Osamu era alguém complexo e vivia quieto em seu próprio mundo. Não era difícil falar sobre o homem, era mais difícil entender o mesmo.
Pois bem, Osamu ama praias vazias, escuras e frias. A brisa de noite combina com o luar e a água gelada ao ponto de fazer sua perna tremer e seu corpo arrepiar. Osamu ama preto e marrom, assim como ama a biblioteca de sua avó, que não era bem frequentada, mas que ainda sim era confortável e aconchegante.
Osamu ama cigarro. O cigarro preto que só comprava para relaxar os músculos e acalmar sua ansiedade frequente. Osamu ama pintar, assim como ama o sentimento de olhar para a tela pintada à sua frente e se sentir verdadeiramente conectado e entendido.
Osamu ama Chuuya secretamente. Assim como amava suas brigas e o jeito que as sardas do homem ficavam cada vez mais aparentes à luz solar.
Mas é claro que Chuuya não sabia disso. Pelo menos, não diretamente. A cada pintura, a cada tela pronta que mostrava ao ruivo, Osamu gritava um "eu te amo" internamente. Mas não sabia se daria certo.
Certa vez, Osamu pintou uma obra que o deixou tão feliz e tão bem que passou a pular de alegria e dançar pela sala de sua casa. Com suas roupas sujas de tinta — ele ama se sujar —, ele observou o quadro e sentiu seu coração acelerar. A tela era média, mas maior na parte lateral.
A pintura fazia Osamu querer gritar, dançar e beijar a pessoa retratada, e foi aí que a saudade bateu. Com o peito apertado e a vontade gritante de beijar Chuuya, se contentou apenas a observar atentamente o quadro. Não havia branco na tela, apenas uma parte focada de seu rosto.
Era seus olhos e uma parte de sua bochecha. Sim, suas coisas favoritas. As sardas de Chuuya e seus olhos faziam Osamu querer viver.
E, no dia seguinte, mostrou a obra à Chuuya, juntamente com suas palavras mais sinceras:
— Eu te amo, Chuuya. Pode não sentir o mesmo, mas nas minhas pinturas eu sei que me ama.
É a verdade, Osamu poderia levar um fora, mas em sua pintura, o que ele imagina é a realidade. Na vida real Osamu pode ter um coração quebrado, mas tudo bem, ele poderia viver bem em seu mundo onde a pintura eterna de Chuuya o amaria e estaria olhando somente a si.
Mas, a realidade parecia amar Osamu.
— Deveria ter falado mais cedo, idiota! Eu também te amo.
Naquele dia, Chuuya estava corado e Osamu percebeu que as suas pinturas eram maravilhosas, mas ter Chuuya para si de verdade era melhor que qualquer outra coisa.
Pintaria aqueles sentimentos mais tarde. Pintaria aquele beijo, pintaria Chuuya envergonhado assim como pintaria ambos apaixonados e com o coração pulsando forte em seus peitos.
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les arts dans tes yeux.
Fanfictionsoukoku Osamu amava diversas coisas, como pintar e Chuuya Nakahara.