De repente eu quis me fechar. Me isolar de tudo e todos. Pelo menos por um tempo, para que eu pudesse reorganizar meus pensamentos, que até então estavam confusos e bagunçados. O que os meus olhos não viam minha mente paranóica inventava. Eu via coisas onde não tinha. Mas algumas coisas que realmente existiam me incomodavam. Eu sentia que aquilo estava me afetando, eu não me sentia bem na presença daquilo. Era errado e sujo. Falsidade e hipocrisia não faltavam. Tudo em uma completa baderna. Escassos sentimentos produtivos e nada me influenciava para coisas boas. Foi aí que resolvi me afastar.
Achei que seria melhor pra mim, no sentido de que pudesse melhorar meu comportamento em determinadas ocasiões.
Minha vida estava completamente desorganizada.
Meus relacionamentos estavam indo de mal à pior, com algumas pessoas em especial.
Tudo estava confuso.
Durante um tempo, sozinho, comecei a refletir sobre tudo e isso me fez abrir a mente para a vida, pois, eu estava " no mundo da lua", digamos assim.
Eu precisava colocar o pé no chão e amadurecer.
Porém, com esse meu afastamento, veio também alguns males que já me aconteciam, mas agravaram. Eu estava fragilizado e precisava depositar minha raiva em alguma coisa. Minha forma de protestar, referente à isso era me automutilando. Pra mim me automutilar era como um refúgio, uma forma de protesto, ou melhor, uma prisão. Eu tentei de várias formas me livrar desse vício, mas algo me prendia á ele. Eu agia dessa maneira, por que a outra forma que eu tinha de descontar minha raiva e expressar meus sentimentos era escrevendo, e as coisas que eu escrevia, mesmo sendo claramente o que eu realmente sentia, não eram o suficiente. Eu não gostava. Achava que era algo muito comum. Enfim eu achava que me machucando iria resolver algo, mas não, na verdade tudo piorava. Meus amigos achavam pura idiotice, eu também, mas não queria adimitir, pois, quando eu sentia aquele sangue escorrendo sentia-me mais leve... limpo.