Esta tudo bem

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Fugo estava tentado ser uma pessoa melhor, ele queria ser uma pessoa melhor, não só pelo seu namorado como também por sua famiglia, ele não podia mais pisar na bola
Ele pensava que ao voltar para a Passione, seria lhe aplicado uma punição devida, não só por abandonar seus companheiros, como por deixá-los na mão
Mas Narancia implorou para que não fizessem nada a Fugo, Bruccerati jamais faria algo assim, com o seu jeito um tanto quanto paternal e fraternal para a sua Gang, aplicou uma punição leve a Fugo
A punição era, ensinar Ghirga sem uso de violência até o mesmo concluir seu ensino médio, ele aceitou isso de bom grado, ele prometeu a si mesmo que faria isso, ele consiguria isso
Mas no dia em questão, Narancia estava muito desatento, balançado na cadeira, fazendo piadas sobre a matéria e dando cantadas bastante escancaradas para Pannacotta, no começo, foi até que divertido, mas depois, vendo que seu "aluno" não prestava atenção em si ou na matéria, Fugo sentia seu limite se aproximado, se levantou da cadeira com um suspiro – vou ao banheiro, continue estudando — Ghirga não estava entedo nada por isso continou com aquilo, até seu rosto ser atingindo em cheio por um punho, fazendo cair da cadeira em estrondo forte, quando o albino voltou a si, ele olhou para o garoto no chão, com uma mão no rosto e gemendo pela dor — Nara você... Meu Deus... Me desculpa... – Narancia já ia levantar do chão para retribuir o soco, mas ao ver a face de seu namorado com se tivesse dado três tiros em si do que um soco, que apesar de forte, era comum essas coisas entre eles, porque ele estava assim?
–Panni, eu estou bem, não doeu tanto assim, fica calmo– Narancia se levantava esfregando a bochecha, mas Pannacotta já havia corrido para fora de casa, — A ONDE VAI, FUGO? ESPERA — a voz não era ouvida pois agora correndo como naquela noite, lembranças vividas em sua mente, ainda frescas

))Flashback((

Se sentia culpado por não ter indo junto a eles para derrotar o Chefe, quando recebeu a notícia, de fonte desconhecida, que todos os seu companheiros estavam mortos, ele ficou completamente transtornado, se sentia a própria escória, imunda e traidora, doia, ele não se importava mais com nada
Após refletir muito, resolveu que iria encontrar seus companheiros no pós vida, mesmo que sua alma fosse para o inferno, ele já se sentia miserável e condenado para sempre
Na noite em que o mesmo planejou tirar sua própria vida, ele resolveu dar uma última volta pelo lugar que o acolheu e ele traiu covardemente, não teve coragem de entrar, o lugar já parecia novamente habitado, era com se eles tivessem voltado, mas era impossível ele sabia disso
Como havia feito naquele dia em que viu seu amor dar braçadas para entrar em um barco para salvar a vida de uma garota que mal conhecia
E ele fugiu, fugiu da dor, fugiu dos problemas, fugiu como um rato sujo pelas ruas frias
Quando achou que estava numa boa distância do lugar, ele voltou a andar, mas percebeu que estava sendo perseguido, nem ao menos olhou para trás, ele não ligava, não mais, queria mesmo que fosse um bandido armado, assim morreria de forma mais digna do que tirado sua própria vida, mas os passos pareciam meio agitados, mas em um momento do caminho que percorria, os passos cessaram, não resistiu e olhou para trás, não havia nada, nem ninguém atrás de si, talvez sua cabeça, que não estava nas melhores condições, estivessem lhe pregado peças –"além de miserável, irei morrer perturbado, não fode" –  pensou, se aproximado da ponte da cidade, ele olhou para aquela água calma, respirou fundo e tirou de dentro de seu terno, uma arma, olhou para cima, para aquela linda lua, que lembrava o brilho lilás de olhos violetas tão inocentes, tão determinados, tão apaixonados, tão longe de si, ele fechou os olhos e encostou a ponta gelida do cano da arma contra a tempora, uma lágrima escorreu do seu olho direito
Seu último som foi tomado pelos barulhos de algo sobrevoando incrivelmente perto, ele abriu olhos para ver o que era
Uma rajada de balas atingiu perto de seus pés, mais como um alerta do que como um ataque, fazendo-o se assustar e soltar a arma que caiu na água, ele olhou na direção de onde os tiros vieram com um olhar maníaco, mas que se desfez em um segundo, o que ele viu o fez cair de joelhos, como um herege que perde as forças nas pernas em frente a um milagre, e de fato, era isso, a sua frente um pequeno avião de combate e mais atrás seu usuário, de braços cruzados com um olhar nervoso e cheio de lágrimas, Fugo achou que a arma tinha disparado e aquele era o anjo da morte que o vinha o buscar, mas não, quando o Stand desapareceu, viu a cena que o quebrou de vez, aqueles olhos doces e gentis, se derramado em cachoeiras grossas, era o seu, talvez não mais, Ghirga Narancia, andou pela ponte, quase correndo, Fugo não moveu um músculo, apenas seu olhos acompanhavam, sentiu um tapa forte no lado direito do rosto que o fez virar a cabeça, voltado a realidade, ele paralisou novamente, não era possível, não havia como, a voz quebrada e chorosa daquele a sua frente atingiu seus ouvidos – o- o que... O que você estava pensando em fazer, Panni? — sim era ele, só podia ser, somente ele o chamava assim, sentiu uma dor forte no peito, Fugo virou o rosto contragosto para encarar Narancia, não sabia quando começou a chorar mas não se importava, de maneira descrente, pronunciou-se — você é real? — o menino a sua frente agarra seu colarinho e o balança — Panni, que merda, sim, sou real, sim... Eu... Meu Deus, o que você ia fazer, Panni... O que você ia fazer... – Ghirga solta o colorinho de Fugo e se ajoelha só para enrolar os braços no pescoço do albino – eu não permito isso, nunca mais ouse se afastar para um lugar onde eu não posso te alcançar, imbecil – Fugo finalmente devolve o abraço, apertando a cintura do garoto, ele põe a testa no ombro de Ghirga e respira fundo, enquanto as lágrimas grossaa caiam sem parar, era o cheiro do amor de sua vida, estava ali em seus braços, mesmo assim era algo tão fora da realidade, inacreditável – eu ouvi de um bastardo enquato enchia a cara em um bar que.... – Ghirga apertou Fugo em seu braços — o que? O que você ouviu, Panni? – respirou fundo e falou — aquele maldito disse que a Passione foi varrida para o inferno e era isso o que acontecia com as pessoas que iam contra a máfia, Nara, eu espanquei o filho da puta, achado que ele só estava falando aquilo pra botar medo no lugar, mas ele me confirmou tudo, eu desejei morrer no mesmo instante, desejei morrer junto a vocês, desejei ir a onde você foi, Narancia, me perdoe, eu sei que eu não mereço, eu sei, aceito qualquer punição, prometo cumprir como um cachorro, mas por favor, diga pra mim que isso não é um sonho, não me deixe pela manhã, meu sol – um pequeno riso fraco sai dos lábios do garoto de cabelos escuros, ele se afasta o suficiente para segurar o rosto de Fugo em suas mãos, usado os polegares para limpar as lágrimas insistentes, Pannacotta que mantinha as mãos num aperto forte em sua cintura, como se fosse fugir ou desaparecer – não, Panni, não é um sonho, isso é a realidade e eu não vou a lugar nenhum sem você, parte da história que esse idiota fofoqueiro mal informado te contou, possivelmente deve ser verdade, eu por um segundo ou dois devo ter "morrido", mas acordei enrolando em trepadeiras floridas, foram feitas por Giorno, acho que nem mesmo ele sabe até onde vai o próprio Stand, mas não importa, eu estou aqui, você não vai se livrar de mim tão fácil, Fugo Pannacotta — o albino não falou mais nada após essa declaração, apenas chorou e chorou equanto recebia aquele abraço que pensou nunca mais sentir

((Flashback))

Ele parou de correr para descansar, não percebendo a onde estava, respirou fundo e olhou ao redor, ele correu tanto que voltou a ponte daquela noite, sentiu um frio na espinha, Narancia havia salvado sua vida, ele sorriu genuinamente e uma lágrima que não foi sentida desceu pelo sei rosto, ele não merecia ser salvo, ele sabia, se sentou no chão da ponte e se escorou, põe as duas mãos no rosto, que estava molhado, Fugo pensava se algum dia iria mudar, superar aquela raiva que nem ele mesmo sabia de onde vinha, se ele nunca mudasse talvez corresse o risco de perder Ghirga, dessa vez, para sempre, e chorou alto e descontroladamente, poderia ser comparado a um animal agonizando de dor
Fugo não percebe os passos apressados que vão até ele – FUGO!! Que bom que eu te ach- – Narancia vê aquela cena e sente seu coração se apertar ao ver seu albino naquela situação, Ghirga se agacha sentado sobre seus calcanhares, ficando na mesma altura que Fugo – Panni, olhe pra mim, o que foi? – Ghirga estava muito preocupado, ele sabia da saúde mental estável de seu companheiro, por isso estava sempre alerta a todos os sinais que Pannacotta poderia vir a demonstrar
Com a mão direita, gentilmente, levantou o rosto de Fugo pelo queixo, doeu,  doeu quando Narancia viu o estado do rosto do Albino, o nariz vermelho pelo choro, os olhos inchados enquanto rios grossos de lágrimas desciam pelas bochechas –Panni... – Pannacotta pulou nos braços de Ghirga derrubando o no chão daquela ponte, botou seu nariz no pescoço do menino – por favor não me deixe, por favor não me deixe, por favor não me deixe... – implorava com a sua voz tão quebrada quanto seu espírito, o menino de cabelos escuros estava confuso – eu não vou a lugar nenhum Fugo, eu jamais vou te deixar – o choro de Pannacotta se silenciou – e-eu tenho medo Nara, eu tenho muito medo – Narancia mordeu os lábios – medo do que, Panni? – Fugo se levantou e puxando o menino de olhos gentis consigo – medo de perder meu sol – Narancia agitou os olhos, esse era o momento de tirar um sorriso deste menino em frangalhos – como assim, Fugo? Ele está sobe sua cabeça – Pannacotta riu suave – não deste sol, estou falando do sol que seguro em meus braços agora – Narancia ia falar algo mas Fugo não deixou – eu quero estar sempre ao seu lado, te proteger e ajudar a Passione, mas eu tenho medo que se torne desgastante lidar comigo, me sinto egoísta, pois eu não quero te deixar ir, eu não posso, eu quero me tornar alguém melhor para você, não quero correr mais riscos de te perder - Narancia sorriu e segurou o rosto de Fugo em suas mãos – eu te amo do jeitinho que você é Panna, eu sei do seu temperamento  aliás, eu sou o que mais experimentou ele de perto – apontou para o próprio rosto, onde tinha uma leve marca roxa, consequência do soco que tomou, Fugo olhou para aquilo, se sentiu culpado e sussurrou um "sinto muito" – tudo bem, eu vou me vingar quando você menos esperar – deu um 'soquinho no ombro do companheiro que sorriu pequeno — me escuta... – Narancia põe suas mãos em cada lado do rosto de Pannacotta – nós jamais deixaremos você, Bruno me contou a história de quando encontrou você, e bom... – dando de ombros – acho que ele estava bem ciente do que ia trazer para a sua equipe, ele estava disposto a ajudar você, então pare de dizer essas besteiras, nós somos una famiglia – Fugo relaxou nas mãos de Ghirga e estava se segurando para não chorar mais – perdoar e esquecer faz parte de ser uma família, não é? – Fugo deixou as lágrimas descerem de novo e deu um beijo em cada palma de Narancia antes de abraçá-lo forte


Aquela noite Fugo começou a se auto perdoar, pois todos já tinham perdoado, menos ele mesmo
Ele não era um demônio, só um humano
Ele cometeu erros
Havia um motivo para ele agir daquela forma
Estava tudo bem, ele estava bem






It's alright, it's okay, it's alright, it's okay

You're not a demon, there's a reason

You're behaving that way

It's alright, it's okay, it's alright, it's okay

And I believe, yes, I believe

That you will see a better

It's alright, it's okayOnde histórias criam vida. Descubra agora