3° Assassino ou Sequestrador?

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O tal homem da marca pulou na cabeça de uma das criaturas, enterrando a no chão, segurou outra passando a mão por dentro de seu pescoço vazio, e a arremessando inteira por cima de alguns prédios como se fosse uma bola de futebol americano

-Já foram duas, e olha só - Disse ele, puxando logo depois seu relógio
-26 segundos de luta - Ele sorriu

-Se eu fosse você ficaria mais atento - Disse a criatura maior
Uma das menores apareceu atrás de mim e tentou abocanhar minha cabeça antes que eu mesmo percebesse.

-Eu estou - Respondeu o homem, que em seguida tirou uma pistola com silenciador de algum lugar, e desferiu vários tiros no crânio da que tentou me matar, de algum jeito parece ter surtido efeito, ela não levantou pra reclamar.

Eu estava sinceramente perdido, afinal, ele queria nos defender ou nos matar?

Ele virou a arma para Noah
-Acho que quem precisa prestar mais atenção é você
Ele começa atirar, mas antes que os tiros alcançassem Noah, outra das criaturas menores pulou na frente, defendendo-o das balas com seu crânio
-Tudo bem, restam duas agora, cuido deles depois
Eu estava ficando cada vez mais confuso.

A maior rosnou algo pra última das menores, que pulou nela, se fundindo e criando um esqueleto humanoide-canino enorme, agora sobre duas pernas, segurando algo que parecia um machado feito de ossos nas mãos
-Eu estou a um passo de me libertar, essa marca é a prova de que vou atrás de você quando acontecer, então porque ainda luta? - Disse a criatura que agora se transformara num gigante de ossos, percebi então que a voz maliciosa que ouvia não era da criatura em si, era de algo muito mais poderoso, mas que não estava presente

-Tudo bem, eu te coloco numa caixinha maior dessa vez. - Disse o homem dos olhos azuis, levantando sua cabeça num sorriso tão malicioso quanto a voz que corria pelo ar.

A criatura gritou algo em uma língua que eu não pude entender, parecia amaldiçoar tudo ao seu redor.
O ar pesou, meu corpo parecia se atrair ao chão como um imã, a pressão era enorme, eu e Noah tentávamos nos manter apoiados, mas aos poucos íamos abaixando

-Não me venha com feitiçaria, cobra velha. - Disse o homem de olhos azuis, que continuava a andar normalmente, como se nada tivesse acontecido.
Ele puxou um pequeno frasco de seu bolso, bebendo o líquido que havia dentro, sua marca pareceu reagir, pude ouvir aquele chiado que faz ferro quente posto sobre a água, ele pareceu relaxar
-Muito bem, vamos jogar sério agora. - Ele puxou novamente o relógio
-Vou exorcizar esses seus vira-latas em dois minutos. - Ajeitou sua roupa e começou a avançar

A criatura gigante tentou acertar o homem com o machado, fracassou, abrindo uma rachadura na pista sobre nossos pés.

O homem de repente estava sobre o machado

A criatura começou gritar mais daquelas coisas que eu não podia entender, aumentando a pressão do ar cada vez mais

- Suas maldições não são tão fortes a essa distância não é?. - Sorriu novamente o homem enquanto continuava tranquilamente de pé.

- MORRA DE UMA VEZ - Gritou a criatura, aumentando cada vez mais a pressão do ar
Postes começaram entortar, lixeiras eram cada vez mais amassadas, alguns pombos caíram pelo chão totalmente esmagados, não sei como ainda estávamos vivos, mas sentia como se um cofre enorme estivesse sobre meu corpo.

- Ei, não esqueceu de nada? - Disse o homem enquanto apontava para Noah e eu

A criatura pareceu ter se dado conta de que estava quase nos matando, e por algum motivo resolveu parar.

O homem aproveitou a distração para com um chute desarmar o monstro, pegando e manuseando o machado enorme como se fosse um simples bastão. O virou e com a parte plana lançou ambas as cabeças da criatura gigante a distância, restando só um amontoado de ossos agora caídos no chão
- Foi mais rápido que o esperado. Agora.. você - Disse ele enquanto se aproximava.

Levanto me colocando de braços abertos na frente de Noah
- Fuja Noah, ele veio atrás de mim. - Gritei eu de cabeça baixa

Senti uma mão sobre o meu cabelo, o homem da marca levantava meu rosto, estava com o dele muito próximo, podia encarar seus olhos azuis de perto agora

- Eu vou fatiar seu amigo, mas fique tranquilo, quando chegarmos ao nosso destino, vou te fazer sofrer tanto quanto ele. - Disse ele com outro sorriso malicioso no rosto.

Nosso destino? Do que ele estava falando? Eu seria torturado?

Noah se recusou a correr, parecia paralisado de medo.

Ouvi um barulho alto, em seguida uma dor enorme na barriga, senti minha consciência se esvaindo, acabara de levar um soco, com muita, muita força.
Cai no chão, minha visão estava distorcida, a roupa preta agora se tornava a silhueta humana escura que antes havia visto em minhas visões, meus olhos fraquejaram por alguns segundos, mas consegui mantê-los abertos novamente.
Noah agora estava sendo segurado pelo braço esquerdo, o qual estava sua marca, agora brilhando em vermelho sangue, como na minha visão, abaixei a cabeça em direção ao meu, brilhava um azul claro limpo. Ouvi então aquele barulho, ainda estava com raciocínio lento, levanto novamente minha cabeça e vejo a mão escura atravessada sobre o peito de Noah, com seu coração pulsando pra fora.

Por um segundo, tudo que havia em mim era raiva, juntei todas as forças que tinha para levantar

- NOAH - peguei o taco dele que estava no chão e tentei acertar o homem

Ele arrancou de vez o coração de Noah de seu peito, defendendo com a mão que o segurava por ser a única livre, acabo a acertando, lançando o coração do meu melhor amigo pra um canto escuro, de onde uma sombra sai da parede, levando o para dentro como se fosse um portal

Caí de joelhos em desespero

-Sabe oque acabou de fazer, garoto? - Disse o homem enquanto me olhava com ódio

O corpo de Noah começou a se dissipar no vento.

- Porquê? Oque é isso? Oque aconteceu com ele? - Perguntava eu enquanto chorava, segurando o corpo de Noah que aos poucos se tornava pó.

- O que você acha seu merdinha?
Ele me levantou pela camisa começando a socar meu rosto
- O mundo inteiro em risco graças a sua amizade idiota, agora aquele arrombado vai voltar e foder com tudo outra vez - Algo no bolso de sua calça começa a vibrar
-É bom você cuidar desse seu amiguinho na luta final, se não eu mesmo mato você.

Ele me soltou

-Vou atender uma ligação, não ouse fugir de novo

Nada que ele disse fazia sentido, quem ia voltar? Cuidar de que amiguinho? Ele se referiu ao Noah? Mas ele mesmo o tinha matado, ali, na minha frente.
Ele virou de costas colocando um telefone-celular em um dos ouvidos.
Ele me mandou não fugir afinal, não mencionou nada sobre não acertar a cabeça dele com um taco de Baiseboll.

Peguei novamente o taco que antes era de Noah, correndo enquanto chorava e gritava na direção do homem, desferindo um golpe em sua cabeça.

Ele parou o ataque com a mão oposta da qual segurava o celular, virando seu rosto e me encarando com fúria nos olhos.
Ele tentou quebrar o taco com uma das mãos mas pareceu não funcionar
- Mas- que porra? - Ele pareceu confuso, sinceramente até eu fiquei, como ele podia afundar criaturas de ossos no cimento mas não conseguia quebrar algo feito de madeira?
- Não não, não foi nada, só uma mosca irritante - Disse ao telefone
Ele desferiu um golpe entre meu ombro e pescoço que me derrubou imediatamente, tudo que pude ouvir foram mais algumas palavras direcionadas ao telefone.
- É, ele tá inteiro, resolveu tirar um soninho aqui - Ele sorriu me olhando de cima
- Relaxa velhote, chego aí pela manhã. - Finalizou

Eu apaguei.

Continua no próximo capítulo...

Adam Sloan: O selo quebrado ("Livro" um)Onde histórias criam vida. Descubra agora