Penelope estava destruída, seu coração despedaçado, mas tentava se convencer do contrário, ou ao menos aparentar certa satisfação e alegria. Afinal, mesmo estando com sua reputação arruinada em Londres, ela estava longe dos olhares e dos comentários da alta sociedade. Ficar com Marina, Phillip e os gêmeos lhe fazia bem. Ela se entregava completamente a tarefa de ajudar Marina com as crianças, os alimentava, lia para eles, passeava pela propriedade com eles. Mariana tinha quem a ajudasse, mas ela gostava de fazê-lo e sua prima não a impedia, ela sabia que assim a mente de Penelope não teria tempo de pensar em Colin e o quase noivado.
Fazia pouco mais de 1 mês desde que Penelope tinha vindo ao campo ficar com eles. Naquele dia, a doce e tímida Penelope parecia arrasada, não que agora ela estivesse melhor, existia uma certeza no ar que o coração da Featherington mais nova continuava em pedaços, mas agora ela consiga fingir de forma convincente. Penelope aparecerá de surpresa, olhos culpados e uma aura triste em sua volta. Dizia que precisava confessar, não precisava de perdão, gostava de Marina, contudo, ainda acreditava nos motivos que a levaram a fazer o que fez, e também compreendia as razões da agora Lady Crane e isso lhe dava consciência de que talvez fosse impossível para Marina perdoá-la.
E ambas o fizeram.
Penelope confessou.
Marina a perdoou.
Marina de certa forma achava uma grande coincidência que Lady Whistledown tivesse revelado seu segredo justamente quando ela e Colin tinham decidido fugir, justamente quando apenas Penelope sabia de ambos os segredos. Sua gravidez e a fuga. Não foi algo em que refletiu durante os acontecimentos, mas que chegou em seu pensamento depois de tudo. Teve tempo o suficiente para sentir raiva de Penelope, alimentar essa raiva e ver essa chama diminuir e apagar. De certa forma, Whistledown noticiar seu escândalo resultou em seus filhos inseridos na família que realmente lhe pertencia, tendo o sobrenome que deveriam ter. Marina também passeou pelos motivos de Penelope, ela já havia amado alguém e tal qual faria de tudo para protegê-lo.
Na manhã seguinte, antes de Penelope partir de volta a Londres, uma carta de Lady Featherington chegou trazendo um pedido. Que Lady Crane acolhesse sua filha mais nova, pois os acontecimentos com o terceiro Bridgerton iriam repercutir e apesar de não ser a melhor e a mais carinhosa das mães, Portia sabia que Penelope nutria verdadeiros sentimentos por ele e que a forma com que a sociedade iria se comportar com o fim do cortejo seria doloroso para sua filha, seria além do que qualquer mãe poderia ver um filho suportar.
E Penelope ficou. Passava o dia auxiliando Marina como um eterno agradecimento. Penelope era grata por Marina a acolher em sua casa e lhe manter longe de Londres, da sociedade e de Colin Bridgerton, sua dor.
Dor. Qual outra palavra poderia retratar melhor aquele sentimento e o que Colin significava agora em sua vida?
Ela amará Colin por bastante tempo e esse amor ao longo dos anos lhe causou certas aflições, de fato. Ela o viu pedir outra mulher em casamento e parecer verdadeiramente apaixonado por alguém que não era ela. Mas não era como se ela tivesse realmente acreditado que ele se apaixonaria por ela. Ela o ouviu descartá-la da categoria mulher, afinal, ela era Pen, ela não contava, era sua amiga. Ela o ouviu dizer a outros homens que ele jamais a cortejaria e aquilo machucou. Tudo aquilo a machucou, mas nada disso era dor e se fosse, era a menor delas. Pois Penelope, apesar de se deixar levar algumas vezes pelas gentilezas de Colin, sempre teve uma voz no fundo de sua cabeça lhe mantendo acordada. Ela nunca realmente acreditou que algo além de amizade aconteceria entre Penelope Featherington e Colin Bridgerton.
Não até que... aconteceu.
Colin não a cortejaria, ele proclamou isso em bom som. Estava tudo bem, eles eram amigos. Colin não a cortejaria, assim como Penelope não seria mais levada por suas ilusões. A voz em sua cabeça seria mantida alta e não mais no fundo, mas para isso as gentilezas de Colin deveriam se manter distantes dela. Eles ainda seriam amigos, não era obrigação dele retribuir seus sentimentos, mas ela precisava se proteger. Então Penelope deu um passo para trás. Eles continuariam amigos... dentro do decoro da alta sociedade.
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Sweet and Bitter
FanfictionApós grandes acontecimentos na vida da jovem Penelope, alguns docescomo contos de fadas, outros com gosto bem amargo como um pesadelo, ela estava longe da sociedade.