Behind The Counter - WangXian.

Capítulo 24

O café da manhã termina, Wangji e Wei parecem estar em seu próprio mundo enquanto conversam com o pequeno A-Yuan, ambos mal notam que aos poucos todos deixam a sala de jantar, até que um de seus funcionários entre acompanhado de uma mulher de cabelos brancos, que sorri gentilmente para os dois mesmo que sua expressão mostre preocupação, Wangji é o primeiro a se levantar a reconhecer de quem se trata, um pouco surpreso aproxima-se para entender o motivo de sua vinda.

— Tadory? — a encarou confuso — O que faz aqui?

— Eu vim por Norami — diz de maneira simples — Ela está?

— Não, ela saiu daqui ontem a noite — ele vê a mais nova engolir em seco — Aconteceu algo?

— A..Norami, ela sumiu — mexe suas mãos nervosamente — Eu fui até a mansão hoje cedo, mas ele não estava lá.

Wei também se coloca de pé, sua expressão de tranquilidade sendo substituída pela preocupação.

— Como assim? — pergunta.

— Nós combinamos de nos encontrar hoje pela manhã, eu fui até a mansão mas ele não estava — suspira — Eu pensei que ela estaria aqui, mas...vocês falaram que ela saiu ontem a noite...

— Sim, ela recebeu uma ligação e saiu, nós pensamos que poderia ser algo relacionado aos negócios...

Wangji fica levemente perdido por alguns instantes, ele não quer parecer desesperado e sim acreditar que a alfa apenas estava em algum lugar, segura e bem, mas nada o convence que isso seja verdade e tudo que pode fazer é respirar fundo, Wei ao seu lado está atordoado uma expressão culpada assumindo qualquer outro sentimento preenche sua face, a alguns minutos de silêncio entre todos antes que o alfa diga algo.

— Vamos montar um grupo de busca e procurá-la nos arredores — diz tentando manter a calma — Falarei com Meng Yao e Cheng, para entrarem em contato com alguém de seus territórios, por horas iremos até a mansão verificar todo lugar.

Wangji sai rapidamente puxando Wei consigo em direção às escadas para deixarem A-Yuan em com Yanli, a mais nova estava lendo tranquilamente na varanda de seu quarto, sem ter qualquer noção do que estava acontecendo.

—Yanli — Wangji a chamou — Poderia cuidar de A-Yuan? Tenho que sair agora e Xichen não pode ficar com ele.

— Sim, posso — sorriu pegando o pequeno em seu colo — Aconteceu algo? Você parece aflito.

O alfa exitou por alguns segundos sem saber o que dizer, Wei tocou o seu ombro sorrindo para Yanli.

— Não é nada demais, apenas algumas coisas que precisamos resolver — deixo um beijo na testa de A-Yuan — Obrigado por cuidar dele.

A ômega apenas assentiu se despedindo de ambos. Wangji e Wei desceram as escadas novamente indo em direção a garagem, nenhum deles falou nada enquanto seguiam para a mansão, que ficava um pouco afastada na região das montanhas, onde poucas pessoas iam por estar realmente longe da cidade. Norami gostava do lugar pela tranquilidade, já que não era alguém realmente sociável, ás poucas vezes que descia até a cidade era para vê-los ou cuidar de negócios, fora isso a mais velha passava horas ali sozinha aproveitando seu próprio tempo.

— Acha que algo aconteceu? — Wei perguntou quebrando o silêncio entre eles.

— Não sei, eu quero acreditar que não — aperta suas mãos sobre o volante — Talvez estejamos apenas exagerando sobre tudo.

— E se for verdade?

O alfa não se limitou a respondê-lo apenas acelerou desejando chegar o mais rápido possível na mansão, depois de mais algumas horas na estrada, puderam ver finalmente a enorme mansão onde Norami morava, desceram do carro e seguiram até a porta que estava aberta, entraram e olharam ao redor vendo que tudo permanecia intacto, pelo menos no andar de baixo.

— É um pouco vazio aqui — Wei diz enquanto caminha tranquilamente pelo lugar — A poucos móveis, mas há muitos livros e caixas.

Sinaliza para caixas enormes que estão no canto direito da sala, encostado contra a parede.

— São armas — Wangji se aproxima de um dos baús — De todos estilos, gostos e tamanhos.

— Ela trabalha nisso a muito tempo?

— Não sei, antes mesmo de entrarmos nisso ela já contrabandeava armas — dá de ombros — Ela é uma das maiores dentro e fora do território, por isso está no conselho.

— Entendo.

Wei sobe as escadas, indo para o andar superior onde fica o quarto dá mais velha, ele nota que a pequenos pingos vermelhos no chão e deduz que aquilo é sangue, não tinha como aquilo ser tinta, devagar segue os pingos no chão que levam até o quarto do lado esquerdo do corredor, lá dentro a móveis quebrados e vários cacos de vidros espalhado pelo chão, assim com a janela que dá visão para floresta.

— WANGJI! VENHA ATÉ AQUI! — chama pelo alfa.

— O que foi? — pergunta subitamente preocupado.

— Olhe isso, alguém esteve aqui — sinaliza para o interior do quarto — Acho que pegaram ela.

— A janela está quebrada — aproxima-se da janela — Ela pode ter pulado lá embaixo.

— E sido pega enquanto corria pela floresta — Wei fala com certo pesar — É minha culpa.

O ômega se senta sobre a cama de casal no meio do quarto, lágrimas manchando seu rosto enquanto repete várias e várias vezes que é sua culpa, Wangji está ao seu lado o abraçando, tentando de alguma forma consolá-lo.

— Não é sua culpa, isso foi uma fatalidade — o aperta em seus braços.

— Se eu não estivesse aqui, nada disso teria acontecido — murmura contra o peito de Wangji — E se Ruohan pegou ela? E se ele matá-la?

— Wei, Norami é uma mulher forte, tenho certeza que ela vai ficar bem.

— O que nós vamos fazer? — afasta-se para olhar o rosto do alfa.

— Por enquanto, continuaremos com a busca pela região — suspira — Temos que rezar para que ela seja encontrada, de qualquer forma precisamos ir na reunião.

Não ir à reunião daria mais chances de Ruohan ganhar aquilo de alguma forma, seja lá o que tenha acontecido com Norami era completamente sua responsabilidade, mas com ou sem a mais velha precisavam ir até a reunião.

— Eu não ligo para reunião Wangji — segura os ombros do alfa — E se não encontrarmos ela? O que vamos dizer aos outros, o que vamos dizer a Yanli?

— Wei...

— Se não a encontrarmos, significa que ela morreu como todos os outros que eu conhecia? Por minha culpa, por minha causa?

Não há uma resposta para aquelas perguntas, e tudo que resta é o silêncio.