A Proposta

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Paula ficou pensativa, o que todos viam entre ela e a Carmem que elas mesmas não viam? E aquela idéia maluca do Gabriel, que parecia ser o melhor que elas tinham, idéia essa que era toda errada, mentir uma relação assim, usar algo para sobressair da má situação que ela estava vivendo justamente por uma mentira. Só que poderia dar certo, e ela ajudaria Neném e talvez ele a perdoasse, e desse jeito ela não iria morrer.

Flashback on :

"Somente aquele que encontrar o verdadeiro amor, encontrando assim a paz em viver vai ser capaz de prevalecer, desta vez um não irá  morrer, apenas aquele que não encontrar ou enchergar seu amor."

Disse a Morte, logo após o que eles pensaram ser sua morte, e isso os intrigou, pois Flávia amava Guilherme que amava Rose que amava Neném que Paula amava.

Quando voltaram aos seus corpos, a consciência os inundou e todos foram para casa mexidos, como iriam resolver essa situação?

Flashback off.

Paula tinha certeza que era o amor de Neném e que Flávia e Guilherme eram compatíveis também, os únicos que não notavam isso eram os homens.

Depois de muito pensar, Paula acabou aceitando aquela idéia, e pensando em como faria para convencer Carmem a aceitar também, pois ela parecia não aceitar aquilo por nada, tinha opinião formada e aparentemente irredutível.

Paula decidiu que iria se desculpar com Neném e ir contar que seu contrato, por hora, não seria rescindido.

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Casa do Neném :

Ao chegar lá, Paula dá de cara com Nedda, que diz para ela não procurar mais seu filho, já que o mesmo tinha sacrificado sua felicidade em prol de Paula, que mentiu para ele sem pena nenhuma. Paula pede perdão, só que Nedda avisa que mesmo que ela permitisse, seu filho não estava em casa, que ela dissesse o que queria e ela poderia deixar recado, então Paula avisou sobre seu contrato, até o momento estava salvo e pediu também para para que Neném falasse com ela quando não estivesse mais tão magoado, pois ela queria se desculpar e conversar com ele, e Nedda afirmou que passaria os recados.
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Após ter saído do escritório, Carmem resolveu andar por aí, para espairecer, o que seu filho tinha dito, aquela idéia descabida, mexeu muito com ela.

Observando pessoas na rua, Carmem notou as pessoas vivendo seu cotidiano, e avistou  duas meninas, deviam ter no máximo 20 anos as duas, andando de mãos dadas e parando para se beijar, como se não se importassem e não tivessem medo do que os outros pensavam, como se não tivessem medo do mundo, das pessoas.

Flashback on :

"Você é covarde por não viver nosso amor, não há nada mais que te prenda, que nos impeça de viver nosso amor além de você, Carmem!"

Disse a morena, enquanto Carmem apenas ouvia e ficava calada, pois o que ela falava não podia ser levado a sério, elas tinham uma relação que não poderia ser vivida assim, abertamente, e isso doía muito em Carmem, juntamente das palavras de Tereza e a situação em que viviam. Ela se sentia como se fosse a única lúcida das duas, vendo que a relação delas não iria a lugar nenhum, e tomou, pelas duas a decisão de terminarem tudo, ela teve que ser forte e fazer isso pelo bem delas, por mais que Tereza não entendesse, elas tinham um amor que não era o certo. Foi uma das decisões mais doloridas para ela, aquilo a rasgando em mil, e parecia que seu mundo tinha sido destruído, ela morreu um pouco mais com a morte de seus pais e morria mais um pouco agora, perdendo mais um de seus amores.

Flashback off.

Carmem queria ser assim, corajosa como elas.

A loira seguia seu caminho quando seu celular vibra, Paula havia lhe mandado uma mensagem, queria se encontrar com ela na T/W, daqui a uma hora, e Carmem aceitou, pensando por qual razão Paula queria falar com ela.

Terrare/Wollinger

Paula se encontrava nervosa, ela teria que implorar, e talvez nem assim a Girafa Wollinger aceitasse a proposta, só que elas não tinham muitas opções.

Carmem chega e se dirige diretamente a sala de Paula.

"Oi Paulete, querida, seja direta, me poupe tempo e fale logo o que quer me falar."

"Oi, né, querida, você como sempre muito educada."  

Retruca Paula, que segue seu discurso.

 "Se quer que eu seja direta, vou ser, acho que devemos ir nessa, de casal, não vejo idéia melhor para o momento.
"
"Não é possível Paula, até você?"

"Olha Cascacu, eu também não gosto disso, tá? Tipo, você? Mas fazer o quê? O povo gosta."

Comentou com desdém quanto a se relacionar, mesmo que fictíciamente, com Carmem.

"O povo gosta, que o povo gosta Paula, isso vindo de você só me faz pensar que isso não foi coisa do meu filhinho, isso é influência da sua filha nele."

"Primeiramente você não fala da minha filha e em segundo lugar, pois é, quem diria que uma idéia boa assim viria de um Wollinger?"

Carmem olha para ela com um ódio e a fita de jeito mortal.

"Olha aqui, Paulete..."

Paula a corta, se desculpa e diz :

"É uma ótima idéia, ótima, e eu penso mesmo que daria certo,  é o jeito de não falirmos e alavancarmos os produtos, já que na situação em que estamos..."

"A situação que você nos botou!" 

Pontua Carmem e aponta para Paula, que agora a olhava de uma forma até branda.

"Eu sei, minha culpa, mas é a nossa chance de concertar, e eu preciso disso, vai, aceita, hm?"

"Não sei não, é por mentiras assim que estamos afundadas, melhor não."

"Não? Por quê não? Tá com medo, é? Se não contarmos sobre ser mentira, ninguém descobre, simples."

Dizia Paula estalando os dedos e agitando os braços.

"Você realmente não é normal Paula, não é possível."

 Respondeu Carmem, batendo na lateral das coxas. 

"E não, eu não tô com medo de nada, só acho melhor esquecermos isso, simples" 

Ela respondeu com ênfase na última frase, fazendo alusão a Paula.

"Vai Carmem, pensa, vai..."

"Não, é errado Paula!" 

"Nossa, logo você dizendo o que é errado ou não." 

A mulher debochou.

"É pra você ver que até eu tenho consciência e escrúpulos, não faria algo do tipo, um assunto tão sério, pessoas morrem por homofobia todos os dias e você usaria a causa assim, despreocupadamente. E chega, eu tô cansada desse assunto já, fui!"

Carmem saia como se fosse tirar o pai da forca, e Paula se assustou com o tom ofendido e a forma que as palavras de Carmem foram proferidas, em todos os momentos de brigas e ofensas a rival nunca tinha usado aquele tom ressentido antes. Restou a Paula esperar, pois naquele momento Carmem não aceitou a proposta, mas ela a convenceria do contrário, ou não se chamava Paula Terrare o Que Há de Melhor.Com

O Acordo de Milhões - CarrareOnde histórias criam vida. Descubra agora