Prefácio

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  Ao ler o que escreverei a seguir é possível que pense "Esse garoto é doente. Deveria ter buscado ajuda". Não tiro sua razão ao pensar isso e admito que talvez eu não tivesse ferido ninguém se eu tivesse ao menos sido sincero com meu psicólogo. Talvez eu fosse internado em algum lugar onde não poderia machucar ninguém, nem a mim mesmo.

  Existem tantos "talvez" nessa história que pensar em cada um deles seria apenas perda de tempo.

  Embora conhecesse a necessidade de iniciar um tratamento, optei por arriscar e ver até onde seria capaz de controlar aquele desejo. Até onde eu iria se deixasse esse impulso sombrio me dominar?

  Se procura por um assassino com passado triste ou alguma motivação ridícula de grandeza sinto lhe informar que sairá decepcionado. Nada que fiz foi com a crença de que sou superior, para realizar algum ritual ou para conseguir algo. Não tive nenhum motivo plausível que possa explicar minhas ações. Meus atos, embora medonhos para muitos, foram puramente movidos pela curiosidade sobre a forma como eu reagiria e sobre quais seriam as reações da vítima sob minha custódia.

  Tentarei transmitir com o máximo de detalhes as sensações que obtive e espero que você também as sinta por meio de minhas palavras para que você não precise fazer o que eu fiz.

GabrielOnde histórias criam vida. Descubra agora