata?

                    — Só quando eu tenho pesadelos. Mas agora tenho pouco. Principalmente se durmo na nossa casa nova.

                   Khun lembra que para Macau casa nova é a casa de Khon. Ele já se acostumou a assistir o pai babar os dois sobrinhos mais novos como se não houvesse amanhã. E o pai fingia não ligar tanto, talvez em respeito aos filhos para quem, por viver para proteger a família de todos os inimigos do passado, não tinha tido muito tempo.

                — Vou contar para o Vegas o seu segredo.

                — E eu conto para seu pai da Buppha.

                — E eu não o levo para conhecê-la. Se bem que a esta hora todos já conhecem -na.

                — Como assim, Khun?

               — Arm e Chan deve ter rastreado até os sinais de fogo que fizemos em nossas primeiras vidas.

               Macau soltou uma gargalhada gostosa.

Na sala de TV

                  No ângulo que estavam, só o rosto e colo de Khun apareciam na tela. De Macau os familiares só ouviam a voz. E agora a gargalhada. Depois do primeiro pão, o vigia arrumou mais comida para os prisioneiros e parecia que isso tinha revigorado um pouco mais o primo menor. Khun ainda racionava o que recebia dando parte do seu para o outro.


                  No cativeiro os dois prisioneiros conversam. Deitado sobre as pernas do mais velho, Macau entabula um discurso de perguntas quase infantis.

                  — Khun, será que na outra vida nos conhecíamos?

                  — Sim. E trouxemos um monte de dívidas para esta.

                  — Você diz isso porque nos odiamos?

                  — É. De certa forma, por isso.

                  — E Buppha? Acha que eu a conhecia?

                   — Por que quer saber disso?

                   — Porque você falou que ela era linda como uma flor e carente como um passarinho.

                   — E o que isso tem a ver com você?

                   — Você disse que eu sou passarinho.

                  — Você é um vira-lata. E, tecnicamente, quando disse isso você deveria estar dormindo.

                 — Estava com fome e não dormindo.

                 — Quando chegarmos em casa vou fazer Ming cozinhar tudo o que você gosta.

               — E por veneno, não é?

                — Nunca!

                — Você não sabe do que gosto, Khun! Como vai saber o quê pedir?

Inesgotável Amor             #KhunMacauOnde histórias criam vida. Descubra agora