DURANTE uma semana, Victoria se mostrou determinada a fazer Alby acreditar que ela poderia cuidar de si mesma do lado de fora da Clareira, e conseguiu.
Então, nas semanas seguintes, ela se dedicou ainda mais nas corridas para fora dos muros, tentando memorizar os corredores e os lugares onde entrava e as saídas que existiam. Nos primeiros dias, Gally lhe deu a ideia de começar a anotar suas descobertas e assim ela o fez, começando a desenhar algumas partes do labirinto em um caderno que achara empoeirado em uma das caixas de suprimento.
Naquele novo mês que começava, Victoria se sentia preparada para enfrentar os obstáculos e descobrir ainda mais sobre o outro lado.
Ela corria fazendo as curvas pelos corredores enquanto mantinha seus olhos altos, observando o topo dos muros. As sombras já começavam a aparecer, e precisava chegar de volta à Clareira o mais rápido possível.
Era como se seus pés se movessem sozinhos, a guiando pelo labirinto sem que seu cérebro precisasse fazer o mínimo esforço. Ela se recordava de todos os caminhos, mesmo sem muita prática; Alby chamava aquilo de "O milagre da Clareira".
Victoria apenas parou de correr quando cruzou as portas enormes do labirinto, chegando ao seu destino final. Diminuiu sua velocidade ao avistar o mais novo integrante da Clareira.
Caçarola sorriu para Victoria, erguendo sua mão para que ela batesse. A menina riu ao parar ao seu lado, completando o high-five.
— Como foi hoje? Algo novo? — Ele perguntou, como sempre fazia.
Caçarola chegara no mês seguinte à Victoria, se tornando o novato. Mas dali a poucos dias, ele também sairia desse posto, de acordo com Alby. Estavam esperando a caixa subir novamente, com mais suprimentos e um novo fedelho.
— Só as mesmas paredes sujas e o sentimento de querer morrer; nada muito fora do comum. — Vickie brincou, e sentiu Caçarola bater em sua cabeça levemente enquanto ela ria fraco.
No entanto, algo ao longe captou a atenção da garota, que estreitou os olhos para tentar enxergar melhor. Os outros membros da Clareira se amontoavam sobre a caixa, tirar o novato de dentro do buraco.
— A caixa subiu de novo?
— É o que parece. — Caçarola respondeu, coçando sua nuca com o braço direito. — Fiquei um pouco assutado 'pra ser sincero.
Victoria riu, colocando as mãos na cintura e olhando para o menino. Caçarola olhou para ela com uma careta. Ela começou a falar, mas interrompeu a si mesma quando viu um garoto desconhecido correndo em sua direção, totalmente desgovernado.
Vickie deu um passo para trás, confusa. Porém, poucos passos antes que ele pudesse lhe alcançar, o menino caiu no chão, soltando um resmungo alto e rolando para ficar de barriga para cima.
A garota riu fraco, se aproximando novamente e olhando para ele de cima.
— Quem 'tá assustada agora sou eu, chef. — Ela brincou, cruzando os braços.
O menino se levantou rapidamente, assustado. Seu rosto possuía traços asiáticos e seus olhos eram tão escuros quanto a noite, transparecendo todo o pânico que sentia no momento. Ele se afastou dela em alguns passos, ofegante.
Gally, Newt e Alby se aproximaram junto de Nick, provavelmente para tentar apaziguar a situação do novato e acalmá-lo.
— Por quê eu não consigo me lembrar de nada?! Quem são vocês?! Onde eu estou?! — Ele os bombardeou com as perguntas, falando o mais rápido que pôde.
— Calma aí, novato. — Gally murmurou, se aproximando com cuidado. — Isso é normal, 'tá bom? Todos nós passamos por isso.
— Por quê eu estou aqui?! O que vocês querem?!
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐖𝐇𝐀𝐓𝐄𝐕𝐄𝐑 𝐈𝐓 𝐓𝐀𝐊𝐄𝐒, maze runner
FanficCUSTE O QUE CUSTAR | Quando as chamas solares devastaram a terra, trouxeram consigo um vírus que fez com que a sociedade entrasse em pânico: o fulgor. Destruía seus cérebros lentamente, as transformando em seres humanos violentos, sanguinários e can...