O Pedro havia me sequestrado há aproximadamente um dia, juntamente com o Ricardo e o pai do Cristopher. E nos mantinha presos e sabe-se lá o que pretendia fazer conosco. Eu estava morrendo de medo, desde ontem que chegamos, portanto eu passava boa parte das horas fingindo estar dormindo.
Havia dois homens, ambos com caras de maus que nos vigiavam a todo segundo. Estávamos em um local precário, o chão estava tão sujo que parecia nunca ter sido lavado. Havia goteiras no teto e a porta era de uma madeira aparentemente resistente. Parecia um porão, sem janelas e com estrutura duvidosa.Olho ao redor e tento fazer leitura do local, mas eu não consigo, visto que era totalmente estranho para mim. Eu não sabia onde estava, como saíria e se saíria. O medo que se apossa do meu corpo era notório, quando fomos pegos na porta da escola das crianças. Eles nos encapuzaram e a todo instante nos ameaçaram.
Deram uma coronhada no Ricardo que o desmaiou. Eu não fazia idéia do que estava acontecendo, mas quando chegamos e eu vi o Pedro, o meu coração gelou. Era ele que estava por trás desse sequestro, ele estava cumprindo o que prometeu e eu temia por nossas vidas._Está com fome, meu amor? - Ouço a sua voz e estremeço
Ele caminhava lentamente, com um prato nas mãos, seu sorriso era visível, até mesmo devido a pouca iluminação.
O Ricardo estava desacordado, com as mãos presas por correntes, junto à parede. O Jorge estava preso, mas com cordas ao lado e eu com algemas nas mãos e pés, deitado em um colchão sujo._Eu disse que estaríamos juntos novamente. - Se abaixa ao meu lado
_Por favor... - Imploro - Me deixe sair.
_Eu não posso. - Acaricia os meus cabelos - Que tal você comer? Eu não quero que você fique desnutrida.
Olho para o prato com aquele macarrão e sinto o meu estômago revirar. Fecho os olhos, com uma visível expressão de dor e me nego a comer aquilo. Eu estava com muita fome, mas não confiava no que havia ali.
_Eu não quero.
_Come, meu amor. Irá te fazer bem.
_Não. - Ele joga o prato no chão
_Você vai comer essa porra sim. - Segura a minha cabeça com brutalidade
Ele coloca o meu rosto naquele chão, ainda mais sujo agora com o macarrão e eu sinto uma imensa vontade de vomitar naquele momento.
_Pare! - Imploro suplicante - Por favor...
_Eu acho bom que você passe a comer, não temos muito tempo.
_Para o quê?
_Logo você saberá. - Ele olha para o lado - Aquele inútil não vai acordar, não!?
Ele caminha até o Ricardo e se abaixa, levantando o seu rosto pelos cabelos com força.
_Se estiver morto é melhor ainda, vai poupar o meu trabalho.
Em seguida, ele olha para o Jorge e dá um sorriso que me deu calafrios.
_Olha só o papaizinho do advogado de merda.
_Você não tem motivos para me prender aqui. Eu não tenho importância na vida do Cristopher.
_Eu sei disso, mas você é apenas um bônus. - Se volta até a mim - Primeiro o amigo, o pai e a namorada. Tudo o que ele tem, será tirado dele.
_Você acha mesmo que vamos ser felizes depois de tudo isso?
_É claro que sim. Você não terá escolha. Ou ficará comigo ou eu também farei com você o mesmo que irei fazer com eles.
_Como você pode chamar isso de amor? Você não...
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O outro lado do amor
RomanceNenhuma linha se cruza por acaso, certo? Cristopher Magalhães é o homem que encanta a qualquer mulher, aparentemente destemido e egocêntrico, e ao mesmo tempo frágil e intrigante. Aline Dias está fora de qualquer padrão, é sensível mas também dete...