Chegam ao porto.
No porta malas do carro, podia-se ver que carregavam uma lança, facas e também um revólver. Este era um tanto antigo, é verdade.
Edson suspira fundo.
- Vamos nessa, meu jovem. - Fala o senhor.
O rapaz acena com a cabeça, confirmando.
Então equipa-se com duas facas e também com a lança em mãos. Ao senhor, entrega uma outra faca com a lâmina mais longa, além do revólver. Acreditava que aquilo o deixaria mais protegido. Sabia que ele não precisava se arriscar para ajudá-lo. Que podia muito bem apenas tomar conta da sua biblioteca.
Agora caminhavam a fim de avistar o tal lugar. E para isso nem precisaram ir muito longe. Havia um morro com degraus feitos com o próprio barro, e lá em cima, apesar de já ter começado a escurecer, notavam a estrutura de uma cabana.
Edson começa a dar os primeiros passos na escada, ao tempo que o senhor diz:
- Espere! Vou buscar uma lanterna no carro. A noite está chegando, ela certamente nos será útil.
- Tudo bem, vou aguardá-lo aqui.
O senhor então vai até o veículo, que apesar de perto, era fora do campo de visão de Edson por conta de uma curva.
Passam-se uns instantes e nada dele voltar. Edson preocupado decide ir atrás do mesmo.
Desce as escadas e caminha em direção ao carro. Ao ultrapassar a curva consegue visualizar o senhor ainda procurando a lanterna.
Este percebe Edson chegando e fala:
- Minha vista já foi melhor, tenho que admitir.
- Venha, me ajude a procurar a lanterna.
- Certo. - Diz Edson.
Ambos vasculham o interior do carro, mas sem sorte, não encontram a tal lanterna.
Agora de fato a noite havia chegado. Teriam que enfrentar a criatura mesmo sem luz, fosse o caso.
Partem em direção ao morro e começam a subir até chegarem a cabana. Esta estava totalmente escura por dentro. De modo que ficam muito apreensivos.
O senhor então tira um isqueiro do bolso, ao tempo que diz:
- Não diga para ninguém que me viu com isso, pois quem me conhece acha que larguei meu vício de fumar.
- Pode deixar. - É o que Edson fala, com uma cara de surpreso. Realmente o senhor não dava impressão de ser fumante.
A iluminação fornecida pelo isqueiro era muito fraca, mas serviu bem para verem o que tinha entorno da cabana. Dando uma volta pela mesma, notaram a presença de uma porta na frente e outra nos fundos, além de algumas janelas. Edson tenta procurar Júlia observando através das mesmas, porém o isqueiro, de longe, era ineficaz para a missão. Teria que adentrar na moradia.
- Vou entrar. - Fala para o senhor.
- Estamos aqui para isso, então vá, que eu te dou cobertura aqui fora. - Diz entregando o isqueiro para o marido da vítima.
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Não Diga Um A
Mystery / ThrillerQuando um estranho bate à porta, certamente você fica um pouco receoso em atendê-lo, e com razão, afinal, não se deve confiar em pessoas nunca vistas. E se esse, além de desconhecido, for mudo e comunicar-se através de sinais irreconhecíveis? CUIDAD...