Os comentários lidos por Ingrid no clip machucaram ela demais, trouxeram inseguranças mantidas no fundo de sua mente a tona mas, aquilo não doeu tanto quanto Gabriel ter sugerido que ela se retirasse da banda e o fato de seu namorado nem ter contextado aquilo.
Naquele momento ela se sentiu sozinha, mal, só que diferente de tempos anteriores onde ela realmente não tinha alguém tão significativo para contar (entende-se por sua mãe) agora ela tinha, e era ela, a própria Paula. Desde que tinha tido conhecimento do fato de que a mãe poderia morrer dentro de meses, aos poucos elas foram se acertando, dia após dia construindo aquela relação de mãe e filha vista em filmes e séries. A Terrare mais velha se esforçava muito para ser a figura materna atenciosa e carinhosa que não tinha conseguido ser.
E foi por essa cumplicidade recém-criada que Ingrid correu para a Terrare, para pedir um colo para a genitora, afinal, ela deveria estar por lá ainda, nem era tão tarde e a mulher era totalmente dedicada a empresa. Porém, qual foi sua surpresa ao chegar na sala da mesma e o ambiente estar vazio, sem uma mosquinha sequer.
"Droga!"
Esbravejavou limpando as gotas salgadas que corriam pelas bochechas pálidas.
Andando pelos corredores que ecoavam seus soluços de choro e resmungos de raiva, a jovem só desejou logo se jogar nos braços da mãe e ouvir palavras de apoio, dizendo que tudo ficaria bem. Entrentanto, isso não ocorreria nem tão cedo.
Tomada por um desespero e pânico, Ingrid saiu andando sem rumo, triste e enxergando embaçado, tanto que nem notou a pessoa que veio em sua direção e bateu de frente com ela, que caiu para trás com o impacto da batida.
"Ai!"
Disse a garota caída no chão.
"Ou! Não presta atenção por onde anda, garota!?"
Carmem Wollinger! Ela tinha esbarrado justamente com a inimiga número um de sua mãe, que agora a olhava com as mãos na cintura, pedindo satisfação.
"Ah! Ingrid Terrare, isso explica muito, me bate e nem pede desculpas, igual a mã..."
Falava com desprezo, no qual a menina caída respondeu com um grito carregado de magoa, nem deixando a platinada terminar sua fala. Estava sem paciência para tudo que estava lidando e agora mais aquilo?
"Não enche sua Cascacu! Não me enche!"
Sem se levantar, a menina esbravejava, mas por trás daquele piti, que era realmente digno de uma Terrare. Carmem percebeu algo na voz de Ingrid. Uma voz embargada e um choro preso.
Não sabendo agir, em primeiro momento a mãe de Gabriel ficou observando a mais nova, que parecia uma criança jogada as traças naquele chão, só que com seu lado materno falando mais alto, ela tentou entender o que se passava com ela.
"Ingrid..."
"Que é? Já disse para não me encher!"
Incrível! Aquela menina estava agindo como uma pirralha mimada, foi o que Carmem pensou, mas era visível que ela não estava bem, então, ignorando aquele fato, ela tentou compreender as atitudes mal educadas e ajuda-la. Ficou quieta então, pensou e tentou avaliar a situação, para ver como agiria.
Abaixando-se a altura da cantora, ela se aproximou lentamente, como quem se aproxima de um animal ferido.
"O-que aconteceu com você? Por que você tá assim?"
Falou com um timbre ameno.
"Olha para mim!"
A morena, que outrora olhava para baixo, levantou a cabeça e encarou a Wollinger com curiosidade. A segundos atrás ela foi super ignorante, tudo bem que ela também não tinha sido um anjo de candura, mas aquilo, aquela gentileza vindo da Cascacu? Porque?"
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I care about you! (not just because I love your mom)
RomanceIngrid vai atrás de sua mãe na Terrare após ser ter sofrido hate, brigado com o namorado e ter sido expulsa da banda, mas não a encontra lá, então ela dá meia volta por onde entrou, e nesse caminho, dá de cara com alguém que lhe acolheu inesperadame...