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Outono, uma das estações que menos damos valor. Árvores se desfazendo de suas folhas antigas e as deixando sair com o esvoaçar do vento, chaminés acesas, o céu com aspecto acinzentado... A! Como pude me esquecer? Os dias chuvosos onde apenas queremos nos esconder debaixo de nossos cobertores para voltar aos nossos sonhos! E é em um desses dias que nosso caro Kazuha se encontrava, mas como voltar a dormir com tantos pensamentos percorrendo sua mente?

Vamos começar do princípio. Imagine um quarto com apenas sua cama, uma janela e uma pequena cômoda. Paredes brancas, sem vida, apenas um pequeno quadro pendurado perto da porta. O quê estava representado nele? Kazuha gosta de resumir em felicidade mas para melhorar sua percepção, há apenas uma árvore em época da atual estação desenhada. Nada demais. Não para nós, leitores.

Nosso foco está no protagonista, deitado em posição fetal na cama implorando por uma faísca de sono aparecer. Sua insônia não o permite. Como devemos ajudá-lo? A resposta é simples, não podemos. Ele está sozinho. Apenas o observamos de longe, sem termos como o chamar. Somos telespectadores de seu sofrimento.

O quê? Você deseja ajudá-lo? Eu também desejo. Todos desejamos. É algo inevitável para alguém com coração. Queremos ajudar todos aqueles que estão ao nosso alcance. Há momentos que nossa vontade não é o suficiente e precisamos nos satisfazer com o quê temos em mãos.

Espere! A janela está aberta! Com apenas um sopro, o vento pôde fazer a cortina abrir uma brecha sendo possível avistar a lua. Isso chama a atenção necessária de Kaedehara para que ele levantasse. Caminhando em passos preguiçosos, ele chega até a mesma que o atraiu. É impossível não apreciar sua beleza. Tão estonteante, com um brilho apenas dela. Uma beleza única. Você pode se sentir confortável com sua presença. Uma sensação parecida à de um banho quente depois de um turbulento dia.

-Como me abandonaste assim? Não era de confiança o suficiente? Diga-me, por favor! Eu imploro...

Assim, se pôs a chorar baixinho lamentando por algo que não era de sua procedência. Iria fazer 2 anos que seu amigo havia partido de forma brutal. Como poderia esquecer da cena em que seu melhor amigo se colocou? Uma corda... Não imaginava o quê poderia ter passado por sua cabeça no momento.

-Era meio-dia, seu desgraçado...

Tomo. Um jovem adulto de 26 anos, morava juntamente de Kazuha. Com personalidade tranquila, tinha paixão pela arte. Passava boa parte de seus dias pintando quadros e revisando suas aulas da faculdade. Dizia ser alguém que vivia da emoção e do desconhecido. Ele queria novas sensações! Expressar o quê sentia em seus quadros e conseguir transpassar esse sentimento para todos aqueles que os observassem. Mas como nem tudo são flores, Tomo tinha seus problemas como qualquer um.

Contas, dívidas, crises de personalidade. Ele vinha se sobrecarregando cada vez mais com mentiras que usava para fugir do real, dos problemas. Em pouco tempo, se viu na ponta de um penhasco onde não havia maneiras de voltar ao início, ou pelo menos era o quê pensava. Escreveu uma carta de despedida sem devaneios. Queria ser o mais breve possível. Então se despediu de Kazuha com...

-'Eu te amo' seu idiota... Quem se declara para a pessoa que ama antes de morrer? E os meus sentimentos? De nada valem?...

Sem conter sua frustração, começa a soluçar. Seu desespero é de tamanha intensidade que se pôde ouvir do quarto ao lado. Em segundos a porta se abre. Sem hesitar, Aether vem correndo na direção de nosso menino e o abraça.

Nada mais importava. Viver não importava mais. Qual o sentido de viver sabendo que um dia você perderá tudo? Perder tudo que te faz feliz. Tudo que faz de você, você.

-Aether... eu não aguento mais. Eu não aguento mais nada disso...

-Kazuha...

Aether, seu colega de apartamento. Cursando fotografia, ele ama cristalizar momentos afinal, serão vividos apenas uma vez. Seu sonho é fazer um mochilão pela Europa com seus companheiros, principalmente com sua furão Paimon. Um garoto loiro de olhos cor de mel, vivendo seus 23 anos igual ao menino que segura em seus braços no momento. Ele odeia não saber o quê fazer em momentos como esse.

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⏰ Última atualização: Jun 19, 2023 ⏰

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