✨03✨

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Pov.Sn Stark

***

—Jesus Cristo — exclamou meu pai. — Dá para imaginar? Como se já não fosse castigo suàciente àcar numa cadeira de rodas enferrujada, você ainda tem como
acompanhante a nossa S/a.

—Tony! — minha mãe o repreendeu.

Atrás de mim, vovô ria com a caneca de chá encostada na boca.

Não sou burra. Quero já deixar isso fora de cogitação.

Mas é difícil não se sentir um pouco deàciente no quesito “Células Cerebrais” quando se cresce com uma irmã mais jovem que não só passou para a minha turma na escola, mas que depois foi aprovada em uma série acima da minha.

Tudo o que é ajuizado ou inteligente Any foi a primeira a fazer, apesar de
ser dezoito meses mais nova que eu. Cada livro que eu lia ela já tinha lido antes,
tudo o que eu contava à mesa do jantar ela já sabia.

É a única pessoa que
conheço que gosta de fazer provas. Às vezes acho que me visto desse jeito porque a única coisa que Gaby não consegue é combinar roupa.

Ela é o tipo de garota que se veste de jeans e pulôver. Sua ideia de elegância é usar uma calça passada a ferro.

Meu pai me chama de “figura” porque costumo falar a primeira coisa que me
vem à cabeça. Ele diz que sou como a tia Lily, que eu nunca conheci.

É meio estranho ser sempre comparada a alguém que você nunca viu. Se eu descesse a escada de botas roxas, papai acenaria com a cabeça para mamãe e diria “Você se lembra da tia Lily com aquelas botas roxas, hein?”, e mamãe daria uma risadinha e depois riria abertamente, como se ela e papai partilhassem uma piada
secreta.

Minha mãe me chama de “singular”, que é uma maneira educada de não entender muito bem como me visto.

Mas, exceto por um curto período durante minha adolescência, eu jamais quis
ser como Gaby, nem como qualquer outra menina da escola. Até uns quatorze
anos, eu preferia roupas de menino e atualmente preàro o que me agrada, conforme o humor do dia.

Não há por que querer parecer convencional. Sou pequena, de cabelos escuros e, segundo meu pai, tenho o rosto de um elfo. Não é a mesma coisa que ter uma “beleza élàca”.

Não sou feia, mas acho que ninguém vai me chamar de bonita. Não tenho aquela coisa graciosa. Noah diz que sou linda quando quer transar, mas nem sempre ele é tão transparente assim. Nós
nos conhecíamos há quase sete anos.

Eu tinha vinte e seis anos e não sabia muito bem quem era. Até perder o emprego, não tinha sequer pensado nisso.

Achava que provavelmente iria me casar com Noah,
teria àlhos e moraria a algumas ruas de onde sempre morei.

Exceto pelo gosto
por roupas exóticas e pelo fato de ser um pouco baixa, não sou muito diferente de
qualquer pessoa com que se possa cruzar na rua.

Provavelmente, ninguém
olharia para mim duas vezes. Uma garota comum, levando uma vida comum.

Para mim, estava ótimo desse jeito.

COMO EU ERA ANTES DE VC _BEAUSN_Onde histórias criam vida. Descubra agora