Uma vida... Uma pessoa... Uma garota.
Letícia Montenegro é uma garota de 17 anos, cuida do tio que tem problemas com drogas, trabalha dia e noite para conseguir pagar a dívida milionária do tio, mas... Nem todo o seu esforço é capaz de impedir que...
Desço com o Victor no colo vendo a Valentina no sofá com o pai dela, deixo o Victor no cercadinho e vou até a cozinha lindíssima, hoje reunimos a família aqui em casa para beber e conversar, Botar o papo em dia sabe?! Já já o povo chega e eu não fiz nem a tábua de frios ainda, enfim né?! Bom, deixa eu ir atualizando vocês aqui, dona Valentina tá um grude só com o Victor, o Victor já começou com a introdução alimentar e não está mais pegando peito, a médica falou que deve ser por que ele tomou muita fórmula quando nasceu e tals. O Metralha está lindíssimo como sempre, já fez uma tatuagem do nome do Victor e tudo, cada dia que passa ele está ainda mais carinhoso comigo, sempre romântico né?! Magrim e dona Fernanda estão morando juntos, ambos morrendo de medo de ter um filho e a dona Fernanda não quer nem saber do Bruno, tadinho do meu afilhado. Pesadelo segue lindo, pleno e solteiro né?! A vida dele agora é só o Bruno e ele está certíssimo, super apoio o meu irmão nas escolhas dele, esse sim te juízo, diferente do Magrim que virou capacho da Fernanda. Os meus pais vieram morar aqui no morro, perto da casa do três filhos para não ter brigar né?! Kkkk, a minha mãe que fica com as crianças para mim e o Pesadelo irmos para a boca e nós dois pagamos um dinheiro para ela, cada um da 750 por mês, tá bom demais tá não?! A gente queria dar mais, mas ela não deixou. Já eu? Eu voltei para a boca, meu plantão é lá no quartinho de tortura com a Joice, como eu disse, ela está implorando pela vida e eu aqui lindíssima sigo torturando, nunca mecha com um dos meus filhos! Agora aquenta, ninguém mandou com quem estava quieto.
Metralha: missão colocar os filhos para dormir concluída com sucesso- fala entrando na cozinha e eu confirmo com a terminando a tábua de frios Eu: tábuas de frios finalizadas com sucesso- falo me afastando das três e ele me abraça por trás Metralha: para que tudo isso Letícia? A gente vai pedir pizza vida- fala e eu dou de ombros Eu: gosto de receber bem os meus convidados- falo e ele da risada me virando de frente para ele Metralha: eles vem aqui todo os dias- fala e eu dou de ombros Eu: não importa, agora leva isso aqui para a sala que eu vou tomar banho bem rapidinho- falo e ele confirma com a cabeça.
Dou um selinho neke e subo correndo para o quarto, tomo um banho gostosinho e depois eu saio enrolada na toalha, vou para o closet e já trato de vestir a roupa que eu já havia separado mais cedo, uma lingerie preta de renda da Victoria Secreta, um vestido curto, colado e de mangas cumprida preto com uma faixa vermelha na lateral e um tênis preto da Nike.
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Passo perfume, desodorante e uma maquiagem bem de leve mesmo, só sobrancelha, rímel e um hidratante labial, arrumo o meu cabelo num rabo de cavalo bem feito e desço com o meu celular na mão lindíssima mesmo.
Metralha: uau, não tá demais para receber o povo aqui em casa não vida?- pergunta e eu nego com a cabeça Eu: estou me arrumando é para mim, não é para ninguém não- falo dando de ombros me sentando lado e ele já me puxa para ficar bem pertinho dele mesmo Metralha: cê tá uma gata- fala me dando um selinho Eu: corrigindo, eu sou uma gata- falo e ele da risada Metralha: você não é uma gata, é uma deusa bebê- fala e eu puxo ele para um beijo delicioso.
[...]
Deixo o Victor na cama com cuidado quando escuto o escândalo da Fernanda lá em baixo, esse era o meu peito, ela beber demais e jogar a culpa da morte da minha cunhada no meu marido, desço tentando me manter tranquila, mas é aquela né?! Seguro a minha língua mas não seguro a minha cara, passei por um espelho e eu mesmo tive medo da minha própria cara, é aquelas, meche comigo, mas não meche com a minha família. Desço vendo a Fernanda fazendo o escândalo dela, apontando o dedo para o Metralha e tudo mais, já o meu marido está sentado no sofá só olhando para a Fernanda com a mangueira do narguilé na mão.
Eu: Fernanda sai da minha casa- falo serinha terminando de descer as escadas Fernanda: como é?- pergunta virando de frente para mim também Eu: sai da minha casa agora, eu não ou aceitar você desrespeitando o meu marido dentro da minha casa, ele não teve culpa se a irmã dele morreu, o único culpado é imbecil que matou ela- falo e ela nega com a cabeça Fernanda: a culpa é dele- fala e eu reviro os olhos sem a menor paciência Eu: você quer arranjar alguém vivo para culpar? Culpe você mesmo, ué, não era você mesmo que dizia para ela que o marido dela ia mudar? Para ela não separar? Então, a culpa é toda sua- falo e ela me olha chocada- agora saia da minha casa- falo séria mantendo a minha postura lindíssima Fernanda: quem você pensa que é para me expulsar assim?- pergunta aumentando o tom de voz e ergo a mão fazendo ela parar Eu: primeiro você abaixe o tom de voz para falar comigo que tu aqui é menos que nada, segundo, eu sou a dona da casa, sou a patroa dessa porra de favela e sou a mulher do homem que você insiste em botar a culpa de algo que ele é o mais inocente e mesmo assim carrega um fardo que não pertence a ele, então amor, saia da minha casa antes que eu perca a minha postura e dê com a minha mão na tua cara- falo e ela sai bufando e o Magrim até se levanta para ir atrás Eu: se tu for atrás dela tu nunca mais olhe na minha cara e esqueça da minha existência da face da terra- falo e ele senta de volta bonitinho- alguém quer mais cerveja?- pergunto já indo rumo a cozinha lindíssima.
