Capítulo 9 - It Ends Tonight

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Draco e eu caminhamos por uns dez minutos, sem conversar. Chegamos a um ponto onde, eu podia sentir, dava para aparatar. Severus me ensinara muito sobre detecção de magia. Eu tinha aprendido a ser bastante sensitiva e perceber alguns tipos de feitiços. 

Olhei para Draco. Como eu tinha tirado essa criatura da escola? Eu não conseguia lembrar. Será que ele tinha visto a minha forma de escapulir da escola sem ser vista? A forma que encontrei, para quando fosse necessário no futuro? Continuei a olhá-lo. Deveria perguntar? Eu era um poço de dúvidas e receio naquele momento. 

— Você vai fazer de novo? — perguntou. 

— Fazer o quê? — sussurrei em resposta, cautelosa. 

— Me nocautear. Você me faz apagar na escola, eu acho, e quando eu dei por mim, estávamos bem aqui, onde estamos agora. Vai fazer de novo...? 

Então eu tinha feito o Draquinho apagar? Ótimo. Um problema a menos. 

— Confundus! — bradei, segurando seu braço, desaparatando e aparatando dentro de uma caverna em Hogsmead. Puxei um Draco totalmente confuso ao meu lado pela caverna, embrenhando-me nela. Fora ali que Sirius Black passara um tempo durante o quarto ano de Harry. Eu meio que criei a passagem — eu sabia que eu podia precisar escapar da escola a qualquer momento, então a Sala Precisa me deu essa passagem, que só eu conhecia, e eu sei que não mencionei isso. Mas foi bem assim que aconteceu. Eu "nocauteei" Draco, fui para a Sala Precisa e ela me deu a passagem. Graças a Deus, Draco não perceberia; estava tão confuso que mal caminhava. 

Depois de uns vinte minutos andando de volta para o castelo, talvez mais, finalmente avistei a porta da Sala Precisa. Precisei reforçar meu feitiço uma ou duas vezes em Draco, mas quando chegamos ao corredor da sala de Slughorn, ele parecia desorientado. Ouvi algo como "mas eu estava perto de casa ainda há pouco... como...?" 

— Precisamos voltar para a festa — eu disse a ele, sem olhá-lo. Daria a ele alguns segundos para se recuperar do feitiço, depois deixaria que fosse correndo para os braços da Cara de Buldogue. 

— Precisamos conversar — retrucou. 

— Não, nós não precisamos não — devolvi, arqueando a sobrancelha e cruzando os braços sobre o peito. — A Cara de Buldogue deve estar se perguntando onde você está, Draquinho

— Cara de Buldogue? — repetiu, e só então notei que eu dissera em voz alta o apelidinho carinhoso que tínhamos para Pansy Parkinson. 

— Só volte para a festa — eu disse, com impaciência. 

— Não! — teimou ele. — Já chega disso! Você precisa... 

— Sim, exato, eu preciso que você volte para a festa. Tipo, agora. Vá. 

— GABRIELLA, JÁ CHEGA! — Eu arregalei meus olhos para ele. Nunca — jamais — vi Draco altear o tom de voz comigo. Acho que nunca o vi gritar com ninguém. — As coisas não podem continuar assim. Eu sei que errei! Queria muito poder voltar no tempo e fazer diferente, mas não posso! Eu queria ter ido com você, e como queria! 

— MAS NÃO FOI! — gritei em resposta, irritada. — Você foi um idiota, e continua sendo! Agora temos que conviver com isso! 

— Eu não poderia me culpar mais! — exclamou. 

— Pare de mentir, está bem? — Olhei com altivez e desprezo. Eu estava ligeiramente surpresa com a minha capacidade de esnobá-lo. — Já chega de tanto fingir que se importa com tudo o que aconteceu. Isso é inaceitável. 

Dei-lhe as costas, caminhando, imponente, pelo caminho por onde viemos horas antes. Não me importei em checar se ele me seguia, pois de nada ele me servia agora. Voltaria a ignorá-lo e desprezá-lo, como vinha fazendo até então. Seria como se nada tivesse acontecido. 

Bleeding Love Life Lies IIOnde histórias criam vida. Descubra agora