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Atacante.

Três e meia da manhã e nós tá saindo do banheiro onde a gente tomou banho depois de rolar o sétimo e último round da noite.

Kaira: Bateu até uma fome. – Abre a porta do quarto dela e nós entra.

Tô sendo burro pra caralho em repetir uma foda sensacional como a dela, o fim sempre é triste, mas a partir do momento que avistei o bundão dela abanando naquele shortinho que ela tava usando, ao caminhar em direção ao banheiro do bar, eu parei de pensar com a cabeça de cima e passei a pensar com a de baixo.

Vou me arrepender porque a sentada dela me deixou com gosto de quero mais na última vez e nessa aqui não tá sendo diferente.

Visto minha cueca e a bermuda jogando a camiseta do Barcelona no lado direito do meu ombro e ela pega a minha toalha depois de se vestir indo lá pra fora colocar no varal.

Paro na frente do espelho arrumando o relógio no pulso e ouço um barulho vindo da cozinha, pego a quadrada colocando na cintura e arrasto pra trás saindo do quarto.

— Tô metendo o pé. – Informo parando no limite da cozinha e me apoio na bancada vendo ela amassando um abacate no prato.

Kaira: Tá aqui ainda? – Me olha por cima do ombro com o rostinho de princesa livre da maquiagem.

— Vou mais não. – Mudo de idéia só pelo fato dela ter feito pouco caso.

Kaira: Eu que tô te expulsando agora, mete pé. – Fica na pontinha do pezinho e abre o armário por cima da cabeça dela passando a mão pela ponta provavelmente procurando por algo. – Cadê essa merda? – Fala sozinha e se afasta pulando pra olhar.

Dou risada vendo ela bufar de ódio. – Vigia, em? – Ela olha pra mim com os braços cruzados. – Tanta raiva dentro de uma pessoa pequena como você faz mal.

Kaira: Tu tá fazendo o quê aqui ainda, não tava metendo o pé?

— Tava, mas aí tu me maltratou. – Respondo me afastando da bancada e paro do lado dela encarando os bagulho que tem no armário. – Quer o quê?

Kaira: Leite ninho. – Fala baixo antes de me questionar e eu tiro a latinha entregando em suas mãos pequenas. – Quando a pessoa é maltratada a tendência não é meter o pé mesmo? – Pega a lata colocando sobre a bancada.

— Com vagabundo o papo é outro, pretinha. – Fecho a porta do armário. – Quanto mais tu maltratar um vagabundo mais ele se amarra, comigo pelo menos o proceder é esse. – Fecho a mão direita em punho e pressiono na palma da mão esquerda estalando os dedos. – Pegou a visão?

Kaira: Sou cega. – Responde toda trabalhada na marra e eu encaixo minha mão em seu pescoço. Inclino ele pra trás e abaixo dando um selinho em sua boca carnudinha e rosa. – Só não te expulso porque sua presença foi de grande utilidade pra mim.

— Fiz tu gozar bonito. – Ela me empurra rindo.

Kaira: E ainda me ajudou a alcançar isso. – Pega a lata balançando na mão antes pegar uma caneca e colocar umas cinco colheres de leite em pó lá dentro.

— Queria ver como tu ia fazer se eu não tivesse. – Volto pra onde eu tava apoiado. – Tem que adaptar a casa pro teu tamanho.

Kaira: Se manca, ovo mole. – Dá uma risada gostosa pra caralho de escutar, última risada que me trouxe essa sensação foi a da minha irmã.

Franzo as sobrancelhas quando vejo ela colocando o abacate amassado na caneca onde tá o leite ninho e dá uma misturada com garfo antes de enfiar lá dentro, pegando um pouco da mistura, e levar à  boca gemendo com os olhos fechados em seguida.

— Porra, que merda é isso, mermã? – Ela dá mais outra garfada me causando um arrepio só de imaginar a bosta que deve ser.

Kaira: Muito bom. – Passa a língua no lábio e volta a chupar o garfo que de verde voltou pra prateado. – Prova, é mó bom. – Pega novamente com o garfo e se aproxima erguendo o braço na direção da minha boca, nego me afastando correndo pro sofá. – Que coisa ridícula, um homão desses fugindo de comida.

— Revê esse teu conceito de comida aí porque o bagulho tá sinistro. – Nego com a cabeça colocando a glock por baixo do sofá.

Inolvidável - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora