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Elas se aproximaram de mim e era como se não houvesse mais ninguém naquele salão. Eu sentia meu coração bater cada vez mais forte em cada passo que elas davam. Assim que Maraisa chegou à minha frente, ela tirou seu óculo de sol, possibilitando que eu finalmente
pudesse olhar seus olhos escuros. Ela é melhor que os vídeos e as fotos que eu já vi. Sem hesitar, eu a abracei. Diversas vezes pedi o seu abraço quando o mundo todo se esquecia de mim. Tantas foram às noites em que eu me tranquei no quarto mentindo estudar, mas eu chorava a noite toda por algum motivo mínimo que seja. Senti sua mão no meu ombro, então, seu braço
envolveu meu corpo e ela retribuindo o mesmo abraço, sem dizer uma miséria palavra.
Aquele me parecia ser o lugar certo, eu sentia que finalmente estava segura e que o mundo poderia acabar lá fora, que nada mais iria me importar.

Eu não quis pagar de fã doida, ué, eu tenho certeza que a maioria das fãs chorariam na sua frente e a abraçaria doidamente, confesso que eu tive vontade e sentia o choro na garganta, mas eu não gosto muito de expor meus sentimentos e o simples fato dela saber que eu era sua fã já era o suficiente. A soltei do abraço e a olhei, eu tinha certeza que a minha cara não era uma das melhores. Eu era péssima pra essas coisas e eu ainda não acreditava em nada daquilo. Eu achava que a qualquer momento minha mãe me acordaria pra dizer que eu estava atrasada pra ir ao colégio, mas não, aquilo era real.

-Oi. - Sua boca se mexeu e foi essa simples palavra que saiu de dentro dela, mas que me causou
uma mistura de sentimentos inexplicáveis. - Eu sou a Maraisa, você é a Marina, não é mesmo? - Oh, não me diga que você é a Maraisa? Se você não me falasse eu nunca iria saber.

- É.. É, eu sou a Marina. - Sorri amarelo. - Eu acho que sou a Marina.

Então ela riu. SIM! ELA. RIU. Caralho. Seus dentes eram brancos e alinhados de forma perfeita. Sim, ela era mais linda que qualquer capa de revista.

- Ei e eu não ganho um abraço? - A ruiva perguntou rindo ao me olhar, céus como elas podem ser tão perfeitas assim.

- Maiara me pedindo um abraço, vocês ouviram isso ou eu sou maluca? - Perguntei arrancando risadas de quem estava ao redor, enquanto me aconchegava nos braços da ruiva poucos centímetros mais alta que eu.

- Meninas. - Ouvi a voz do meu pai ecoar pelo salão, me acordando do transe e vendo que todos os olhares estavam sob nós. - Vocês podem ficar a vontade, tudo bem? Maraisa, pode andar pela mansão com a Marina se quiser. - E então ele deu uma piscadinha para ela.
O que era isso?

- Claro que sim. - Maraisa respondeu abertamente,sorrindo em seguida. - Aceita dar uma volta comigo, Marina? - MARAISA me convidando pra dar uma volta? Eu posso dar alguns pulinhos e sair berrando pela mansão? Oh sim, eu não posso.

- Aceito.. Claro que aceito. - Tentei responder da forma mais natural, mas eu tinha certeza que havia saído de forma tremula, eu sou péssima pra essas coisas.

Maraisa fez sinal pra que eu fosse à sua frente e então eu segui em diante do salão, vendo que algumas pessoas já voltaram ao seu devido lugar. Saímos pra fora da casa em direção ao jardim.

- Pode ser aqui? - Perguntei indecisa.

- Sim, onde você quiser... - Ela sorriu olhando todo o jardim.

- Ah, você não quer ir pra lá? - Ela apontou para os bancos que tinha no jardim e que era um lugar mais iluminado. - Eu acho melhor.

- Pode ser.

Eu a segui em direção ao banco branco que estava enfeitado com algumas flores lilás e rosa, a minha mãe adorava esses tipos de decorações. Ela se sentou e eu a fitei, procurando outro lugar pra sentar. Ouvi uma risada baixa escapar dos seus lábios.

Daylight (ADAP)Onde histórias criam vida. Descubra agora