Capítulo 14

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De todas as forma de esquecer a mais ruidosa é a de lembrar que existe um passado que nos desperta todos os dias, para que tenhamos consciência de tudo o que já vivemos

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De todas as forma de esquecer a mais ruidosa é a de lembrar que existe um passado que nos desperta todos os dias, para que tenhamos consciência de tudo o que já vivemos. Nenhum outro silêncio gritará tão alto quanto o passado que carregamos e que nos recorda tudo o que queremos esquecer.
O coração fala de um amor. A alma tenta curar a dor. O corpo veste-se com outras ilusões, mas há sempre uma história que ninguém saberá como apagar. Há uma vida recortada de momentos que falam por si e por mais que os nossos lábios assobiem outra música existirá sempre a poesia da vida para (re)escrever o que dizemos que estamos a esquecer.
De todas as formas de esquecer a que mais nos grita ao ouvido é a lembrança de um sorriso que nos conquistou quando os nossos olhares ainda nem se tinham cruzado. Esquecer esse passado poderia ser fácil se a voz do coração não fizesse eco aos nossos dias.
De todas as maneiras possíveis para lembrar um amor a mais difícil é aceitar que o tenhamos de o esquecer. Podemos olhar para o presente e ver as tulipas a florescer, mas ainda assim recordaremos o cheiro a terra molhada que nos recorda daquele dia em que alguém nos prometeu amar até o mundo acabar.
Esquecer poderia não causar dor se não existisse uma ponte entre o amor e a ilusão que continuamos a tricotar para que nos possamos aquecer nas noites frias em que só nos resta sonhar.
De todas as forma que existem para esquecer um amor escolhemos quase sempre continuar a viver com ele na nossa memória.

Não acreditava que tinha ido para a cama com Christopher depois de tanto tempo, eu sei que fui errada em ter feito tudo isso com ele, mas meus pensamentos estavam confusos nesse momento. Eu o deixei me possuir, deixei me entregar ao seu prazer carregado de mistérios, eu não deveria ter deixado. Não lembro de como vim parar na cama, apenas lembro-me de ver seus olhos castanhos antes de cair em um sono profundo. Ao acordar, percebi que tudo o que aconteceu foi tão real como esse lugar que estou agora, cama desarrumada e eu...despida.

— Eu não fiz isso...— sussurrei vendo a merda que tinha feito. — Meu Deus...— Laura chutou bem leve. — A mamãe não tem jeito não é mesmo? Aí que vergonha!

Ao me levantar da cama senti uma ardência e dor na minha intimidade, forçando-me a fazer uma careta nada agradável. Vasculhei com os olhos e encontrei meu pijama sobre o criado mudo ao lado da cama, peguei-o e vesti em seguida. De soslaio me olhei no espelho, estava um bagaço e tinha um chupão no vão do meu pescoço, arregalei os olhos entrando em desespero. Já não bastasse ter me seduzido, ainda teve que deixar um chupão no meu pescoço? Grande desgraçado. Sai do quarto soltando fogos de tanta raiva, queria mata-lo com as minhas próprias mãos, ao chegar no corredor escutei Christopher falando ao telefone, antes dele desligar pude escutar a última parte em bom som:

— Não me ama? Não foi o que ela disse quando estava transando comigo feito uma loba, uma loba muito gostosa!  Laura não é e nunca vai ser a sua filha, o pai dela sou eu e vou fazer o possível e impossível para ter a minha mulher do meu lado! Quando a gente chegar, você vai ter a sua resposta, mas enquanto isso meu caro, vai tirando essas merdas das redes sociais, seu corno.

Sombras do Passado - Livro 2 (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora