Ele inspirou seu cigarro, se aproximou de mim, deixando sua boca a milímetros, abri meus lábios, e ele soprou a fumaça turva fazendo-me respirá-la, me olhou com seus olhos castanhos e profundos, arrastou seus dedos gélidos pelo meu braço, fazendo arrepiar-me, segurou minha nuca e tomou meus lábios para si.
Miguel poderia ser um nome de anjo, mas se referindo a ele, poderia facilmente dizer que caiu dos céus, porque o próprio inferno habitava sua língua, ela lambia, era rápida, lenta, e quente, aplicando a medida certa de pressão e a liberando de forma a me deixar com os sentidos dormentes, ele mordia meus lábios, e me fazia arfar, o vapor quente saindo como fumaça devido ao frio. Ele encosta o corpo ao meu, posso sentir sua excitação pelas roupas, e beija meu pescoço, e juro que só queria entrar e tê-lo em minha cama, e foder gostoso porque sinceramente não aguento mais apenas beijá-lo, quero tocá-lo mais embaixo, mordê-lo por completo, e quero que grite meu nome da mesma forma que gritarei o seu, no meio do escuro e derretendo de suor.
- Ben - ele diz como um sopro
- Uhmm - eu realmente queria ter falado com mais segurança, mas saiu com um miado.
- A gente tem que parar - fala ofegante
- Por que?
- Porque - Miguel estala os lábios nos meus - tem alguém - mais um beijo - se aproximando - mais um - e temos que voltar - ele aperta minha bunda - pra festa, vão sentir nossa falta
- Você fala como se alguém fosse notar, as atenções estão voltadas para ela
- Mesmo assim - fala sobre minha boca, com nossas testas coladas
- E se notarem, vão pensar que estamos fumando, o que fizemos realmente
- Mas foi bem mais do que isso
- Eu sei - seguro sua mão e o puxo mais pra dentro do labirinto no jardim, jogando-o de costas na parede de folhas - só não pare agora, agora não por favor, só mais um pouco.
Ele me puxa com tanta força e desejo que esquecemos das horas, da festa e de todas as pessoas que estão lá, estamos ali por nós, e somente para nós. Mas ninguém podia saber disso.
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Caixa de Fósforos
Historia CortaCrônicas e textinhos escritos sem rumo nem um fio de planejamento, muito menos regras, sem um fim nem começo propriamente dito, e feitos eu momentos de tédio em aulas chatas. Boa sorte naturalmente não são tão bons assim.