Capítulo 1

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Encontro Perfeito
Paulla Barbosa

Susy Beaumont já estava cansada de brigar com seu marido. Um dia, para apimentar a relação, ela resolve propor uma coisa nova. Um Ménage à tróis. Ele a princípio não gosta da ideia e briga com ela, descartando a possibilidade de tal coisa acontecer.
Na cabeça dela, esse sacrifício é apenas para tentar salvar o que restou do que um dia havia sido felicidade. Mas ela não sabe o perigo que John era entre as mulheres e nem do que ela passaria por achar que estava salvando o seu casamento.
A mulher que Susy contratou se torna a amante de John e o motivo do seu divórcio, do qual ela sai praticamente sem nada.
Ela se vê sem rumo e arrasada.
Dois anos depois do ocorrido, Susy está trabalhando como secretária na empresa de comunicações do ex-cunhado. Então a notícia de que John será pai a deixa sem chão, já que ele nunca havia tocado no assunto “filhos” com ela. Agora, John estava casado e esperando o seu primeiro filho. Por isso, depois de saber que o seu ex-marido tinha seguido com a vida dele, ela resolve escutar a amiga de trabalho e baixar um aplicativo de relacionamento para mostrar que também conseguiria seguir em frente.
Tinha apenas um problema: cada encontro era um completo desastre.

~Capítulo 1~

Sim. Isso mesmo. Aquela era a solução para os meus problemas. Kathy tinha me indicado o site de acompanhantes que ela e o seu marido usavam, assim como tantas outras amigas, para dar uma apimentada no relacionamento. De início eu torci o nariz, mas depois do comportamento de John, que me traiu com a sua antiga assistente, resolvi que tinha de lutar por ele. Eu o amava mais que a minha própria vida, mas será que, para fazê-lo feliz, eu suportaria vê-lo transando com outra na minha frente? Infelizmente sim. Eu faria tudo para salvar o nosso casamento.
Assim que os meus olhos passaram pela moça, soube que ela seria perfeita. John sempre teve bom gosto, e por mais que não estivéssemos transando com frequência, sabia que ele gostava de mulheres com o meu perfil: quadril grande e com algo a mais para pegar, pele dourada, cabelos pretos e alta. Sem pensar duas vezes, eu já estava clicando para visualizar as fotos, era simplesmente linda. Cabelos cacheados cor de mel, mas puxado para o castanho-claro. Rosto de linhas delicadas e olhar sensual... Bom, aquilo me preocupava muito, entretanto, achei que era apenas o meu ciúme tomando conta da minha força de vontade em salvar o meu casamento. É, eu era muito inocente. Acreditava muito que existia conto de fadas.
Tudo que eu tinha que fazer era convencer John e tudo estava resolvido. Eu o esperei. Esperei por duas horas, que segundo a sua secretária, ele estava em reunião e não saberia me informar a que horas sairia. Então esperei mais duas horas, e já passava das vinte e três horas, até que o sono foi mais forte que a vontade de esperar ele chegar.
Eu deveria estar acostumada com o comportamento de John, afinal, eram dois anos, um mês e quinze dias que eu estava casada com ele. Ainda me lembrava com clareza do dia em que nos conhecemos em um bar no Centro, onde você podia tomar cerveja sem medo da ressaca, pois nem lembrava do seu nome e nem que estava com dor de cabeça. Quando ele entrou no bar todas as mulheres viraram a cabeça para olhá-lo. E por que não comeriam ele com os olhos? Loiro de olhos verdes, alto e com cara de executivo bom de cama. Os ombros largos dele e aquela camisa com as mangas dobradas até os cotovelos era o chamariz. Chama o bombeiro para apagar o fogo delas ou o serviço de emergência para socorrer os ataques cardíacos. Não foi fácil me destacar no meio de muitas outras que estavam lá, mas eu consegui. Claro que depois veio o irmão dele, tão lindo quanto John e totalmente diferente. Wade era moreno, olhos castanhos, mais alto que John e mais forte. Mas, o que eu senti quando vi John pela primeira vez não era algo que pudesse ignorar. Eu tinha que ter aquele homem na minha vida. Antes, eu era bem mais decidida e sabia exatamente o que seria no futuro. No final daquela noite, eu estava com John em sua cama, puxando seus cabelos enquanto ele usava a sua língua para mostrar como era ser poliglota. Hoje, o máximo que a língua dele chega perto de mim é se eu implorar por beijo.
— Susy, acorde. — John sussurrava em meu ouvido. Eu tinha escutado o barulho da porta quando ele entrou, mas queria que ele se aproximasse de mim. Sentir o seu hálito quente na minha nuca, me deixando arrepiada.
— Hum...  — gemi fingindo acordar.
— Por que você dormiu no sofá?
— Quero te mostrar algo, mas você demorou e eu acabei caindo no sono...
— Você precisa me mostrar isso hoje? Estou cansado...
— Preciso — falei de maneira mais firme, já me sentando no sofá. — Venha. Sente aqui. Preciso conversar algo sério sobre nós dois...
— Está tarde, Susy. Vamos mesmo discutir relação a essa hora da noite?
— John, o nosso casamento está começando a ficar desgastado e nem temos sete anos ainda. Eu não sei você, mas eu ainda o amo como na primeira vez que o vi entrar naquele bar. Quero salvar o nosso casamento...
— Certo... — suspirou ele, sentando ao meu lado. — Eu sei que andamos distantes um do outro. Sei que ando trabalhado demais...
— Você ainda me ama, John?
— Que tipo de pergunta é essa?! É claro que a amo.
— Está disposto a salvar o nosso casamento? Lutar pelo nosso amor?
— Claro que eu estou. Basta você me falar o que devo fazer para que continuemos juntos. — John me observou levantar, pegar o notebook e voltar com ele, me sentando ao seu lado.
— Andei pensando muito nisso. Tomei essa decisão para que você e eu tenhamos mais cumplicidade no nosso casamento. Precisamos fazer coisas diferentes...
— Tudo bem.
— Essa é Monalisa.
— Por que a Monalisa está em questão na nossa discussão? — Ele me olhava sem entender o que estava acontecendo.
— Ela pode ser a salvação do nosso casamento. Um sexo a três... Uma coisa para sair da rotina, mudar um pouco a nossa relação...
— Você só pode estar louca! De onde saiu essa ideia maluca? Vou deitar, Susy. Acho melhor fazer o mesmo — disse ele exasperado, já se levantando do sofá.
— Sabe há quantos dias você não me toca? Há quanto tempo não me beija de verdade, sem que eu peça a você? Há quanto tempo não diz que me ama? — Era muito triste eu precisar me humilhar para ter um pouco da sua atenção. Eu já não olhava mais para ele, as lágrimas não permitiam isso.
— Como eu falei, Susy, estou cansado. Quero tomar um banho e me deitar, mas vou pensar na nossa conversa assim que relaxar um pouco...

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⏰ Última atualização: Jun 21, 2022 ⏰

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