Assistir ao enterro dos meus pais sem dúvidas foi um dos momentos que mais me destruíram por dentro. Foi quando a ficha caiu de que eles não iriam voltar, não iriam me receber em casa com abraços e questionando como foi meu dia. Eu nunca mais os veria…
Mas eu suportei. Aguentei firme em meio a toda aquela gente. E ainda tive que engolir a vontade de mandar todos para o quinto dos infernos com comentários imbecis e que não servem de absolutamente nada. Pedi milhões de desculpas silenciosas para meus pais, prometendo que iria vingá-los. Todos aqueles que o machucaram… iriam pagar caro por tudo que nos causou. Era uma promessa em frente ao túmulo dos meus pais.
E ela seria cumprida.
Eu aguentei o suficiente naquele funeral. No entanto, ao chegar em meu novo quarto, fechar a porta e sentir a solidão e a dor bater como um baque imediato, eu desabei em lágrimas, tendo que me apoiar na parede para não cair ao de repente perder as forças das minhas próprias pernas.
Travei o maxilar com força, não querendo fazer tanto barulho. Deixo meu corpo cair no chão, liberando toda a dor que prendi desde que me obrigaram a assistir aquela tortura, desde que tiraram a vida dos meus pais sem o menor remorso. E ainda tinha que ouvir que a culpa era minha. Que eu não fiz nada para protegê-los.
Talvez realmente seja minha culpa…
Ouço a porta abrir, o que me fez tentar parar o choro imediatamente, mas não conseguia mais ter esse controle, e logo avisto aquele homem, com uma aparência intimidante enquanto me olha como se já soubesse da minha fraqueza, como se já esperava que eu acabasse desabando quando estivesse sozinho.
— Hm… quer beber algo? — Questionou, me fazendo olhá-lo, confuso à princípio, e mesmo que eu não fosse fã de beber, naquele momento seria uma boa ideia. Vejo ele vir até mim, me puxando pelo braço, me ajudando a levantar. Então abandonamos o quarto. Eu apenas o acompanho, mancando pelo machucado em minha perna, mas essa dor era insignificante dado ao que senti vendo meus pais sendo, de fato, enterrados.
Passamos por alguns corredores, e chegamos à escadaria. Não contive os baixos gemidos de dor a cada degrau que eu descia. Acompanho aquele homem até um cômodo que parecia realmente um bar, vendo ele pegar uma garrafa de conhaque e dois copos rasos, nos servindo enquanto eu me sentava no banco alto com certa dificuldade.
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KING OF SEX - Livro 1
Romance"Uma nova aliança... Poderia ser nosso fim, mas você estava lá para mudar nossos caminhos" PLÁGIO É CRIME! CRIE, NÃO COPIE :3