• Casal original (Talia + Sofia)
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• Tradução (capa): "O que você faria se não estivesse com medo?"
• Música de inspiração: Raymond Vergari "What falling in love feels like"Essa é uma história entre duas meninas de mundos totalmente diferentes, duas pessoas que não tinham nada em comum mas se encontraram em uma amizade pura e verdadeira que as levaria a novas experiências perigosas e divertidas.
De um lado temos Talia, uma jovem de vinte e dois anos, estudante de engenharia mecânica, desconectada de tudo que seja místico e religioso, filha de uma mãe-solo cujo o marido abandonara quase dezoito anos atrás. Talia não tem medo de se expressar, de se conhecer e de abraçar seu verdadeiro ser, para ela o importante é se reconhecer e se aceitar acima de tudo. Seus cabelos curtos, seu estilo pouco feminilizado e suas inúmeras tatuagens nunca incomodaram sua família, pelo contrário, sua mãe a ama incondicionalmente e a considera seu maior orgulho.
Enquanto Talia esbanja tolerância e aceitação, Sofia, nossa outra protagonista, se esgota em batalhas interiores tentando equilibrar seus pensamentos religiosos com suas convicções sociais. Criada em um meio familiar estritamente católico, Sofia nunca pôde se expressar e se desenvolver livremente, seu caráter e personalidade foram moldados através de uma espécie de cabresto sacro, baseado unicamente nas normas santas ditadas pela Igreja, a qual ela era obrigada a frequentar pelo menos uma vez na semana. Qualquer coisa que desviasse dos caminhos sagrados era considerado blasfêmia, então Sofia preferia seguir as regras à risca, a fim de evitar desentendimentos e brigas com seus pais.É estranho pensar que Talia e Sofia possam ter alguma coisa em comum, afinal, nem os locais frequentados por elas no dia a dia são parecidos, então a possibilidade de um encontro é mínima; no entanto, elas estão aqui para quebrar o sistema, fazer as normas colapsarem de uma vez por todas, sem dar muita importância para as consequências.
Tudo começou quando Bete, mãe de Talia, recebeu um convite para a confraternização anual da empresa de contabilidade onde trabalha, a qual aconteceria no próximo final de semana e contaria com a presença de todos os funcionários e suas famílias. Apesar de estar relutante em acompanhar Bete nesse evento social, Talia sabia que sua mãe ficaria chateada caso a garota não aceitasse o convite, então ela decidiu concordar sem demais discussões. A jovem de cabelos pretos ainda estava se recuperando de um término doloroso e, por conta disso, não gostava muito de sair de casa e se forçar à uma diversão inexistente, mas dessa vez abriria uma excessão.
A semana que antecedeu o evento foi carregada de ansiedade e nervosismo que dilaceravam o peito – e a mente – de Talia, que tentava espairecer a todo custo, seja desabafando e passando tempo com seus poucos amigos ou assistindo algo na televisão, mas parecia que todo esforço era em vão. Sua fobia social desenvolvida recentemente a deixava desnecessariamente preocupada com o futuro encontro que ocorreria no final de semana e, para piorar, sua mente não fazia questão de esquecer de sua ex-namorada. Tudo parecia estar contra Talia, era impossível encontrar um simples refúgio, alguns míseros minutos de paz interior, mas seus dias ficavam mais leves quando ela conseguia reservar algumas horas para cochilar e desligar-se da realidade.
Diferentemente de Talia, Sofia estava animada para conhecer os colegas de trabalho de sua mãe e acompanhá-la na confraternização da empresa, que por acaso é a mesma de Bete, mãe da nossa outra protagonista. Sofia também tinha algumas inquietações rondando sua mente, mas conseguia se livrar delas facilmente, seja lendo um livro, ouvindo suas músicas preferidas ou participando das missas da igreja local junto de sua família. Apesar de ter diversas críticas ao tom das pregações e ao modo como o padre e os fiéis conduzem e moldam a igreja, a garota se sentia bem conversando com Deus sobre suas aflições e aspirações e encontrava conforto na religião. Por diversas vezes, a jovem se afundava em um sentimento de culpa e vergonha por se sentir atraída por garotas, afinal, esse tipo de comportamento sempre foi abominado por sua família e por seus amigos católicos, então se identificar com algo considerado imoral a fazia se sentir suja. Toda noite ao deitar sua cabeça no travesseiro e se preparar para dormir, Sofia clamava a Deus para que ele retirasse esses pensamentos e desejos impuros de sua cabeça, porém as orações não funcionavam, apenas deixavam a menina mais frustrada e irritada consigo mesma; ela invejava suas amigas que paparicavam os homens, torcendo para que um dia ela sentisse aquela atração louca e quase incontrolável por algum rapaz. No auge de seus vinte anos, Sofia não tinha nem ideia de como é a sensação de beijar alguém, de compartilhar o seu dia-a-dia e de trocar mensagens envoltas em puro carinho com aquela pessoa amada; essa realidade de solidão, na verdade, não era devido à falta de pretendentes, muito pelo contrário, vários homens da igreja e de seu curso profissionalizante tentavam levá-la à um encontro, mas Sofia sempre dava alguma desculpa para se esquivar de tais contatos românticos.
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FEMME ⚢
Fanfiction• Oneshots sáficos (entre mulheres) • Os capítulos podem apresentar conteúdo sexual • Casais já existentes e/ou originais OBS: Os capítulos NÃO tem ligação um com o outro. Cada um é individual.