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Celestia diminuiu a velocidade para uma corrida quando chegou na curva final de sua caminhada. 

À sua direita, a Floresta Proibida se estendia até onde seus olhos podiam ver. À sua esquerda, Hogwarts dominava o horizonte. E na frente dela, o Lago Negro parecia uma poça de tinta manchando a paisagem.

Suas mãos estavam cruzadas atrás de sua cabeça enquanto ela caminhava os últimos metros até o topo da colina, tentando se livrar do ponto roendo seu estômago. Seus olhos estavam fechados e sua respiração estava tão estável quanto podia.

O sol ainda não tinha chegado ao topo das colinas, mas os primeiros raios já estavam iluminando o céu com um cinza pálido. Era uma manhã linda, embora fria.

Celestia olhou para o Lago Negro, observando a forma como a água se movia e se agitava na brisa matinal. Havia, ela sabia, muito mais acontecendo sob a superfície de aparência tranquila do que aparenta.

Todo mundo sabia da Lula Gigante que vivia no lago, e alguns alunos tiveram a sorte de ocasionalmente vislumbrar um dos sereianos indescritíveis - sempre que estavam curiosos o suficiente para provar o ar, é claro. Celestia foi uma das poucas pessoas que estiveram no fundo, apesar de não se lembrar.

Celestia nunca teve medo de água antes, mas a segunda tarefa do Torneio Tribuxo abriu uma porta para sonhos de afogamento, onde Cedrico não chegava a ela a tempo. Forçando-a a acordar coberta de suor e por alguns momentos intermináveis, acreditando que ela ainda estava naquela escuridão, com a água pressionando goela abaixo, sem Cedrico para salvá-la e ninguém vindo para resgatá-la - isso era bom, no entanto. Comparado com os demônios habituais que a atormentavam, o afogamento era quase preferível.

Seu quadril doeu, e o rosto de Celestia se transformou em uma carranca. Seus olhos deslizaram para longe da cena pitoresca diante dela para encarar em sua camisa onde a marca estava. 

- Fique quieta. -ela sibilou, apesar de quão ridículo ela.

A marca estava agindo durante toda a noite, alternando entre enviar uma dor agoniante por seu corpo - como uma faca quente, cortando a pele, músculo e osso como manteiga, torcendo suas entranhas e fervendo seu sangue - ou zumbindo com, por um falta de palavra melhor, carinho.

Era irritante e, francamente, aterrorizante, porque às vezes Celestia se sentia completamente bem; mas então todo o seu quadril se inflamava e era como se sua cabeça estivesse entupida.

Ela queria desesperadamente entender o que estava acontecendo, mas tinha visto o que o desespero levava as pessoas a fazerem e não tinha interesse em se juntar àquela longa lista de vítimas. Ela teria que ser paciente e fazer a pesquisa em seu próprio ritmo.

Celestia lentamente baixou os braços e suspirou, agachando-se confortável. Ela tinha que voltar para a sala comunal antes que a manhã realmente começasse e ela perdesse o café da manhã.

Hoje seria oficialmente seu primeiro dia de volta à escola. Ela teve sorte ontem com matar a aula, mas a simpatia dos professores por sua situação acabaria rapidamente se ela ficasse constantemente se esquivando de suas aulas ou deveres de casa.

Ela definitivamente deveria voltar. Ela só... realmente, realmente não queria.

Não foi tanto a perspectiva de ser uma estudante que deixou Celestia descontente. Ela sempre amou Hogwarts, e não importa o que seus amigos dissessem, ela gostava de aprender.

Tinha mais a ver com o fato de que esta não era sua Hogwarts. Não haveria noites passadas na sala comunal da Corvinal conversando com Luna. Não haveriam rostos amigáveis ​​passando por ela nos corredores. Não haveriam sorrisos secretos compartilhados com Gina do outro lado da mesa.

FRATURA ♟TOM RIDDLE (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora