As famílias Andrade e Freire sempre foram muito amigas.
Sarah e Juliette cresceram juntas e desenvolveram uma amizade que há muito tempo havia se transformado em algo a mais.
Sarah (Intersexual).
Sarah acaba pegando pela metade a conversa que Juliette estava tendo com a Kerline e se equivoca ao respeito pensando que ela não gostou da noite que elas tiveram na noite anterior. ____________________________________________________________
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Hoje seria reunião da presidência e eu ja estava em pânico só de pensar que iria reencontrá-la. Assim como as outras, preparei-me um tempo antes dos nossos pais entrarem e aguardei a chegada de Sarah que sempre se reunia comigo antes da chegada deles.
Infelizmente, não foi o que houve dessa vez. Ela chegou um tempo depois de nossos pais e evitou meu olhar durante toda a reunião.
Meu pai teve que resolver umas coisas e se despediu antes de nós. Tio Evandro, sempre simpático, ficou conversando conosco após finalizarmos o assunto. Tentou incluir Sarah na conversa, mas ela não demonstrava nenhum interesse em falar comigo.
No final, lembrou-me da festa de aniversário de Carla. Só de pensar que ela poderia me matar se eu não fosse, já me deixava triste. Eu não queria deixar um clima chato na casa de pessoas que nossa família considera tanto.
Seu pai saiu da sala, dando-nos um beijo no rosto antes de se retirar. Olhei para Sarah a minha frente e a mesma se mantinha séria fingindo que eu não existia.
- Você se importa de eu ir? - Perguntei hesitante.
- Pode ficar a vontade, Carla gosta muito de você. Sei que ela iria gostar da sua presença. - Disse seca e já juntando os papéis que estavam em cima da mesa.
- Caso não queira que eu vá, só falar comigo. Eu não quero que fique desconfortável na sua própria casa.
- Não se preocupe comigo, Juliette. A cada é enorme. Ficarei espantada se nos encontramos em algum momento na festa.
Olhei em seus olhos e, ao invés de ver todo o ódio que ela despejava sobre mim, vi tristeza. Talvez decepção.
- Eu... - Tentei me aproximar dela, mas ela recuou um pouco, baixando a cabeça. - Vou indo, Sarará. - Seus olhos se ergueram, encontrando-se com os meus.
Fazia tempo que não falava seu apelido, ela me tratou tão friamente está semana que fiquei mal em tratá-la tão intimamente. Foi ela que quebrou o contato e se distânciou, e se dirigiu rápido a saída.
A semana estava sendo horrível e o final de semana tendia a ser pior. Carla já havia me mandado uma intimação e eu não queria furar com ela por conta do péssimo clima que havia se estabelecido entre mim e Sarah.
Logo a sexta chegou e minha vontade de arranjar uma desculpa aumentou. Pela primeira vez em anos, tive que ir sozinha para casa de praia da família Andrade.
Cheguei meia desconcertada pelo fato de Sarah ter chegado junto. Sabia que Dona Abadia iria querer nos colocar para dormir no mesmo quarto, já que era nosso cortume. Graças a Deus Sarah já havia dado o aviso de que dormiríamos separadas e tudo seguiu bem.
Na janta, Carla disse animada os detalhes da sua festa que ocorreria no sábado a noite com a continuação no domingo. Seria um festão digno de 18 anos e eu não conseguia parar de sorrir ao ver a mais nova tão feliz.
De vez em quando meu olhar caía sobre Sarah que prontamente desviava. Antes de acabar, ela se retirou, dando a desculpa de um mal estar.
Estava me sentindo cada vez pior por tê-la feito se afastar da sua família por minha causa. Se eu pudesse voltar atrás, não teria tentado nada com ela. Preferia tê-la como amiga do que não tê-la por perto.
