Meu... arque inimigo?

  A época é 1991, e na Rua dos Alfineiros, número 4°, de baixo das escadas em seu quarto, se assim poderia chamar o minúsculo comodo que cabia minimamente uma desconfortável cama, um menino baixinho de cabelos longos e dourados acabava de acordar, mesmo sendo apenas 6 da manhã. Desmotivado por vários motivos, e um deles por ter passado seu aniversário de 11 anos trancado como sempre no seu quarto, Ycaro suspira.

  Sem se mexer afim de não causar nenhum barulho pela cama enferrujada que rangia alto, e despertar tão cedo a irá de seu tio Válter, ele apenas olhava sem nenhuma emoção para o teto.

  Infelizmente, sua tia que acordava sempre cedo não tardou em dar fortes pancadas na porta afim de o acordar.

Petúnia: Acorda! - Gritou dando mais algumas batidas na porta - Café, já! - E saiu em direção a cozinha pisoteando.

  Sem outra escapatória, o menino levanta a contra gosto pela dor nas costas pelos socos e chutes que levará de seu primo no dia anterior, na volta da escola pra casa.

  Sua "família", que classificava como péssimos familiares, o tratavam mal e como um servo doméstico, e poderia até ser considerado um saco de pancadas vendo pelas surras que tinha que correr para não sofrer de seu primo e as vezes até do tio.

  Indo até a cozinha, Ycaro começa a quebrar alguns ovos e colocar alguns pães de forma na torradeira, afim de preparar um grande café da manhã que comeria apenas as sobras, isso é, se sua tia estivesse de bom humor consigo.

Deixado a mesa preparada, sua tia chama o resto da família e todos se sentam pra comer a comida que cheirava tão bem ao olfato de todos, e mais tentadora ainda ao menino que estava faminto e sem comer nada a 24 horas.

Válter: Garoto, faça algo de útil e vá pegar a correspondência! - Disse desviando do prato que já estava quase vazio de tão rápido que comia.

Acenando, Ycaro vai até a porta e pega uma pilha de cartas, as folheando antes de ir até a cozinha, ele ve uma diferente e que estava marcado para si. Olhando para os lados, ele passa essa carta em específico pela portinhola que tinha na sua porta do quarto, e espera seus tios acabarem o café para ler em paz depois.

Quando eles acabaram de comer, Ycaro juntou tudo e começou a lavar a louça toda, triste por ver que hoje não tinha restado nada para comer, então sua única felicidade do dia se resumia em esperar boas notícias vindas da carta.

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  Em outro lugar, na londres trouxa, um menino de cabelos pretos e um pouco bagunçados olhava pela janela do seu quarto. O menino em questão é um órfão, e nasceu e cresceu no Wool's Orphanage, seu nome era Rodrigo Ximenes, mas preferia ser chamado de Saiko pra evitar o nome tão comum, como assim achava.

  Brincando de levitar alguma das pedras bonitas que colecionava e deixava a beira da janela, o menino se perguntava o que faria no dia.

  Eram 6 da manhã, mas o garoto sempre acordava cedo pois sabia que o café da manhã do lugar era limitado, mesmo sendo péssimo e totalmente sem sabor.

  Saiko pelo menos se sentiu feliz em ter um quarto só pra si, não era assim no começo, mais depois de traumatizar 3 das últimas crianças que tentaram se aproximar e dividir o quarto, ele levava como uma vitória ter o cômodo só pra si.

  Deixando sua cama bem arrumada e arrumando sua roupa o melhor possível em si, uma batida na janela o chamou atenção antes de abrir a porta do seu quarto. Uma coruja cinza o olhava penetrantemente pelo outro lado do vidro, e piava na intenção de chamar a atenção do garoto de 11 anos.

  Curioso mais atento ao ver um animal assim tão estranho justamente a frente de sua janela, ele caminha lentamente e abre a janela para encara-la melhor, soltando a carta na sua mão, a coruja abre as asas e sai em disparada ao horizonte.

  Fechando a janela e focando na carta em mãos, um símbolos estranho de quatro animais e seus dados e localização exata o chamam a atenção.

2 cartas em comum, 2 meninos em situações ruins, o que mais será que o futuro fará afim de conecta-los ainda mais?

Continua....