Isso não pode se repetir

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Heloísa repassava os acontecimentos daquela tarde no lago. Lêonidas a surpreendeu de uma forma tão incrível que ela não conseguiu resistir e caiu em seus braços. Esse acontecimento já vinha sendo previsto pelos dois e ambos sabiam que a qualquer momento ela não resistiria e o deixaria se aproximar um pouco mais.
Foi uma tarde incrível onde ela pôde viver sensações inimagináveis. Aquele homem era capaz de lhe levar ao céu e ela se permitiu viver tudo com ele naquela tarde.
Se arrepender? Jamais. Ela não se arrependia. Depois de muito tempo conseguiu se sentir viva. Deixou a paixão brotar de todos os seus poros e se entregou por completo.
Nos dias que se seguiram ele tentou se aproximar algumas vezes, mas ela o afastou, pois havia sido convicta em suas palavras, seria só aquela vez. O que houve naquele dia não se repetiria.
Como fazê-lo entender que ela não poderia amá-lo como ele merecia? Lêonidas não aceitava e ela sabia que ele não desistiria. Assim como quando ele se aproximou algumas horas mais cedo, lhe tocou o rosto e os lábios, ela precisou tirar forças de onde nem sabia que tinha para afastá-lo. Mas a verdade é que estava cada vez mais difícil fazer isso e a qualquer momento alguém os pegaria assim tão perto se tocando ou até mesmo se beijando e ela teria que dar explicações que não queria. Não saberia o que dizer. Eles não eram um casal e nem seriam, por mais que ela repassasse em sua mente cada toque, beijo e sensação que ele lhe proporcionou quando estavam juntos.
Já era quase meia noite e ela desistiu de tentar pegar no sono. Desceria e prepararia um chá. O corredor estava frio e ela abraçou seu próprio corpo enquanto se dirigia para a cozinha. Havia uma luz acesa e ela pensou que Manuela esquecera de apagar. Parou na porta da cozinha e a figura sentada à mesa era a mesma que perturbava seus pensamentos.
- Lêonidas! - Falou o tirando do transe.
- Minha rosa! - Ele se assustou e se levantou. - Também não conseguiu dormir?
- É. Vim preparar um chá e já vou voltar pro quarto. - se dirigiu ao fogão evitando passar muito perto dele.
- A água está quente, pois acabei de preparar pra mim. - O rapaz foi até ela levando uma xícara. - Eu preparo pra você.
- Não precisa. - Ela disse mas já cedendo.
- Não custa nada.
Heloísa permaneceu de pé apenas estudando os movimentos dele enquanto fazia o chá. Ele usava apenas uma calça e uma camiseta branca que deixava seus braços à mostra e ela fez força para não chegar muito perto, pois não queria testar sua sanidade. Observar os músculos dele se movendo lhe provocou um arrepio por todo corpo.
O chá estava pronto, mas ele colocou a xícara de lado e se aproximou dela deixando uma distância mínima entre os dois.
- Minha rosa. - Heloísa prendeu a respiração, pois ele estava muito perto e seu coração estava acelerado. - Eu não sei como você consegue...
Ele levou uma mão ao rosto dela e se demorou a tocando. Um arrepio percorreu o seu corpo e ela sentou suas forças se exaurirem de vez.
- Consigo o que, Lêonidas? - a voz dela saiu num sussurro rouco.
- Fingir que nada aconteceu. Esquecer tudo o que vivemos naquela tarde. - Ele movia o olhar dos olhos para a boca dela.
- Eu apenas finjo, Lêonidas, mas eu não esqueço.
Heloísa levou a mão direita ao rosto dele e tocou sua barba revivendo a sensação de senti-lo tão perto e se inebriar com o cheiro dele novamente.
Lêonidas tocou seu lábio inferior com o polegar e ela fechou os olhos. A boca dele tocou a sua devagar. Ela sentiu que ele não queria forçá-la a beijá-lo, por isso lhe deu espaço para se afastar, caso quisesse. Mas ela não quis. Levou a mão à cabeça dele e afundou os dedos em seus cabelos. Como era bom senti-lo mais uma vez.
Ele a empurrou devagar contra o armário e seus corpos se uniram. Heloísa deixou o calor do corpo dele envolver o seu. Seus lábios se moviam em sincronia e ela apenas poderia se deixar levar. Não havia de onde tirar forças para continuar fugindo daquele homem.
A língua dele buscou a sua e ela sentiu as mãos dele em sua cintura como se fosse possível que seus corpos se aproximassem mais.
Maldito ar que se fez escasso obrigando os dois a se afastarem. Eles permaneceram com as testas unidas por alguns segundos.
- Lêonidas. - Ela o chamou o obrigando a encará-la. - Isso não pode se repetir.
- Minha rosa... - o rapaz tentou protestar.
- Eu vou tentar me afastar. Você sabe que não estou pronta pra viver esse relacionamento.
O rapaz se afastou e apenas a observou pegar sua xícara de chá e sumir para dentro da casa.

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⏰ Última atualização: Jun 18, 2022 ⏰

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