Just friends | yeonbin

1

—Todos os créditos a autora original Lauren Layne.

SOOBIN

No segundo ano do ensino médio, fiquei amiga de uma menina chamada Choi Arin.

Ela era até que legal.

Exagerava um pouco no delineador roxo, não parava de falar e dizia "tipo" toda hora, mas fazíamos as mesmas aulas do primeiro semestre, então a amizade meio que veio por inércia.

Enfim, Arin sempre dizia que sua melhor amiga no mundo todo era Bae Yoobin , uma garota que conhecera quatro semanas antes de promovê-la a esse status.

Era, tipo, aimeudeus, a melhor coisa do mundo ter uma garota com quem conversar sem as complicações que vêm com o envolvimento romântico.

Sei.

É verdade que melhores amigos de verdade não consegue passar mais de duas horas sem mencionar o nome um do outro, mas Arin arrumava um jeito de mencionar Yoobin a cada duas frases.

Não era só "amizade" nada.

Acho que a relação delas foi mesmo platônica por um tempo. Yoobin tinha uma namorada chamada Kim Jiho ou qualquer coisa do tipo, e Arin vivia indo e voltando com o namorado do tempo do fundamental.

Mas qualquer um que já tenha visto um filme ou um programa de TV, ou que possua um conhecimento básico das formas de interação humana, sabia exatamente para onde Arin e Yoobin estavam se encaminhando: para a terra da pegação.

Apesar de Arin jurar que não gostava dela "daquele jeito", as duas já estavam solteiríssimas no feriado de Ação de Graças daquele ano.

No recesso de fim de ano, Arin não estava mais tão ocupada falando "tipo" o tempo todo. Por quê? Porque a língua de Yoobin estava dentro da boca dela antes da aula, depois da aula e nos fins de semana.

Mas todo mundo sabe como isso acaba, certo? Alguns meses depois, Arin e Yoobin não só não eram mais um casal como nem chegavam perto de ser "melhores amigas".

O rápido romance e o rompimento que se seguiu quase não provocaram fofocas na escola, mas gosto de pensar que todos aprendemos uma boa lição:

Ambas pessoas que se atraem por pessoas do sexo oposto ou do mesmo sexo, não conseguem ser só amigos. Ou pelo menos não melhores amigos.

As coisas acabam se complicando.

Agora vamos avançar alguns anos na história...

Aos vinte e quatro anos, tenho um anúncio de utilidade pública a fazer: eu estava errado.

Ambas pessoas que se atraem por pessoas do sexo oposto ou do mesmo sexo, podem, sim, ser melhores amigos.

Dá para ter um relacionamento platônico com uma pessoa cujo sexo você se atrae, sem qualquer desejo romântico, fantasia sexual e tentativas fúteis de esconder a dor do amor não correspondido com declarações ingênuas como "eu não gosto dele desse jeito".

Como eu sei disso? Como sei que ambas pessoas cujo sexos se atraem podem ser melhores amigos sem qualquer envolvimento romântico?