Onde Me Meti? (part. 1)

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As coisas iam a todo vapor na T/W, a busca por um novo produto que levaria a empresa a ascensão novamente, a forma que anunciariam a relação, como explicariam muitas coisas e como agiriam em público, este último gerando um desconforto que Carmem não fazia questão de esconder.

Foi decidido pelos quatro envolvidos no plano que elas concederiam uma entrevista a uma apresentadora de fofocas que tinha um programa em horário nobre. O próximo passo era como desenvolveriam sua relação, desde a história do "casal" até sua postura.

"Abraço e mãos dadas pra mim já é ruim, agora ficar de beijinhos pra lá e pra cá com a ela é terrível!"

Dizia Carmem, apontando para Paula, que não aparentava achar ruim aquela situação, até esboçava um leve sorriso.

"Você sabia bem o que envolveria essa relação, entrou porque quis, querida."

Carmem bufou, e odiou admirir, mas Paula estava certa.

"Não podemos dizer que somos reservadas ou algo assim?" 

"Olha, vocês até podem, mas convenhamos que fica estranho mamãe."

Com isso dito, Ingrid concordou com as palavras de Gabriel e acrescentou :

"Olha D. Carmem, não precisa ser um beijão, sabe? Mas algo tem que ter, não precisa ser nessa entrevista, mas algo que parece genuíno para quem olhar de longe, pararazzis, por exemplo, e quando vocês sairem também."

"Sair, eu vou ter que sair com ela também?"

Carmem expressava um desepero nada contido.

"Isso é óbvio Cascacu, hoje você tá lenta, hein? O veneno subiu pro cérebro e te deixou assim, lesada?"

Paula provocava, queria ver o lado feral da rival, não ela daquele jeito murcho.

"Fica na tua, Paulete, o papo é com ela, diz, isso é mesmo necessário, garota?"

"Garota não!  Que minha filha tem nome, é Ingrid Terrare pra você!"

Paula se levantou e ia em direção a Carmem, mas foi impedida por Gabriel.

"Tem sim, Carmem."

"Paula, olha isso, olha as idéias dela, da Ingrid, não tem cabimento."

"Não surta Reptiliana, primeiro de que a idéia de nós como casal foi do seu filho, nós concordamos, infelizmente, e a minha filha só tá dizendo o óbvio, teriamos que fazer coisas que os casais fazem."

"Meu Deus, o que eu estava pensando quando concordei com isso?"

Trazendo as mãos para cada lado da cabeça, Carmem lamentava com uma voz pesarosa.

"É, pois é, o que estava pensando? 

A morena tinha sobrancelhas erguidas e um biquinho, e se expressões falassem, a dela diria : Eu não posso fazer nada!"

"Ai Paula, não enche!"

Lançou um olhar de raiva para a Terrare mais velha, que lhe retrucou infantilmente, mostrando lhe a língua.

Prevendo uma briga entre as mulheres, Gabriel tomou a palavra para si :

"Bom, terminaram o papo? Pois ainda temos umas coisinhas para conversar, qual o apelido que vão se referir uma a outra?"

Indagou-as, querendo quebrar aquele mal clima e arrancar ao menos um sorrisinho delas.

"Me respeita, menino!"

Surpreendentemente, Carmem já não estava mais tão desconfortável, não riu, mas também não esbravejavou.

"Bom mãe, eu vou indo e deixo isso para vocês decidirem, beijo."

O Acordo de Milhões - CarrareOnde histórias criam vida. Descubra agora