Como Eu Era Antes De Você (Tsu'tey/Reader)

O Passado e a Dor

?- Num mar bravio vou navegar, sem medo do perigo, e as ondas eu vou enfrentar, se comigo casar, e nem o frio ou o calor será uma ameaça. Se me entregar seu coração, e então, eternamente me amar.

Escutava atentamente a voz de uma Na'vi desconhecida, ela se parecia comigo, minha cabeça encostada em seu colo. Parecia a minha mãe até.
Escuto passos, um garoto mais velho, semelhante a mulher que cantava apareceu no local.

?- Voltei, oi mãe, mana.

Ele me chamou de mana? Como assim? Oque está acontecendo? Eu estou sonhando? Sonhando ou não, eu me senti tão bem escutando a voz dos dois, como se eu estivesse em casa, seu eu estivesse sonhando... Eu não queria acordar tão cedo.

POV S/N

Acordei repentinamente quase caindo de minha rede, consegui me equilibrar e comecei a lembrar do sonho que tive. Quem eram eles? Mana? Porquê tão parecidos comigo? Por que a canção era tão familiar? Tão acolhedora? Tão amorosamente cantada?

Olhei para o horizonte e o sol já tomava seu lugar no céus, era hora de acordar e começar a treinar.
Me levantei da rede e fui em busca de Neytiri, a encontrei no nosso campo de treinamento.

- Eu vejo você.

Disse fazendo o sinal com a mão, ela repetiu a mesma ação com as mesmas palavras.

- Neytiri... Podemos conversar?

Neytiri- Claro.

Ela era tão atenciosa, sinto que de agora em diante vamos ser boas amigas.

QDT

- E foi isso, foi tudo tão... Familiar, a canção, a sensação, as vozes.

Neytiri- Já parou para pensar que isso pode ser um sinal de Eywa?

- O que você quer dizer com isso?

Neytiri- Seu passado S/N, você mesma disse que não conhecia sua família biológica.

Eu olhei para Neytiri pensando no que ela disse, mas se isso for verdade... Como tudo aconteceu? Como fui parar com Grace naquela base? Como me separei deles? Eles estão vivos? Estão bem?
Essas perguntas rodeavam minha mente me consumindo por completo.

Neytiri- Ei, S/N, vamos começar a treinar. Tsu'tey está esperando.

Sai de meu transe com a voz de Neytiri, me levantei e fomos a caminho de Tsu'tey.

Tsu'tey- Eu vejo você.

Ele me disse fazendo o sinal com os dedos.

- Eu vejo você.

Repeti oque ele fez e começamos, arco, lança, faca, treinamos com tudo que tinha ali. Neytiri disse que vamos a uma caçada daqui a alguns dias, se eu for bem, vou fazer parte do povo Omaticaya. Finalmente vou fazer parte de alguma coisa, de um lugar, terei uma origem para contar aos meus filhos e eles terão uma origem também.

Acabamos de treinar e vi Tsu'tey se aproximando.

Tsu'tey- O que está acontecendo?

- Como?

Tsu'tey- Você está estranha hoje, oque está te incomodando?

- Eu tive um sonho, Neytiri acha que é um sinal de Eywa sobre meu passado. Estava deitada no colo de uma mulher, um garoto aparentemente mais velho do que eu chegou me chamando de "mana" ele é tão familiar a mulher também era.

Tsu'tey- Você acha que eles são sua família?

- Não sei, se são minha família, como eu fui parar com Grace naquela base?

Tsu'tey- Quer falar com a Tsahik?

- Não, não quero incomodá-la até eu ter certeza de algumas coisas.

Ele acentiu, e fomos jantar. Todos sentados comendo e mais uma vez eu sinto um olhar em mim, não é de ninguém que eu conheça, e novamente esse olhar vinha do fundo do grupo como se estivesse escondido.
Mas decido ignorar como fiz nas outras vezes.

Comecei a cantarolar a canção que a escutei em meu sonho, senti Tsu'tey observando e escutando.

Tsu'tey- Não sei como te falar isso S/N.

- O que foi? Pode falar, tá tudo bem.

Ele hesitou por um tempo mas falou.

Tsu'tey- A mulher que cantava essa canção, morreu lutando contra o povo do céu.

Eu fiquei perplexa, não sabia oque dizer, como reagir. Preocupação me inundou completamente, e se aquela mulher for minha mãe? O garoto a chamou de mãe e me chamou de "mana"... Comecei a ligar os pontos, "Mana" "Mãe" não é possível.
Comecei a entrar em Pânico, tenho que ir embora, não podem me ver chorando, não podem me ver fraca.

Saí correndo dali, ignorando Tsu'tey, ignorando os olhares. Lágrimas formaram no canto dos meus olhos, chamei Aton e logo montei nele. Voei sem rumo, o vento levando minhas lágrimas embora. Não queria acreditar, nem pensar na possibilidade da minha família biológica toda morta.

Chorei, chorei e chorei.

Quando a dor não cabe mais
No peito, ela transborda
Pelos olhos.

Continua

Chama meu pau de vergonha e toma vergonha na cara.