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2012༶
Um dia o meu professor nos questionou, em uma das suas arrojadas aulas de filosofia, onde conseguíamos encontrar a nossa paz.
A proposta da atividade foi anotarmos a resposta em uma folha, amassá-la e colocar dentro de um pote, para que os papéis se misturassem com o resto da turma e assim lêssemos as respostas um do outro sem nos expormos.
Lembro claramente de ter escrito céu.
Sempre que eu me sentia cansado, olhava para o céu e, mesmo sendo cético, conversava com o meu irmão, Taehyung. Ou pelo menos tentava.
Eu lhe questionava como seria a nossa vida se ele não tivesse morrido, se a sua namorada teria conseguido estágio na empresa em que vivia comentando sobre, se ainda jogaríamos videogame como nos velhos tempos, se ainda gostaria de dividir a cama comigo e se a nossa família ainda estaria unida mesmo após anos.
Tudo em relação ao meu irmão era baseado no se, pois eu cresci sabendo que nunca poderia voltar no tempo e salvar Taehyung daquele caminhão que bateu de frente com o seu carro.
Se nem o tempo era capaz de salvá-lo, não fazia sentido eu me remoer tanto por ele não estar ali comigo.
Mesmo que me quebrasse lembrá-lo, mesmo que as minhas lembranças fossem escassas por eu ainda ser uma criança na época do acidente, eu gostava de saber que eu ainda guardava memórias boas o suficiente em relação a ele, e era isso o que me fazia encontrar um ponto de paz em meio a tanto caos.
Eu olhava para o céu e rezava para um Deus que não existia, implorando para que trouxesse Taehyung de volta. Ou então que, se vidas paralelas ou reencarnações realmente existissem, deixasse que ele continuasse vivo ali, comigo.
Mas não havia nada no céu além de estrelas e vácuo. Não havia ninguém ali em cima me olhando e cuidando de mim. O meu irmão não estava em uma daquelas nuvens esperando pela sua chance de renascer e muito menos Deus estaria ouvindo as merdas que eu dizia.
Pois nada daquilo existia, tudo era uma mera invenção da sociedade, criada para que pudéssemos afogar as nossas mágoas e luto na possibilidade fértil de que houvesse um ser Maior prezando por nós.
Prezando pelos seus fantoches.
Eu tinha essa verdade formada em minha mente e confiava fielmente nela, mas havia horas que eu realmente queria acreditar que tudo estaria bem no final, pois a alma de Taehyung estaria sendo bem cuidada lá no paraíso, de qualquer forma.
Mas infelizmente vivemos em uma realidade onde não é permitido sonhar.
ㅡ Que horas você volta do colégio? ㅡ perguntei para Jungkook quando ele estava saindo de casa, após horas conversando com vovó Yu e vovô Jae, lá na cozinha.
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O Som do Oceano | jikook
FanfictionPark Jimin nunca acreditou no destino. A ideia de já ter a sua vida pré-estabelecida não o agradava muito, e por este motivo, sempre preferiu acreditar que ele era apenas mais uma das criações imaginárias e incompreendidas do ser humano. No entanto...